Agência Social de Notícias 4n4v4 Aquecimento global Notícias Wed, 11 Jun 2025 09:55:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.1.41 2014 foi o ano mais quente desde 1891 6z1t1r seca em São Paulo é sintoma mundial /arquivos/1919 /arquivos/1919#comments Thu, 08 Jan 2015 15:18:11 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Aquecimento global]]> <![CDATA[Clima NOAA]]> <![CDATA[Crise hídrica em São Paulo]]> <![CDATA[Organização Meteorológica Mundial (OMM)]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=1919 <![CDATA[2014 foi o ano mais quente desde 1891, quando começaram os registros meteorológicos. Esta é a conclusão da Agência Meteorológica Japonesa, com base em dados preliminares a serem ratificados nos próximos dias pela agência NOAA (istração Nacional de Oceano e Atmosfera) dos Estados Unidos. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já havia indicado a possibilidade de 2014 ...]]> <![CDATA[

2014 foi o ano mais quente desde 1891, quando começaram os registros meteorológicos. Esta é a conclusão da Agência Meteorológica Japonesa, com base em dados preliminares a serem ratificados nos próximos dias pela agência NOAA (istração Nacional de Oceano e Atmosfera) dos Estados Unidos. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já havia indicado a possibilidade de 2014 ser o mais quente da história moderna, apontando a seca em São Paulo como um dos sintomas. Os reservatórios do Cantareira estão em 6,8% nesta quinta-feira, 8 de janeiro. 3o152s

De acordo com a Agência Meteorológica Japonesa, a anomalia da área temperatura média anual global em 2014 (isto é, a média da temperatura do ar próximo à superfície da terra) foi em + 0,27 ° C superior à média 1981-2010 (+ 0,63 ° C a mais do que a média do século 20), sendo a mais quente desde 1891, quando começaram os registros meteorológicos.

Pela metodologia utilizada, os cinco anos mais quentes desde 1891 foram 2014 (+ 0,27 ° C), 1998 (+ 0,22 ° C), 2013 (+ 0,21 ° C) , 2010 (+ 0,20 ° C) e 2005 (+ 0,17 ° C). Ou seja, todos os anos mais quentes foram registrados desde o final da década de 1990, possivelmente refletindo o impacto do aquecimento global.

Seca em São Paulo – No início de dezembro ado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou comunicado provisório sobre o clima em 2014, destacando que provavelmente o ano seria o “mais quente já registrado”, dependendo das últimas informações que seriam processadas, o que deve acontecer nos próximos dias.

Segundo a OMM, a temperatura média até outubro de 2014 tinha sido superior em aproximadamente 0,57 graus centígrados (1,03 grau Fahrenheit) à média de 14,00 C (57,2 F) para o período de referência 1991-1990, e em 0,09 C (0,16 F) à média dos últimos dez anos (2004-2013).

O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, afirmou na ocasião que “devido às emissões de gases de efeito estufa sem precedentes e a sua concentração na atmosfera, o planeta se vê diante de um futuro incerto e, provavelmente, inóspito”.

Entre os impactos das temperaturas elevadas em 2014, a OMM citou “a situação de seca grave, com importantes déficits hídricos” em parte do Leste do Brasil e região central do país. “A cidade de São Paulo tem sido particularmente afetada, com a ocorrência de uma severa escassez de suas reservas de água”, afirma o comunicado.

A Organização Meteorológica Mundial também cita, entre outros eventos extremos em 2014, a seca em áreas do Oeste dos Estados Unidos e em zonas da Califórnia, Nevada e Texas, onde as precipitações foram menores em 40% do que a média 1961-1990; seca também no Canadá no início do ano; a ocorrência de 72 tormentas tropicais, menos do que a média de 89 no período 1981-2010; e chuvas na costa Pacífica do Oeste do Japão, em agosto, superiores em 301% às normais.

 

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Cúpula do Clima chega ao último dia com alto risco de fracasso e proposta brasileira não tem consenso 542o6q /arquivos/1629 /arquivos/1629#comments Thu, 11 Dec 2014 21:44:40 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Aquecimento global]]> <![CDATA[COP-20 Lima]]> <![CDATA[Gases de Efeito Estufa]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=1629 <![CDATA[A Conferência das Partes (COP-20) da Convenção das Mudanças Climáticas chega ao último dia nesta sexta-feira, 12 de dezembro, com alto risco de fracasso nas negociações. Um indicador dessa possibilidade é o fato de que nesta quinta-feira, 11, os diplomatas e ministros do Meio Ambiente presentes na capital peruana chegaram a consenso (a moeda preferida na ...]]> <![CDATA[

