Agência Social de Notícias 4n4v4 cidadania Notícias Wed, 11 Jun 2025 09:55:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.1.41 Dança inclusiva é tema de palestras e shows até sábado em Congresso da Unesco 614m35 /arquivos/6925 /arquivos/6925#comments Thu, 28 Apr 2016 23:23:48 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Cadeirantes também dançam]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Dança inclusiva]]> <![CDATA[Inclusão]]> <![CDATA[Síndrome de Down]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=6925 <![CDATA[Por Adriana Menezes “Antes de qualquer idioma, havia a dança”, declara Olivier Pascalin, ex-primeiro bailarino da Ópera de Paris e ex-bailarino da Cia Maurice Béjart, que é também médico e um dos fundadores do Médicos Sem Fronteiras. Ao lado da sua esposa, Lucila Moro, ex-primeira bailarina do Teatro Colón da Argentina, o casal participa do ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes 10r4b

“Antes de qualquer idioma, havia a dança”, declara Olivier Pascalin, ex-primeiro bailarino da Ópera de Paris e ex-bailarino da Cia Maurice Béjart, que é também médico e um dos fundadores do Médicos Sem Fronteiras. Ao lado da sua esposa, Lucila Moro, ex-primeira bailarina do Teatro Colón da Argentina, o casal participa do 43º Congresso de Dança Inclusiva da Unesco, que pela primeira vez acontece no Brasil. O evento, que teve abertura oficial ontem à noite em Campinas, tem também a participação do dançarino Carlinhos de Jesus. Hoje, amanhã e sábado, haverá espetáculos de dança gratuitos – aberto a contribuições espontâneas – no Liceu Salesiano, sempre às 19h30.

“A temática do corpo é uma língua universal”, continua Olivier Pascalin, que falou em sua palestra com Lucila Moro sobre “o quanto vale a máquina perfeita que é o nosso corpo”. Desde 2003 o casal trabalha com dança para pessoas especiais e crianças. “O corpo não tem limitações. Há que cuidá-lo”, diz Lucila. “Conhecer a nossa capacidade física é fazer um reencontro consigo mesmo. Isso nos dá vida mais prolongada e mais sadia”, completa a bailarina.

Os dois bailarinos se conheceram em um congresso mundial de dança na Argentina. Olivier já era médico, além de bailarino. Seu interesse pela medicina aconteceu após sofrer um acidente de moto em 1966 que o deixou totalmente imobilizado durante dois anos. “Tive tempo para repensar tudo enquanto estive paralisado. Depois eu reaprendi a respirar, a caminhar a dançar”, relembra o bailarino que também participou de filmes ao lado de grandes estrelas do cinema internacional.

Keyla Ferrari e Vicente Pironti, coordenadores do Congresso, com o bailarino Carlinhos de Jesus, que desde 1989 trabalha com dança inclusiva  Foto: Martinho Caires

Keyla Ferrari e Vicente Pironti, coordenadores do Congresso, com o bailarino Carlinhos de Jesus, que desde 1989 trabalha com dança inclusiva Foto: Martinho Caires

Pensar no outro

Mais conhecido do público brasileiro e pronto para atender a pedidos de fãs que querem tirar fotos ao seu lado, o bailarino Carlinhos de Jesus também trouxe para o congresso sua experiência com pessoas especiais. “Temos que multiplicar essa forma de ver as coisas, de sermos mais solidários e inclusivos, de pensarmos no outro. Afinal, hoje eu puxo um pouco a minha perna e não enxergo tão bem, e danço. Por que um cadeirante não pode dançar?”, lança a pergunta.

Carlinhos é padrinho Companhia de Dança Humaniza, um programa de inclusão social por meio da dança e do circo que mantém suas atividades no CIS Guaranabara, em Campinas. A Cia é um projeto de Keyla Ferrari e Vicente Pironti, e foi indicada ao Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência em 2013. “Não podemos deixar que iniciativas como as de Vicente e Keyla fiquem sem apoio”, diz Carlinhos, bailarino e pedagogo.

Ele conta que começou a se envolver com a dança inclusiva quando conheceu de perto a realidade de uma aluna que tinha uma filha com Síndrome de Down. Desde 1989 ele trabalha com projetos nesta área. “Culminou com as Pára-Olimpíadas de Sidney, em 2000”, lembra Carlinhos, que protesta: “É uma pena que no Brasil não haja incentivos para estes projetos que dão alternativa de participação das pessoas com deficiência.”

“A temática do corpo é uma língua universal”, disse o bailarino Olivier Pascalin, que falou em sua palestra com Lucila Moro sobre “o quanto vale a máquina perfeita que é o nosso corpo”   Foto: Divulgação

“A temática do corpo é uma língua universal”, disse o bailarino Olivier Pascalin, que falou em sua palestra com Lucila Moro sobre “o quanto vale a máquina perfeita que é o nosso corpo” Foto: Divulgação

Dedicação

A bailarina e pedagoga Keyla Ferrari, que coordena o 43º Congresso de Dança Inclusiva da Unesco, espera realizar no próximo ano mais uma edição do congresso em Campinas. “Que seja o primeiro de uma série. Não tivemos patrocínio suficiente, foram poucas parcerias, mas espero que consigamos mais patrocínio.” Ainda em 2016, haverá mais três congressos de dança da Unesco – na Grécia, Estados Unidos e França (o tema na França será deficiência).

Keyla preside o Conselho Internacional de Dança (CID) da Unesco em Campinas e atua na área da arte para pessoas com deficiência há 20 anos.O Congresso tem a gestão da Agencia Internacional de Desenvolvimento Humanitário – Humaniza, que tem como presidente Vicente Pironti. A programação de palestras, que acontece no CIS Guanabara, tem a participação de bailarinos, professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que compartilham entre eles suas experiências com diversas formas de dança existentes no mundo.

O evento conta com  a parceria da Secretaria  Municipal da pessoa com deficiência e Mobilidade reduzida de Campinas, Secretaria Municipal de Turismo de Campinas,  CIS Guanabara /Preac/Unicamp, Unisal, Sociedade Humana Despertar, Sinergia  e apoiadores culturais.

 

Evento: 43º Congresso de Dança Inclusiva da Unesco

Locais: Palestras no CIS Guanabara /Preac – Unicamp (durante o dia, evento fechado)

e Teatro da Unisal (Universidade Salesiana São José) Liceu de Campinas (à noite, 19h30, aberto ao público).

Data: até 1º de Maio de 2016

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Pessoas com Síndrome de Down pedem mais espaço na sociedade na Caminhada pela Inclusão em Campinas 4d5x3d /arquivos/6418 /arquivos/6418#comments Sun, 20 Mar 2016 23:06:26 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Comportamento]]> <![CDATA[Caminhada]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Inclusão]]> <![CDATA[Síndrome de Down]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=6418 <![CDATA[Por Adriana Menezes O microfone roubado por alguns segundos no meio da programação para um rápido protesto espontâneo – “Por mais oportunidades no mercado de trabalho” – demonstrou o real desejo de quem estava ali: o direito à expressão e à participação na sociedade. Não foi a única voz a surgir, de repente, no microfone. ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes

O microfone roubado por alguns segundos no meio da programação para um rápido protesto espontâneo – “Por mais oportunidades no mercado de trabalho” – demonstrou o real desejo de quem estava ali: o direito à expressão e à participação na sociedade. Não foi a única voz a surgir, de repente, no microfone. Outras palavras de ordem foram ouvidas: “Pela inclusão” ou “Por nossos direitos”. Centenas de famílias foram às ruas de Campinas na manhã de hoje por uma causa urgente e de extrema importância para a cidadania: A Inclusão. Foi a 5ª Caminhada pela Inclusão em Campinas.

O clima festivo e a alegria espontânea dominaram o evento que começou às 9h na Praça Arautos da Paz (ao lado da Lagoa do Taquaral). A caminhada foi promovida pelo Centro de Educação Especial Síndrome de Down (CEESD), e pela primeira vez reuniu na mesma ação as entidades da cidade voltadas para as pessoas com a síndrome: Fundação Síndrome de Down (FSD), Instituto Mano Down e o próprio CEESD. O evento encerrou a Semana da Síndrome de Down da Prefeitura de Campinas e antecipou a comemoração pelo dia 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down.

A caminhada foi promovida pelo Centro de Educação Especial Síndrome de Down (CEESD), com participação da Fundação Síndrome de Down (FSD) e do Instituto Mano Down, com apoio da Prefeitura de Campinas     Fotos: Martinho Caires

A caminhada foi promovida pelo Centro de Educação Especial Síndrome de Down (CEESD), com participação da Fundação Síndrome de Down (FSD) e do Instituto Mano Down, com apoio da Prefeitura de Campinas Fotos: Martinho Caires

Música, capoeira e dança foram as principais formas de expressão na série de apresentações artísticas que antecederam a caminhada. A secretária municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Emmanuelle Alkmin, falou sobre a importância da iniciativa.

“A reunião das entidades nesta iniciativa, pela primeira vez, muda o status da inclusão na cidade de Campinas”, disse Emmanuelle. “É o resultado do trabalho dos últimos anos. Mas, afinal, a cidade tem mais de 240 anos sem pensar na inclusão, e só muito recentemente começamos a pensar nisso.”

O evento encerrou a Semana da Síndrome de Down da Prefeitura de Campinas e antecipou a comemoração pelo dia 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down    Fotos: Martinho Caires

O evento encerrou a Semana da Síndrome de Down da Prefeitura de Campinas e antecipou a comemoração pelo dia 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down Fotos: Martinho Caires

Glauber Martins Chaves, de 24 anos, conquistou seu espaço no mercado de trabalho como pessoa com Síndrome de Down. Há dois anos e três meses ele trabalha Renner do Campinas Shopping, como Auxiliar de loja. “Faço tudo: arrumo cabide, atendo cliente, e gostam de mim. Fui destaque cinco vezes na loja”, conta Glauco que se preparou no Centro de Iniciação e Qualificação Profissional (CIQP) da Apae Campinas.

Glauber tem carteira assinada e trabalha das 10h50 às 19h10. Almoça com os colegas e está integrado à equipe. “Também levo bronca, como todos.” Mas não é só no mercado do trabalho que ele gosta de ser incluído. Participou do filme “Colegas”, numa cena de banho, e praticava capoeira – parou porque achou que precisava fazer uma dieta. “A festa está muito bonita.”

Glauber Martins Chaves, de 24 anos, trabalha há dois anos e três meses na Renner, como Auxiliar de loja: "Faço tudo."    Fotos: Martinho Caires

Glauber Martins Chaves, de 24 anos, trabalha há dois anos e três meses na Renner, como Auxiliar de loja: “Faço tudo.” Fotos: Martinho Caires

A dançarina Keyla Ferrari, da Companhia de Dança Humaniza, comemorou o ambiente festivo e descontraído da apresentação de dança. Na hora da apresentação, não saiu quase nada como no ensaio e muitos se juntaram no palco para dançar. Mas ela adorou a participação. Ela e seu marido, Vicente Pironti, diretor da Agência Internacional de Desenvolvimento Humanitário Humaniza, disseram que o melhor da manhã foi a brincadeira e, na prática, a inclusão de todos na comemoração.

A bailarina Keyla Ferrari, da Companhia de Dança Humaniza, trabalha há 20 anos com pessoas com deficiência; seu marido, Vicente Pironti, é diretor da Agência Internacional de Desenvolvimento Humanitário Humaniza    Fotos: Martinho Caires

A bailarina Keyla Ferrari, da Companhia de Dança Humaniza, trabalha há 20 anos com pessoas com deficiência; seu marido, Vicente Pironti, é diretor da Agência Internacional de Desenvolvimento Humanitário Humaniza Fotos: Martinho Caires

Mas, enquanto a inclusão em um evento festivo e familiar acontece naturalmente, o cenário no dia-a-dia é bem diferente. Para entender o que ocorre no cotidiano, de verdade, primeiro é preciso entender o que é inclusão.

Apresentação de capoeira antes do início da Caminha pela Inclusão, que teve clima descontraído e reuniu centenas de famílias    Fotos: Martinho Caires

Apresentação de capoeira antes do início da Caminhada pela Inclusão, que teve clima descontraído e reuniu centenas de famílias Fotos: Martinho Caires

A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Campinas, Emmanuelle Alkmin, que tem deficiência visual, define o que é inclusão: “Para mim é a possibilidade da deficiência ser apenas um detalhe na vida das pessoas. Daí você vê a valorização da pessoa e da vida. Para acontecer isso precisa haver muitas mudanças na nossa cultura e no nosso olhar como sociedade.”

Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Campinas, Emmanuelle Alkmin, ao lado do vice-prefeito, Henrique Magalhães Teixeira   Fotos: Martinho Caires

Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Campinas, Emmanuelle Alkmin, ao lado do vice-prefeito, Henrique Magalhães Teixeira Fotos: Martinho Caires

“É possível ter vida, talento, diversão, estudo, trabalho tendo deficiência. As leis também precisam mudar, para que haja uma rede real de garantia de defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Estas máquinas digitais de cartão, por exemplo, não funcionam pra mim; não consigo digitar minha senha. Precisa haver normas técnicas que prevejam a ibilidade. Uma calçada, por exemplo, não pode ser apenas bonitinha com grama e pedrinhas; precisa permitir que e uma cadeira de rodas. É preciso aliar também a sustentabilidade à ibilidade”, conclui Emmanuelle.

A jornalista Marta Avancini e sua filha Zoe participaram da Caminhada e assistiram às apresentações de dança e capoeira    Fotos: Martinho Caires

A jornalista Marta Avancini e sua filha Zoe participaram da Caminhada e assistiram às apresentações de dança e capoeira Fotos: Martinho Caires

O toque do berrante por Rogério Afonso convocou todos para a caminhada, por volta de 10h. A 5ª Caminhada pela Inclusão teve o apoio da Prefeitura de Campinas, da Lado B Comunicação Estratégica, do Projeto Sign e das entidades envolvidas: Centro de Educação Especial Síndrome de Down, Fundação Síndrome de Down e Instituto Mano Down.