A Conferência das Partes (COP-20) da Convenção das Mudanças Climáticas chega ao último dia nesta sexta-feira, 12 de dezembro, com alto risco de fracasso nas negociações. Um indicador dessa possibilidade é o fato de que nesta quinta-feira, 11, os diplomatas e ministros do Meio Ambiente presentes na capital peruana chegaram a consenso (a moeda preferida na diplomacia internacional) sobre apenas um dos parágrafos de um texto inflado, que já superou 60 páginas. A missão dos representantes dos mais de 190 países-parte da Convenção chegaram a Lima com o desafio de redigir um rascunho para as negociações que se estenderão em 2015, até a COP-21, em Paris, quando então seria fechado um grande acordo global pela redução das emissões de gases de efeito-estufa.

Existe desacordo sobre fontes de financiamento, transferência de tecnologia, modelos de mitigação e, sobretudo, em torno do princípio defendido pela maioria dos países em desenvolvimento, o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Por este princípio, os países que mais contribuíram historicamente para as emissões de gases-estufa (e cujos efeitos já estão sendo sentidos em todo planeta) seriam aqueles que teriam a responsabilidade de fazer mais cortes nas emissões. Entretanto, esses países, liderados por Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália, têm pressionado para que os países em desenvolvimento também fazem cortes importantes nas emissões.

Na reunião desta quarta-feira, por exemplo, a União Europeia propôs fixar a meta de limite do aumento da  temperatura global nas próximas décadas em 2 ou 1,5C.  Falando em nome dos países insulares, aqueles mais ameaçados pelo aquecimento global, que tem levado ao aumento do nível dos oceanos, deixou clara a sua oposição ao nível de 2 graus centígrados. Este limite já seria uma catástrofe para os países-ilha, segundo muitos cientistas.

Polêmica também em relação à forma de mitigação das mudanças climáticas. O grupo africano propôs a inclusão no texto de uma abertura para oportunidades de mitigação diferenciadas em países desenvolvidos e em desenvolvimento, o que recebeu a oposição da Austrália. A mesma Austrália contestou a proposta da Bolívia, de inclusão de uma referência à troca de informação sobre o orçamento global de emissões de gases-estufa.

Divergências, da mesma maneira, em relação à proposta considerada inovadora do Brasil na Cúpula do Clima em Lima. A proposta brasileira é a criação de uma “moeda do clima” como um dos instrumentos para reduzir as emissões que agravam o efeito-estufa. Na proposta brasileira, essa “moeda” é descrita como uma “unidade de valor financeiro conversível, com a finalidade de atrair investimentos e promover ainda mais a implementação de políticas nacionais de desenvolvimento sustentável” pelos países-partes da Convenção das Mudanças Climáticas. A “moeda” traduziria os esforços voluntários dos países em antecipar as metas de redução de emissões de gases-estufa, como o dióxido de carbono (CO2).

A proposta foi recebida com simpatia pela União Europeia e a Aliança Independente da América Latina e Caribe (AILAC). UE e Colômbia, falando pela AILAC, disseram que a proposta era útil e que poderia ser considerada nas novas negociações, em 2015. A AILAC foi criada há dois anos, por países com interesses comuns e que vêm mantendo uma posição independente tanto de um conjunto de países em desenvolvimento como de países desenvolvidos. A Aliança é formada por Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Panamá e Peru.

Por outro lado, a proposta brasileira foi recebida com desconfiança por alguns países, como  a China, hoje o maior emissor de gases-estufa, tendo superado os Estados Unidos. Falando em nome de outra aliança formada na “geopolítica das negociações do clima”, a aliança LMDC (sigla em inglês para Grupo dos Países em Desenvolvimento com Afinidades), a China acentuou que haveria o risco, com a proposta brasileira, do foco ficar nas ações voluntárias, e não naquelas obrigatórias, as chamadas vinculantes na nomenclatura diplomática. A LMDC é formada ainda por Arábia Saudita, Bolívia, Equador, Filipinas, Índia e Venezuela.

O último dia da COP-20 em Lima será, então, mais “quente” do que os antecessores. Um fracasso na capital peruana seria um péssimo sinal para o ano crítico de 2015.