“É possível ter vida, talento, diversão, estudo, trabalho tendo deficiência. As leis também precisam mudar, para que haja uma rede real de garantia de defesa dos direitos das pessoas com deficiência", disse Emmanuelle Alkmin no evento    Fotos: Martinho Caires

“As leis precisam mudar, para que haja uma rede real de garantia de defesa dos direitos das pessoas com deficiência”, disse Emmanuelle Alkmin no evento Fotos: Martinho Caires

Para a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida "precisa haver mudanças na nossa cultura e no nosso olhar como sociedade"    Fotos: Martinho Caires

Para a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida “precisa haver mudanças na nossa cultura e no nosso olhar como sociedade” Fotos: Martinho Caires

 

“É possível ter vida, talento, diversão, estudo, trabalho tendo deficiência", afirma Emmanuelle Alkmin      Fotos: Martinho Caires

“É possível ter vida, talento, diversão, estudo, trabalho tendo deficiência”, afirma Emmanuelle Alkmin Fotos: Martinho Caires

A alegria espontânea e muita descontração marcaram a comemoração antecipada do Dia Internacional da Síndrome de Down, amanhã, 21 de março     Fotos: Martinho Caires

A alegria espontânea e muita descontração marcaram a comemoração antecipada do Dia Internacional da Síndrome de Down, amanhã, 21 de março Fotos: Martinho Caires

A Caminhada pela Inclusão levou gente de todas as idades para as ruas no entorno da Praça Arautos da Paz hoe pela manhã   Fotos: Martinho Caires

A Caminhada pela Inclusão levou gente de todas as idades para as ruas no entorno da Praça Arautos da Paz hoe pela manhã Fotos: Martinho Caires

Chamar a atenção da sociedade para o direito de inclusão na sociedade das pessoas com Síndrome de Down foi a principal motivação da caminhada   Fotos: Martinho Caires

Chamar a atenção da sociedade para o direito de inclusão na sociedade das pessoas com Síndrome de Down foi a principal motivação da caminhada Fotos: Martinho Caires

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Lenine abre Trote da Cidadania da Unicamp com palestra sobre questões ambientais l4o1z /arquivos/6143 /arquivos/6143#comments Sat, 27 Feb 2016 19:20:38 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Comportamento]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Educação]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Consciência]]> <![CDATA[Consumo]]> <![CDATA[Meio Ambiente]]> <![CDATA[Trote]]> <![CDATA[Unicamp]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=6143 <![CDATA[Em vez de show, o cantor Lenine vem a Campinas nesta segunda-feira, 29/02, para fazer uma palestra sobre questões ambientais, abrindo oficialmente o 14º Trote da Cidadania Integrado da Unicamp. Os calouros de 2016 poderão ouvir, no Centro de Convenções da Unicamp, às 18h, o que o músico tem a falar sobre seu engajamento no ...]]> <![CDATA[

Em vez de show, o cantor Lenine vem a Campinas nesta segunda-feira, 29/02, para fazer uma palestra sobre questões ambientais, abrindo oficialmente o 14º Trote da Cidadania Integrado da Unicamp. Os calouros de 2016 poderão ouvir, no Centro de Convenções da Unicamp, às 18h, o que o músico tem a falar sobre seu engajamento no assunto.

O objetivo do Trote é provocar uma reflexão a respeito das questões ambientais, promovendo a sustentabilidade, o consumo consciente e a cidadania. Os cerca de 3,3 mil calouros serão instigados a tomarem consciência do papel dos universitários como agentes transformadores da sociedade.

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Além do músico pernambucano, outras atividades estão previstas na programação do Trote que acontece de 1 a 3 de março. No primeiro dia, o tema será “Cultura & Arte”, com o objetivo de analisar a forma de consumo de cultura. Dia 2, a ideia é promover uma reflexão pessoal, com o tema “Inspirando mudanças”. Para finalizar, a discussão será sobre “Desenvolvimento Sustentável”, que inclui o futuro e o presente do planeta e de nossa sociedade.

Durante o Trote também haverá pontos de coleta de doações de alimentos não-perecíveis e livros. A participação é gratuita. A programação completa pode ser ada em www.gci.prg.unicamp.br. Ou na página do Trote no Facebook fb.com/tciunicamp/.

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Feira Afro Mix chega à 12ª edição com público diversificado e orgulho de evidenciar a cultura negra 23bs /arquivos/4960 /arquivos/4960#comments Sat, 07 Nov 2015 13:02:26 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Campinas 250 anos]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Comportamento]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Afro]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Cultura Afro]]> <![CDATA[Negro]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=4960 <![CDATA[Adriana Menezes Quando aconteceu a primeira edição da Feira Afro Mix em Campinas, em 2004, o uso de roupas e órios que faziam referência à África ou à cultura negra ainda era muito tímido e reprimido. Doze anos depois, muita coisa mudou. “Hoje há mais orgulho da cultura afro pelos próprios negros. As pessoas de ...]]> <![CDATA[

Adriana Menezes

Quando aconteceu a primeira edição da Feira Afro Mix em Campinas, em 2004, o uso de roupas e órios que faziam referência à África ou à cultura negra ainda era muito tímido e reprimido. Doze anos depois, muita coisa mudou. “Hoje há mais orgulho da cultura afro pelos próprios negros. As pessoas de outras etnias também têm mais interesse, embora ainda esteja muito longe do ideal”, diz a historiadora e música campineira Ilcéi Miriam, uma das organizadoras da Feira Afro Mix que chega à sua 12ª edição neste domingo, 8 de novembro,  na Estação Cultura (antiga Estação Fepasa).

Apresentação de jongo na edição de 2014 da Feira Afro Mix, que lotou a Estação Cultura; a programação inclui música, dança, praça de alimentação e cerca de 60 expositores de produtos diversos  (Foto: Divulgação)

Apresentação de jongo na edição de 2014 da Feira Afro Mix, que lotou a Estação Cultura; a programação inclui música, dança, praça de alimentação e o comércio diversificado (Foto: Divulgação)

A expectativa de público para amanhã é de até 3 mil pessoas – o mesmo número estimado em 2014. Há 12 anos, o evento atraiu 400 pessoas e 12 expositores. O crescimento de público e de participantes foi vertiginoso. Neste domingo haverá cerca de 60 expositores de moda, maquiagem, cosméticos para cabelo, alimentação e uma grande diversidade de produtos artesanais ou de pequenos produtores locais, da capital paulista, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. A doação de 1 kg de alimento não perecível é opcional e será destinada aos refugiados em Campinas. A entrada e o estacionamento são gratuitos.

Não foi à toa que a Feira Afro Mix começou no ano seguinte ao da instituição do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro de 2003.  Ela refletia o anseio da população negra de Campinas de se posicionar e promover encontros de valorização da sua cultura. A música, naturalmente, é parte dessa bagagem cultural. O evento inclui uma programação com dança e música, que este ano tem Jongo Dito Ribeiro, Samba Lá em Casa, Ilcéi Miriam, Nyva, Juca Ferreira, Luanna Nahara, André Oliveira, DJ Shetara, Disc Jockey Shorei, DJ JP, Ments, MC Shuk, Rock Equipe Rasteirinha e Reakise  Fredmlk.

Show de Ilcéi Miriam em 2014. Além de cerca de 60 expositores, o evento oferece uma programação musical ao longo do dia, das 12h às 21h; a doação de 1 kg de alimento é opcional  (Foto: Adriano Rosa)

Show de Ilcéi Miriam em 2014. Além de cerca de 60 expositores, o evento oferece uma programação musical ao longo do dia, das 12h às 21h; a doação de 1 kg de alimento é opcional (Foto: Adriano Rosa)

Encontro

“Nosso objetivo é evidenciar a cultura negra e fazer um evento de oportunidades e trocas”, sintetiza Ilcéi. “Queremos que todas as etnias se encontrem aqui e conversem sobre o tema, sobre os avanços e os problemas também, porque ainda vemos as diferenças que existem há séculos. Não dá para deixar o barco correr naturalmente.”

Idealizada pelo empresário de Ilcéi, Marcos Ferreira, a feira começou com uma equipe de oito pessoas na organização. Hoje são apenas três: o próprio Ferreira, Ilcéi e sua mãe, Wanda Pires de Oliveira. Era uma iniciativa inédita em Campinas, inspirada na Feira Preta, de São Paulo. Hoje há outras iniciativas no interior paulista, como em Piracicaba, menciona Ilcéi.

A organizadora vê uma grande evolução social em todo o mundo na questão do racismo. “O presidente dos Estados Unidos é negro. Isso é muito importante.” Nas primeiras edições, ela lembra, era preciso estimular o negro a assumir e valorizar sua cultura, mas hoje não precisa mais fazer isso, porque todos expõem suas referências, inclusive os brancos. “A feira não é só para negros. Nós queremos fazer o mix.”

Pós-abolição

Não foi ontem que a escravidão acabou no Brasil, mas ainda estamos em período pós-abolição, onde somos obrigados a lembrar – e reforçar – que o negro é cidadão digno de respeito e de direitos iguais aos dos brancos, amarelos, índios, mestiços, vermelhos e todas as cores possíveis de pele.

“A inclusão está acontecendo, mas a todo momento ainda é preciso lembrar. Ainda existem piadas racistas, por exemplo. Isso incita o racismo e vai ando de geração em geração”, diz Ilcéi, que comemora o crescimento da Feira Afro Mix nos últimos 12 anos, mas lamenta que ainda não tenha atraído empresas patrocinadoras ou investimentos como acha que poderia acontecer. “Ainda não perceberam que é um bom negócio, onde há trocas, os expositores se conhecem e fazem parcerias.”

"Nosso objetivo é evidenciar a cultura negra e fazer um evento de oportunidades e trocas. Queremos que todas as etnias se encontrem aqui", diz Ilcéi Miriam  (Foto: Adriano Rosa)

“Nosso objetivo é evidenciar a cultura negra e fazer um evento de oportunidades e trocas. Queremos que todas as etnias se encontrem aqui”, diz Ilcéi Miriam (Foto: Adriano Rosa)

Ilcéi diz que a feira é como uma filha pra ela, da qual tem muito orgulho. O evento sempre acontece no início do mês de novembro para não se chocar com a agenda da cidade para o dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

A Feira Afro Mix acontece das 12h às 21h na Estação Cultura, em Campinas, com apoio cultural da Prefeitura de Campinas, Governo do Estado de São Paulo, Abaçaí Cultura e Arte, Papel Digital, Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura, Sincomed, Tonico’s, Maxi TV, Fusion Web Rádio e Fumaça Eventos.

 

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1º abrigo feminino de Campinas acolhe mulheres em situação de rua que reconstroem suas vidas com apoio de voluntários 5a26e /arquivos/4759 /arquivos/4759#comments Thu, 08 Oct 2015 11:57:04 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Comportamento]]> <![CDATA[Educação]]> <![CDATA[RMC - Região Metropolitana de Campinas]]> <![CDATA[Abrigo]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Morador de rua]]> <![CDATA[Mulheres]]> <![CDATA[Voluntariado]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=4759 <![CDATA[Por Adriana Menezes Viver na rua foi uma escolha, mas era a última alternativa da campineira Priscila Cristiane Francisco, de 30 anos, que se recusou a conviver com as sucessivas tentativas de estupro do sogro, com quem morava desde que o ex-companheiro foi preso. Preferiu sair de casa e achou melhor enfrentar os riscos do ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes

Viver na rua foi uma escolha, mas era a última alternativa da campineira Priscila Cristiane Francisco, de 30 anos, que se recusou a conviver com as sucessivas tentativas de estupro do sogro, com quem morava desde que o ex-companheiro foi preso. Preferiu sair de casa e achou melhor enfrentar os riscos do desconhecido. Na rua, já não podia mais fazer escolhas porque a sobrevivência ou a ser impositiva.

Há um ano, porém, com a criação do primeiro abrigo feminino de Campinas para mulheres em situação de rua ligado à rede de assistência social do município, Priscila teve mais uma chance de escolha. Desta vez, preferiu sair da rua e foi acolhida por voluntários e técnicos do espaço pioneiro na cidade, onde o objetivo é promover a reconstrução e a autonomia da mulher, sem limitar-se ao assistencialismo. Após 12 meses no abrigo, ela refez sua vida e vai para Minas Gerais com o filho de dez meses, onde pretende viver com um novo companheiro.

Quando foi criado o Abrigo Feminino Casa Santa Clara, em outubro de 2014, Priscila era uma das 106 mulheres que viviam nas ruas de Campinas, o equivalente a 17% do total desta população majoritariamente formada por homens – eles são 83% dos 642 moradores de rua, de acordo com contagem oficial da Prefeitura e entidades assistenciais em 2014.

Em um ano, aram pelo abrigo feminino 28 mulheres e nove crianças. Entre as 16 mulheres (e três crianças) que já foram embora, 50% encontraram novas alternativas de moradia (com companheiros ou em pensões pagas pelo próprio trabalho), quatro voltaram para suas famílias e quatro saíram espontaneamente, algumas delas retornando para a rua após períodos muito breves no abrigo (veja gráficos em link no final do texto).

A ex-moradora de rua Priscila, na sala de TV, conversa com Terezinha Shibuta, diretora voluntária do Abrigo Feminino Santa Clara (que segura o filho de Priscila), e o coordenador do abrigo, Roberto Naiber Willis Torrico (Fotos: Adriano Rosa)

A ex-moradora de rua Priscila, na sala de TV, conversa com Terezinha Shibuta, diretora voluntária do Abrigo Feminino Casa Santa Clara (com o filho de Priscila), e o coordenador do abrigo, Roberto Naiber Willis Torrico (Fotos: Adriano Rosa)

Protagonismo

“Na metodologia do abrigo, nós trabalhamos a autonomia e o protagonismo. Elas não são obrigadas a entrar ou a sair, mas as que realmente mudaram de vida permaneceram em média sete a oito meses”, diz Roberto Naiber Willis Torrico, coordenador do Abrigo Feminino Casa Santa Clara, que é ligado à Cáritas, entidade da igreja católica. “Nosso trabalho é feito para pessoas excluídas que tiveram seus direitos violados”, define o coordenador.