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Tese das mudanças climáticas de origem humana tem motivação geopolítica 6v6t53 diz pesquisador da Unicamp /arquivos/1452 /arquivos/1452#comments Sun, 30 Nov 2014 16:01:08 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Aquecimento global]]> <![CDATA[COP-20 Lima]]> <![CDATA[Mudanças climáticas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=1452 <![CDATA[Entre os dias 1 e 12 de dezembro as atenções da mídia, governos e lideranças de todo planeta estarão voltadas para mais uma Conferência das Partes (COP-20) da Convenção das Nações Unidas das Mudanças Climáticas, que será realizada em Lima, no Peru. A ideia central da Convenção, e portanto dos vários encontros e programas promovidos em ...]]> <![CDATA[

Entre os dias 1 e 12 de dezembro as atenções da mídia, governos e lideranças de todo planeta estarão voltadas para mais uma Conferência das Partes (COP-20) da Convenção das Nações Unidas das Mudanças Climáticas, que será realizada em Lima, no Peru. A ideia central da Convenção, e portanto dos vários encontros e programas promovidos em função dela, como a COP-20, é a de que ações antropogênicas, como a queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão, sobretudo), estão contribuindo para aumentar as emissões de gases que agravam o efeito-estufa e as mudanças climáticas em escala global. Esta tese, que está na base por exemplo dos relatórios do Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), tem “motivações geopolíticas e econômicas”, na opinião do professor  Dr.Antônio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O especialista da Unicamp entende que os eventos climáticos extremos em curso devem-se a ciclos climáticos observados ao longo da história, sendo todos reflexos das atividades solares. Em média, observa o professor Zuffo, a Terra recebe o equivalente a 1400 w por m2/s do Sol.  Esta quantidade de energia equivale ao poder energético de 9×10 elevado a 20 l/min de gasolina consumidos, ou a dez milhões de vezes a produção anual de petróleo da terra. É o mesmo, igualmente, que a energia produzida por 10 bilhões de Itaipus, segundo os cálculos do professor da Unicamp. A emissão de 1400 w por m2/s do Sol, reitera o professor Zuffo, é apenas uma média. Qualquer incremento ou diminuição da atividade solar, completa, tem um impacto enorme no clima da Terra.

O professor Zuffo nota que os ciclos climáticos já vêm sendo estudados há anos. Um dos mais citados é o que trata do Efeito José, inspirado no personagem bíblico que, ao interpretar o sonho do faraó, previu sete anos de fartura e sete anos de fome. Na área hidrológica, o Efeito José caracteriza períodos de longos períodos de estiagem, seguidos de longos períodos de seca. Exatamente o que ocorreu com os 35 anos de precipitações menores entre 1935 e 1970, seguidos de um período de maior precipitação nas três décadas seguintes na Região Sudeste do Brasil. A atual estiagem, que provoca uma crise hídrica histórica em São Paulo e outras partes do país, seria então o início de um novo ciclo, de precipitações menores.

Professor Dr.Antonio Carlos Zuffo, da Unicamp: tese equivocada leva a políticas públicas equivocadas

Professor Dr.Antonio Carlos Zuffo, da Unicamp: tese equivocada leva a políticas públicas equivocadas

O estudo que deu o nome de José a este fenômeno é de autoria de Benoit B.Mandelbrot e James R.Wallis, que analisaram os dados fluviométricos históricos de grandes rios no mundo, como o Nilo no Egito. O estudo é de 1968, quando estavam sendo iniciadas as obras do Sistema Cantareira. Para o professor da Unicamp, os gestores públicos mostraram desconhecer, ou desconsiderar, esses estudos, o que seria uma das causas da diminuição acelerada dos volumes do Sistema Cantareira, que retira águas da bacia do rio Piracicaba (e portanto da região de Campinas) para abastecer metade da Grande São Paulo.

O especialista da Unicamp lembra que a última grande estiagem em regiões como Sudeste e Nordeste, que levou inclusive a invasões de flagelados no Nordeste, foi em 1953, dentro portanto do período de secas do Efeito José. No mesmo ano houve seca na Califórnia e muitas inundações na Europa e na Amazônia. Pois em 2014 também está havendo forte estiagem no Sudeste e Nordeste, no Brasil, na Califórnia, nos Estados Unidos, da mesma forma que aconteceram grandes inundações na Amazônia e Europa.

Mas também existem outros estudos sobre ciclos climáticos, lembra o especialista. São estudos que dão nome a ciclos solares. “O Sol tem quatro tipos de atividades que são mais ou menos importantes, dependendo da duração desta atividade”, afirma o estudioso da Unicamp. Essas variações na atividade solar, ele explica, foram estudadas por meio da análise do Carbono 14.