Há 19 anos, a Cáritas cuida de pessoas de rua em Campinas, afirma a voluntária Terezinha Y. Ikeda Shibuta, diretora do Abrigo Feminino Casa Santa Clara. A Cáritas também foi pioneira em 1995, quando criou a Associação Casa dos Amigos do São Francisco, que deu origem à cooperativa de reciclagem. Naquela ocasião, era um abrigo/dia no Centro da cidade, com banho, café da manhã, barbeiro, lavanderia, assistente social e psicólogo. Antes da criação do abrigo feminino noite/dia, portanto, já existiam outros abrigos, mas não havia um só para mulheres (com ou sem filhos), alinhado à Tipificação Nacional de Assistência Social, voltado portanto para a reconstrução de vida.

Criado há um ano, o abrigo Casa Santa Clara foi o primeiro em Campinas a receber somente mulheres e filhos; em 12 meses atendeu 28 mulheres e nove crianças, ajudando na reconstrução de suas vidas   (Fotos Adriano Rosa)

Criado há um ano, o abrigo Casa Santa Clara foi o primeiro em Campinas a receber somente mulheres e filhos; em 12 meses atendeu 28 mulheres e nove crianças, ajudando na reconstrução de suas vidas (Fotos Adriano Rosa)

O cenário

Em 1997, nasceu ao lado da Casa São Francisco o espaço Santa Clara, basicamente com a mesma estrutura de serviço dia misto. Em pouco tempo, as duas casas se fundiram em uma só, com mais de 30 voluntários. O trabalho teve início com doações e depois ou a receber verba da Prefeitura. avam por lá uma média de 130 pessoas atendidas. Em 1998 foi criado o Serviço de Atendimento e Recolhimento Social (Sares) de Campinas e o Centro Pop, também em conformidade com a Tipificação Nacional de Assistência Social.

O cenário da assistência social aos poucos foi se transformando na cidade. Até que, em julho de 2014, a antiga Casa Santa Clara foi fechada e surgiu a proposta de criar um abrigo feminino para mulheres que viviam nas ruas. “Havia mulheres com crianças nas ruas, grávidas ou sozinhas, em situação de risco, que não tinham para onde ir”, lembra Terezinha. A Prefeitura fez o levantamento do perfil dessa população, divulgou o edital em 2014 e a Cáritas apresentou o projeto.

“Achamos uma casa grande no Jardim Leonor, contratamos gente para a capacitação e montamos o projeto”, conta a voluntária. “Se o homem sofre violência na rua, imagine o que sofrem as mulheres”, preocupa-se Terezinha. “Elas são muito fortes.” Essa pauta já aparecia no Fórum de Situação de Rua que acontece mensalmente há quatro anos em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, todas as terceiras terças-feiras do mês. Os próprios moradores de rua já se preocupavam com isso.

Natália utiliza o computador do abrigo, enquanto cuida de seu filho no Abrigo Feminino Casa Santa Clara, ligado à Cáritas   (Fotos: Adriano Rosa)

Natália utiliza o computador enquanto cuida de seu filho no Abrigo Feminino Casa Santa Clara, ligado à Cáritas que trabalha com moradores de rua há 19 anos (Fotos: Adriano Rosa)

Noite e dia

Desde o dia 29 de setembro de 2014 as mulheres que viviam nas ruas de Campinas aram a ter um abrigo aberto 24 horas onde podem ser acolhidas. A inauguração oficial aconteceu dia 19 de outubro de 2014. As mulheres são encaminhadas pela rede de assistência social mantida pela istração municipal. O trabalho de abordagem na rua e o recolhimento espontâneo são realizados pelos técnicos da Prefeitura.

A primeira mulher a morar no abrigo foi Natalícia, enfermeira que veio de Minas Gerais para tentar uma vida melhor em Campinas. Ela fazia curso de Teologia no Colégio Pio XII quando sofreu um acidente e ficou na rua. Aceitou permanecer sete meses no abrigo e saiu com a vida reorganizada.  “O objetivo é que aqui seja uma agem”, destaca a voluntária Terezinha. “Se a seguramos demais, ela fica dependente”, completa o coordenador Naiber. “Se ela quer fazer arte, nós encaminhamos; se quer esporte, também indicamos. E no abrigo ela pode ficar com o filho.”

Aos 70 anos, a fisioterapeuta Terezinha é voluntária há mais de 30 anos porque acredita que uma sociedade feliz precisa se ajudar; ela já ou por dificuldades e contou com a ajuda voluntária que mudou sua vida, hoje se deica ao abrigo, ao lado do boliviano Naider que coordena os trabalhos da casa   (Fotos: Adriano Rosa)

Aos 70 anos, a fisioterapeuta Terezinha é voluntária desde 1980 porque acredita que uma sociedade feliz precisa se ajudar; ela já contou com a ajuda de voluntários que mudaram sua vida, hoje dedica-se ao abrigo, ao lado do coordenador Naider (Fotos: Adriano Rosa)

Conforto e segurança

Uma assistente social, uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional atendem as moradoras das 8h às 21h. O atendimento é individualizado. Elas podem entrar e sair da casa sempre que quiserem, desde que cumpram as regras: é proibido entrar com droga ou arma, não pode haver briga física e cada uma tem de construir o seu projeto de vida, o que eles chamam de Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU). Todas têm cama, banheiro, refeições, o a televisão e computadores, lavanderia e tudo que necessitam. As famílias só são procuradas pelos voluntários ou técnicos se elas assim desejarem. Hoje o abrigo tem 13 mulheres e quatro crianças. A capacidade é para 25 pessoas.

“São elas que escrevem suas histórias, não somos nós. Apenas ajudamos a encaminhar”, conta Naiber. Ele lembra do caso de Leila (nome fictício), a menina que chegou ao abrigo aos 18 anos depois de ar por abrigos de menores. A adolescente deu mais trabalho que as demais mulheres, em função da idade, mas hoje trabalha como vendedora em um shopping e mora em uma república de meninas.

Mais valor à vida

Priscila, que preferiu as ruas à submissão ao sogro, já está com a mala pronta para viver em Minas Gerais. Ela também se sente pronta agora para uma nova vida, longe das drogas e bebidas. “O abrigo me ajudou muito”, fala sorridente a primeira grávida a chegar ao Abrigo Feminino Casa Santa Clara, onde ela teve o bebê e todas as condições para cuidar dele.

“Se eu não estivesse aqui, ele não estaria comigo, porque eu teria perdido. O Conselho (Tutelar do Menor) veio aqui conhecer o lugar, porque como moradora de rua eu perderia meu filho”, diz já em outro tom de voz, citando nomes e idades dos outros quatro filhos que foram afastados dela.

“Viver em situação de rua é horrível. A gente dorme e não sabe se vai levantar. Eu usava crack, maconha, pinga, tudo”, lembra Priscila, criada pelos avós paternos enquanto sua mãe estava presa. “O abrigo mudou minha vida e eu aprendi com meu último filho a dar mais valor à vida.”