O Ciclo de Schwabe (de Heinrich Schwabe, 1789-1875) tem 11 anos. O cientista observou a aparição das manchas solares. No mínimo de Schwabe, “a Terra recebe menos ultravioleta que leva a criar menos ozônio na estratosfera, enquanto que em seu máximo aumenta-se de 1 a 2% a concentração de ozônio”, segundo o pesquisador da Unicamp.

Também obtido com análise de Carbono 14, o Ciclo de Suess mostra uma periocidade de uns 150 a 200 anos. O Ciclo de Gleissberg, por sua vez, tem duração de 70 a 100 anos e foi descoberto em 1958 pelo cientista do mesmo nome, tendo efeito sobre a amplitude do Ciclo de Schwabe, na proporção de 8 x 11 anos. Quase todos os mínimos de Glessberg depois do ano 300 DC, segundo o especialista da Unicamp, como por exemplo 1670, 1810 e 1895, “coincidiram com climas muito frios no hemisfério norte, enquanto que os máximos de Gleissberg  ocorrem com climas mais quentes, como por exemplo para 1130 (ótimo climático medieval)”. Já o Ciclo de Hallstattzeit tem um período de 2300 anos e o máximo deveria ser alcançado no ano de 2800 e seu próximo mínimo em torno do ano 3.950.

O professor da Unicamp observa que teorias climáticas têm sido alteradas nos últimos anos. Na década de 1970, observa, foi forte a tese de que estaria havendo um resfriamento do clima global. Para o professor Zuffo, considerando os ciclos climáticos determinados pelas atividades solares, a tese do aquecimento global de origem antropogênica tem, portanto, motivações geopolíticas e econômicas. “Essa tese não é consenso entre os cientistas”, ele garante. Falar de mudanças climáticas com origem antropogênica, assinala, “tornou-se politicamente correto”.

Entre as motivações geopolíticas e econômicas, estaria a venda de novos produtos e tecnologias, “sempre envolvendo muito dinheiro”. Para ele, a propagação da tese “leva a políticas públicas equivocadas”, e o Brasil também estaria trilhando esse caminho na sua opinião. Ações antrópicas, sustenta o pesquisador, “têm impacto sim no microclima local, mas não no macroclima”. “Neste ano nevou no Brasil”, lembra o professor Zuffo, que ite ser controversa a sua opinião, na medida em que a mídia, por exemplo, tem divulgado majoritariamente a teoria do agravamento do efeito-estufa por ações antropogênicas. Ele defendeu sua posição em eventos como o Seminário Gerenciamento da Escassez de Água na Indústria, realizado em São Paulo, a 22 de setembro, na FIESP.

Nesta primeira semana, de qualquer modo, os olhos da comunidade internacional estarão voltados para a COP-20, em Lima. A expectativa é a de que sejam tomadas decisões importantes para  justamente frear as emissões de gases-estufa. Um acordo global, para valer a partir de 2016, está previsto para a COP-21, em Paris, no final de 2015. (Por José Pedro Martins)

Sistema Cantareira está com reservatórios no fim: sem chuva haverá colapso em 2015

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Informe do Banco Mundial fala em extinção da Amazônia e em seca extrema em várias regiões brasileiras 714m2h /arquivos/1333 /arquivos/1333#comments Mon, 24 Nov 2014 10:44:36 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Aquecimento global]]> <![CDATA[Banco Mundial]]> <![CDATA[COP-20 Lima]]> <![CDATA[Mudanças climáticas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=1333 <![CDATA[A extinção da Amazônia e a ocorrência de secas cada vez mais extremas no Nordeste e outras regiões do Brasil são duas das consequências da continuidade, no ritmo atual, das emissões de gases que agravam o efeito-estufa e, portanto, o aquecimento global. A previsão está no relatório “Baixemos a temperatura”, que o Banco Mundial lançou neste domingo, ...]]> <![CDATA[

A extinção da Amazônia e a ocorrência de secas cada vez mais extremas no Nordeste e outras regiões do Brasil são duas das consequências da continuidade, no ritmo atual, das emissões de gases que agravam o efeito-estufa e, portanto, o aquecimento global. A previsão está no relatório “Baixemos a temperatura”, que o Banco Mundial lançou neste domingo, 23 de novembro, uma semana antes, portanto, da abertura, em Lima, no Perú, da vigésima Conferência das Partes (COP-20) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O objetivo do Banco Mundial é justamente impressionar os governantes e diplomatas que estarão reunidos em Lima, no sentido da necessidade de ações mais urgentes e eficazes para a redução das emissões de gases-estufa.

O núcleo do informe, segundo o Banco Mundial, é a avaliação do impacto, nas regiões mais pobres do planeta, do crescimento da temperatura média mundial em 2 e 4 graus centígrados nas próximas décadas. Este é o terceiro grande relatório produzido pelo Banco Mundial sobre o aquecimento global e, como nos anteriores, a instituição teve a consultoria científica do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre Impactos do Clima e Análises Climáticas. O documento teve ainda a supervisão de especialistas da Universidade de Michigan e Instituto do Clima, de Washington.

“Não podemos seguir o caminho atual de emissões descontroladas aumentando”, afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o relatório. “O informe de hoje confirma o que os cientistas vêm dizendo, isto é, que as emissões do ado marcam uma tendência inevitável até o aquecimento global nas próximas décadas, o que afetará principalmente as pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo”, completou.

O informe assinala existirem cada vez mais provas “de que o sistema atmosférico da Terra sofrerá um aquecimento próximo de 1.5°C  acima dos níveis pré-industriais devido às emissões adas e previstas de gases de efeito-estufa, e é provável que os impactos das mudanças climáticas, como as ondas de calor, sejam inevitáveis”. Com 2°C de aquecimento, será “muito mais difícil erradicar a pobreza, aumentar a prosperidade mundial e reduzir a desigualdade, metas por si mesmo complicadas”. Com um incremento de 4°C, a possibilidade de serem alcançadas essas metas “é colocada seriamente em dúvida”.

Os impactos no Brasil – Segundo o relatório do Banco Mundial, os efeitos no Brasil serão enormes, mantidas as tendências atuais de emissões de gases-estufa e elevação da temperatura média mundial entre 2 e 4°C. Na Amazônia, o impacto seria devastador. “Os aumentos previstos de calor e secas, junto com o contínuo processo de desmatamento, aumentam consideravelmente o risco de degradação florestal em grande escala (redução da superfície e a biomassa florestal) na selva tropical amazônica”.

Este cenário poderia transformar “esse sumidouro de carbono de importância mundial em uma fonte de carbono”. Esse fenômeno já foi observado, nota o informe, por ocasião das graves secas de 2005 e 2010 na Amazônia, quando os cientistas calcularam que a região perdeu sua capacidade de retenção de carbono “em comparação com os anos em que não houve seca”. Na região amazônica, onde são encontrados 13% das florestas do planeta, adverte o Banco Mundial, ocorre um maior risco “de extinção em grande escala”.

Impactos igualmente sérios na produção agrícola, nota o informe, no Brasil e em todo planeta. Com um aquecimento de 0.8°C, que já está sendo verificado, “já são sentidos impactos consideráveis nos rendimentos das colheitas,  e à medida que as temperaturas aumentem entre 2°C  e 4°C, a mudança climática acrescentará maior pressão aos sistemas agrícolas”. Se essas médias forem observadas, está prevista, por exemplo, “uma redução entre 30% e 70% no rendimento da colheita de soja e até 50% na do trigo no Brasil”.

Outro impacto de consequências imprevisíveis seria no regime hidrológico. “As mudanças no ciclo hidrológico poderiam por em perigo a estabilidade das fontes de água doce e os serviços ecossistêmicos”, alerta o informe. As projeções, segundo o documento, são de que “a maior parte das regiões secas se tornará mais seca e das regiões úmidas, mais úmidas”. Em um mundo 4°C mais quente, a redução de chuvas será elevada no Caribe, América Central, a região central e Nordeste do Brasil e a Patagônia, entre 20 e 40%. No caso de regiões secas como o Nordeste brasileiro, o incremento da estiagem as ondas de calor extremo levariam “à morte do gado, à redução das colheitas e dificuldades para obter água doce”.

Fenômenos extremos de fato são previstos para todo mundo, inclusive o Brasil. O relatório nota que “os grandes deslizamentos de terra ocorridos em 2011 no estado do Rio de Janeiro em seguida a fortes chuvas antecipam a possível gravidade dos impactos previstos para casos de chuvas mais severas”, diz o estudo.

Para o Banco Mundial, existem cinco caminhos onde os governos “podem tomar medidas agora”, para evitar as graves consequências de mudanças climáticas entre 2°C e 4°C até o final do século 20: “1.Fixar um preço sólido do carbono. 2. Eliminar subsídios para combustíveis fósseis. 3. Acelerar a eficiência energética e o uso de energias renováveis. 4.Aplicar agricultura inteligente com respeito ao clima. 5.Construir cidades resilientes e com baixa emissão de carbono”. É esta a mensagem que o Banco Mundial levará para a COP-20 em Lima, no Perú, a partir de Primeiro de Dezembro.

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