Voluntariado

A voluntária Terezinha, hoje com 70 anos, também é protagonista de sua própria história. “Nasci com raquitismo porque minha mãe, que saiu do Japão por causa da guerra (II Guerra Mundial), não tinha o que comer. Sei o que é ar fome. Mas tudo que amos é experiência de vida, sempre falo isso para elas. Eu recebi muita ajuda, desde um vizinho que nos dava um sabonete até coisas maiores. Em Fartura, onde nasci, meus pais trabalharam na lavoura e tiveram 9 filhos. Depois fomos para São Paulo, onde o diretor de uma escola mudou minha vida porque foi nos chamar para ir à escola. Eu tinha 11 anos e havia parado de estudar. Mais tarde, cursei Fisioterapia na USP em 1968. Eu não estaria aqui se não fosse o diretor. Com a luta, nós vemos que é possível. Na universidade, fui excluída por ser pobre, ninguém me cumprimentava, mas eu seguia.”

Terezinha é voluntária desde a década de 80, teve quatro filhos com seu marido que há cinco anos faleceu, e hoje vive sozinha, mas dedica-se ao abrigo feminino e ao trabalho de fisioterapia. “O trabalho voluntário não é tempo gasto. Nós ganhamos por ajudar. O objetivo é ver uma comunidade mais feliz”, diz a fisioterapeuta.

O Abrigo Feminino Casa Santa Clara conta com o trabalho voluntário de cerca de 35 pessoas, entre digitadores, diretores e mantenedores. Parte do grupo fica em São Paulo, cerca de 16 pessoas, que contribuem com o abrigo arrecadando fundos para a entidade. Eles vão de loja em loja procurar cupons fiscais. “A verba da prefeitura, as doações e os mantenedores não cobrem todas as despesas. Em abril, conseguimos R$ 13 mil só de cupons arrecadados. Precisamos de mais voluntários e mais doações”, apela Terezinha, que comemora a criação de um site para o abrigo, previsto para entrar no ar ainda em 2015. A expectativa é aumentar a visibilidade, tornar-se mais conhecida e conseguir atender as mulheres de rua que precisam da ajuda voluntária das pessoas.

A elaboração do site é parte do trabalho de Rita Lunardi, jornalista e professora de Marketing da PUC-Campinas. Ela desenvolve com a direção da Cáritas um projeto de Extensão em Comunicação Integrada, pela PUC-Campinas, capacitando voluntários para serem divulgadores da Cáritas Arquidiocesana de Campinas. “O trabalho da entidade é sério e de muita dedicação. Os resultados são vidas que se transformam.”

DADOS ESTATISTICOS – abrigo feminino

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Para dar vida à biblioteca pública 1d1p1y bibliotecária conta estórias e ganha apoio da comunidade /arquivos/4178 /arquivos/4178#comments Sat, 01 Aug 2015 14:19:40 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Educação]]> <![CDATA[Livros]]> <![CDATA[Biblioteca pública]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Espaço público]]> <![CDATA[Lazer e cultura]]> <![CDATA[Literatura infantil]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=4178 <![CDATA[Por Adriana Menezes Era uma vez, uma contadora de estórias que vivia dentro de um bosque… Foi contando e recontando suas estórias, povoando as mentes das crianças com personagens de contos de fadas e trazendo para a vida real um mundo mais bonito de se ver que a bibliotecária Márcia Regina Basso Miklos ou 28 ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes

Era uma vez, uma contadora de estórias que vivia dentro de um bosque…

Foi contando e recontando suas estórias, povoando as mentes das crianças com personagens de contos de fadas e trazendo para a vida real um mundo mais bonito de se ver que a bibliotecária Márcia Regina Basso Miklos ou 28 anos de sua vida a cuidar da Biblioteca Pública Infantil Monteiro Lobato, dentro do Bosque dos Italianos, em Campinas. Agora que chegou a hora de se aposentar, Márcia se dá conta da longevidade de seu trabalho ao receber visitas e homenagens de avós, pais e filhos que mergulharam no seu mundo onírico e rearam suas experiências para as futuras gerações.

“Guardei as carteirinhas das crianças desde 1985. Tem gente que sai daqui chorando, porque trazia os filhos e agora traz os netos. Quem entra em uma biblioteca precisa sair emocionado”, diz Márcia em um dos seus últimos dias de trabalho na Biblioteca Monteiro Lobato, que integra o sistema municipal de bibliotecas públicas de Campinas composto por apenas cinco unidades fixas e um ônibus biblioteca itinerante.

Nascida em Campinas, Márcia lembra que não teve muita leitura na sua infância, mas já gostava do lúdico e das fadas. Não imaginava que um dia seria declarada ‘Fada Madrinha’ pelo poeta João Proteti. “Tudo que construí foi com muito amor e com a ajuda de todos”, falou Márcia durante a homenagem que recebeu da Associação Amigos do Bosque dos Italianos, na presença de pais, crianças, integrantes da Associação e da Secretaria Municipal de Cultura.

Associação de Moradores Amigos do Bosque dos Italianos e a equipe da Secretaria  Municipal de Cultura fez homenagem a Márcia Regina pelos 28 dedicados à biblioteca; a bibliotecária vai se aposentar e já deixa saudade no bosque

A Associação dos Amigos do Bosque dos Italianos e a equipe da Secretaria Municipal de Cultura fizeram homenagem a Márcia Regina pelos 28 dedicados à biblioteca; a bibliotecária vai se aposentar e já deixa saudade no bosque

Fazer a criança gostar

Quando concluiu seu curso de Biblioteconomia na PUC-Campinas na década de 70, Márcia lembra que não se imaginava trabalhando com crianças. “Eu não sabia que tinha essa habilidade. Entrei aqui e pensei: será que tenho jeito pra isso? O que vou fazer?”, conta a sua história. A bibliotecária diz que definiu como meta fazer as crianças gostarem de ir à biblioteca. Recorreu ao curso de teatro que fez na adolescência e começou a contar estórias para as crianças.

Márcia definiu como desafio fazer com que as crianças tivessem algum tipo de emoção na biblioteca, uma experiência marcante, e começou a contar estórias: "A criança quando vem não quer entrar, depois ela não quer sair"   Foto: Adriano Rosa

Márcia definiu como desafio fazer com que as crianças tivessem algum tipo de emoção na biblioteca, uma experiência marcante, e começou a contar estórias: “A criança quando vem não quer entrar, depois ela não quer sair” (Foto: Adriano Rosa)

Com cada grupo de alunos que chega à biblioteca, ela bate um papo e apresenta o Baú de Surpresas. E assim começa a aventura. “A criança quando vem não quer entrar, depois ela não quer sair. É isso que eu quero, que saia falando do lugar. Sou apaixonada pelo que faço e estou realizada profissionalmente , porque eu sei que ajudei muita gente aqui”, fala com convicção, lembrando de mães que queriam livros sobre educação dos filhos, e ela encontrava; livros sobre como fazer a criança escovar os dentes, ela também achava; ou sobre criança que chora muito, e lá estava na biblioteca. “Eu ajudei através dos livros.” Márcia também organizou uma hemeroteca e durante 20 anos reuniu textos sobre curiosidades como quem descobriu o chiclete, ou por quê se come chocolate na Páscoa, como surgiu o sapato, por quê a cigarra canta e morre…

De geração em geração

No meio da festa, lá estava Ricardo Rosada Bárbara de Oliveira, de 8 anos, morador do Jardim Chapadão e frequentador da biblioteca desde os 6 anos. “Ela (Márcia) é legal porque mostra e empresta os livros”, explica Ricardo. “É uma boa biblioteca. Tem gibis antigos aqui, sabia?” A sua mãe, Andrea Rosada, de 39 anos, visitava o mesmo espaço quando tinha 11 anos, levada por sua mãe. “Antes de ter meu filho, eu trouxe também um sobrinho, que hoje tem 17 anos. E eu já trouxe meus alunos”, relata a mãe e professora. “Faz parte de minhas lembranças de infância, um lugar que eu gostava, um refúgio”, diz Andrea, que conheceu ali autores como Monteiro Lobato, Ruth Rocha e Ziraldo.

Ricardo, de 8 anos, conheceu muitos livros e gibis apresentados por Márcia, que fez o mesmo com Andrea, mãe de Ricardo

Ricardo, de 8 anos, conheceu muitos livros e gibis apresentados por Márcia, que fez o mesmo com Andrea, mãe de Ricardo

“É muito importante manter um espaço como esse. Chegou a ser fechado, mas graças à Associação de Moradores ela reabriu”, conta a mãe de Ricardo. Para ela, deveria haver bibliotecas em espaços públicos mais frequentados, como o Parque Taquaral. “Aqui no bosque você pode ler, brincar, fazer caminhada, fazer piquenique. É um espaço público onde podemos levar as crianças.”

Cinco unidades para mais de 1 milhão

A coordenadora setorial de Bibliotecas Municipais da Secretaria de Cultura de Campinas, Marinês de Campos Ribeiro, concorda com Andrea. “Sabemos que são poucas, mas existem muitas bibliotecas comunitárias e temos o ônibus itinerante, que nos permite atender 40 bairros. É uma forma de incentivar a leitura”, afirma a coordenadora. Segundo ela, vai ser difícil achar alguém que substitua a bibliotecária Márcia. “Precisa ser dinâmico, ter visão, saber atender pais e filhos, estar atento a tudo e fazer a criança viajar aqui dentro.”

Marinês é responsável pelas bibliotecas municipais “Prof. Ernesto Manoel Zink” (Centro), “Guilherme de Almeida” (Sousas), “Joaquim de Castro Tibiriçá” (Bonfim), “Monteiro Lobato” (Jardim Chapadão) e Espaço Cultural Cora Coralina (Vila Padre Anchieta), além do ônibus biblioteca.

A bibliotecária Márcia diz que se preocupa com a continuidade do seu trabalho realizado a duras penas, sempre com apoio de moradores e frequentadores da biblioteca que garantiram a sobrevivência do espaço. Aos 64 anos, ela acha que está em boa hora para se aposentar, mas não tem certeza se vai conseguir ficar longe do seu trabalho. “Eu vou sentir muita falta. Minha vida foi aqui. Já me fizeram propostas para continuar, mas vou dar um tempo para depois avaliar.”

A biblioteca possui um acervo de mais de 4.400 livros, além de gibis, discos, brinquedos e jogos  Foto: Adriano Rosa

A biblioteca possui um acervo de mais de 4.400 livros, além de gibis, discos, brinquedos e jogos (Foto: Adriano Rosa)

Salva pela ação de moradores

Desde 1985 a unidade “Monteiro Lobato” está instalada no Bosque dos Italianos, após transferência do Bosque dos Jequitibás. Hoje são mais de 4.400 livros,  além de jogos, discos, gibis e brinquedos. Mas houve muita pedra no caminho de lá até aqui, conta Madalena Meloni de Oliveira, da Associação dos Amigos do Bosque, fundada em 2001. A biblioteca foi fechada em 2008 devido ao péssimo estado de conservação.

“Não dava para usar, o prédio estava abandonado, a Associação estava preocupada com a conservação e nós mesmos colocávamos lona plástica para proteger os livros. Com recursos da própria associação, doações de comerciantes e outras empresas, conseguimos levantar a verba para a reforma e a prefeitura entrou com a mão de obra. Também conseguimos que a Sanasa adotasse o Bosque, entre 2008 e 2013. A reforma iniciou em 2011 e terminou em 2012.”

A Biblioteca Monteiro Lobato ficou fechada durante quatro anos, entre 2008 e 2012, durante reforma que ampliou o espaço e garantiu a preservação do espaço de lazer e cultura  Foto: Adriano Rosa

A Biblioteca Monteiro Lobato ficou fechada entre 2008 e 2012 para reforma e ampliação; Associação de moradores levantou a verba e a prefeitura entrou com a mão de obra. Espaço público de lazer e cultura foi salvo pela ação da comunidade (Foto: Adriano Rosa)

Para Paulo Ferreira de Camargo, da Associação de Moradores, tudo aconteceu graças à pressão e ação dos moradores. “Entramos com a cara e a coragem. E neste período a nossa bibliotecária (Márcia) foi transferida para a Estação Cultura, mas depois voltou”, diz Paulo. Márcia lembra que a biblioteca realmente sobreviveu graças ao empenho e engajamento dos moradores. “Se eu precisava de lâmpada, eles cuidavam de colocar. A verdade é que isso daqui deveria acontecer em outros lugares de Campinas. Depende muito da ação da comunidade”, conclui a contadora de estórias, que começa agora um novo capítulo de sua história.

Já a história da Biblioteca Pública Infantil Monteiro Lobato, que marcou para sempre as vidas de crianças e adultos do bairro, vai continuar pelas mãos de outras ‘fadas madrinhas’. Até aqui, foi o amor da bibliotecária pelos livros e a ação conjunta da comunidade que garantiram a preservação de um dos poucos espaços públicos de lazer e cultura na cidade, que via de regra têm sido desprezados pelos governos.

Na entrada, o visitante já se depara com a 'sugestão' de Monteiro Lobato, autor que dá nome à biblioteca pública instalada no Bosque dos Italianos  Foto: Adriano Rosa

Na entrada, o visitante já se depara com a ‘sugestão’ de Monteiro Lobato, autor que dá nome à biblioteca pública instalada no Bosque dos Italianos (Foto: Adriano Rosa)

Márcia ganhou festa de despedida e comemorou entre moradores, frequentadores da biblioteca e os amigos da associação de bairro e da Secretaria de Cultura

Márcia ganhou festa de despedida e comemorou entre moradores, frequentadores da biblioteca e os amigos da associação de bairro e da Secretaria de Cultura

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Mobilização e capacitação são fundamentais para eficácia do Orçamento Participativo 3i693t diz especialista /arquivos/3662 /arquivos/3662#comments Fri, 12 Jun 2015 15:27:49 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Campinas 250 anos]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[RMC - Região Metropolitana de Campinas]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Política pública]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3662 <![CDATA[José Pedro Martins A mobilização da sociedade civil e a capacitação dos envolvidos no processo são ingredientes fundamentais para a continuidade e a eficácia das práticas de Orçamento Participativo e para o fortalecimento desse e outros instrumentos como política pública de participação democrática no Brasil. A opinião é de Ailton de Souza, bacharel em Ciências Sociais, ...]]> <![CDATA[

José Pedro Martins

A mobilização da sociedade civil e a capacitação dos envolvidos no processo são ingredientes fundamentais para a continuidade e a eficácia das práticas de Orçamento Participativo e para o fortalecimento desse e outros instrumentos como política pública de participação democrática no Brasil. A opinião é de Ailton de Souza, bacharel em Ciências Sociais, mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília e doutorando em Ciência Política pela Unicamp, e professor licenciado na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

Membro do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva (Nepac), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Ailton de Souza fez um trabalho de pesquisa justamente sobre o processo de Orçamento Participativo em Porto Alegre (RS), o pioneiro da prática no país. Como consequência da mobilização pela redemocratização do país pós-ditadura e das conquistas obtidas com a Constituição Federal de 1988,  o OP ou a ser praticado em Porto Alegre, no governo de Olivio Dutra, do Partido dos Trabalhadores (PT), desde 1989. Depois da capital gaúcha, o Orçamento Participativo foi adotado em várias outras cidades brasileiras.

Adotado em outras cidades do mundo

Em 1996, a Conferência Habitat II, em Istambul, na Turquia, reconheceu o Orçamento Participativo como “Prática Bem Sucedida em Gestão Local”. Trata-se, portanto, de um conceito sólido e difundido internacionalmente. Instrumentos semelhantes foram adotados por cidades como Rosário (Argentina), Montevideu (Uruguai), Bruxelas (Bélgica) e Toronto (Canadá). Em outubro de 2007 foi criada a Rede Brasileira de Orçamento Participativo.

O foco da pesquisa de Ailton de Souza foi verificar como se deu a continuidade do Orçamento Participativo em Porto Alegre, com a mudança de governos do PT (depois de 16 anos no poder) para o PMDB, com José Fogaça (inicialmente no PPS), em 2005. Fogaça foi reeleito em 2008, permanecendo no cargo até 30 de março de 2010, quando renunciou para se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul.

Em sua pesquisa, Ailton de Souza identificou “um declínio em Porto Alegre do Orçamento Participativo, que tinha muito a marca do PT”. Um dos sinais da redução de seu impacto foi a diminuição significativa do percentual do orçamento municipal reservado à destinação para obras definidas pelo Orçamento Participativo. Houve no governo Fogaça, nota o pesquisador, a criação do instrumento denominado Governança Solidária Local (GSL), “que na prática competia com o OP”, observa Souza. No caso de Porto Alegre, ficou evidente como o OP dependeu da agenda do gestor público municipal.

Empoderamento

Um ponto essencial, para o pesquisador do Nepac-Unicamp, é que a continuidade e a própria eficácia das práticas do OP dependem “da mobilização da sociedade civil, e e se existe uma capacitação para o empoderamento dos participantes dos processos”, destaca. Souza lembra que, em Porto Alegre, contribuiu historicamente para o fortalecimento (no governo petista) do OP como política pública a capacitação dos envolvidos, por organizações da sociedade civil como o Cidade – Centro de Assessoria e Estudos Urbanos.

Mais recentemente, informa Souza, instituições universitárias – como a Universidade Federal de Minas Gerais – têm se preocupado com a capacitação de agentes de instrumentos como o OP, mas também de Conselhos Municipais. “As capacitações são fundamentais, para a difusão de conceitos de teoria política, teoria democrática”, diz Souza, lembrando que muitos membros de Conselhos Municipais, em vários pontos do país, “ainda não têm clareza, por exemplo, sobre o papel desses Conselhos, se eles são consultivos ou deliberativos”.

As conferências, municipais, estaduais e nacionais, são outra modalidade emergente de participação da sociedade, diz Ailton de Souza. Mas, assim como os OPs e Conselhos Municipais, também são instrumentos em construção, de qualquer forma fundamentais para a ampliação da democracia no Brasil. “Um ponto importante a ser analisado hoje é a efetividade dessas práticas, o que esses instrumentos têm significado em termos de mudanças reais para a população. Essa é uma linha de pesquisa que tem avançado”, acrescenta o pesquisador do Nepac-Unicamp.

 

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Cambuí Walking Tour incentiva a mobilidade urbana sustentável com mapa para caminhada de descobertas 6l6n32 /arquivos/3475 /arquivos/3475#comments Wed, 27 May 2015 16:43:45 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Campinas 250 anos]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Comportamento]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[Mobilidade urbana]]> <![CDATA[Novos hábitos]]> <![CDATA[Sustentabilidade]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3475 <![CDATA[Como incentivar a mobilidade urbana sustentável, as caminhadas, o uso da bicicleta e, ao mesmo tempo, as relações mais pessoais? Com estas questões na cabeça, 15 empreendedores do bairro Cambuí uniram-se para achar uma solução, que resultou na criação do Cambuí Walking Tour, um mapa que sugere um roteiro para caminhada. No dia 30 de ...]]> <![CDATA[

Como incentivar a mobilidade urbana sustentável, as caminhadas, o uso da bicicleta e, ao mesmo tempo, as relações mais pessoais? Com estas questões na cabeça, 15 empreendedores do bairro Cambuí uniram-se para achar uma solução, que resultou na criação do Cambuí Walking Tour, um mapa que sugere um roteiro para caminhada.

No dia 30 de maio, haverá uma distribuição gratuita do mapa, entre as 9h e 11h, que será realizada pela empresa Eco Bike, de serviços de entregas por bicicleta. O roteiro incluirá o Largo Santa Cruz, a Feira Livre da Rua Maria Monteiro, a Igreja Nossa Senhora das Dores e o Centro de Convivência Cultural.

Capa do mapa elaborado e distribuído por 15 empreendedores do Cambuí que se uniram para chamar a atenção para a mobilidade urbana

Capa do mapa elaborado e distribuído por 15 empreendedores do Cambuí que se uniram para chamar a atenção para a mobilidade urbana

O Cambuí Walking Tour orienta uma caminhada de descobertas pelas arborizadas e planas ruas do Cambuí. O mapa foi elaborado com o objetivo de estimular a prática de andar a pé e o prazer de (re)conhecer lugares que am despercebidos, devido a transformações urbanas ou por estarem ali há tanto tempo que já não chamam mais a atenção.

Além de incentivar a mobilidade urbana sustentável e as relações mais pessoais, os empreendedores também pretendem valorizar os produtos autorais de seus estabelecimentos, todos eles organizados por pequenos produtores.

Os produtos autorais são capazes de proporcionar uma experiência muito mais pessoal, de vínculo direto entre quem produz e quem busca este tipo de produtos e serviços carregados, além de tudo, de emoção.

O mapa Cambuí Walking Tour sugere um roteiro para caminhada no Cambuí   Crédito foto: Martinho Caires

O mapa Cambuí Walking Tour sugere um roteiro para caminhada no Cambuí Crédito foto: Martinho Caires

Ao todo são 15 parceiros entre cafés, restaurantes, docerias, moda, hostel, craft e serviços, que podem ser percorridos numa caminhada de pouco mais de 1 quilômetro. No dia 30/05, cada participante do guia fará alguma ação individual condizente com seu estabelecimento, além de distribuir gratuitamente o mapa.

 

Cambuí Walking Tour

Participantes: 15 estabelecimentos focados em produção autoral/artesanal e serviços.

Maria Antonieta (bistrô – boulangerie e pâtisserie)

The MIX Bazar (loja, estúdio criativo e co-working)

Maialini (restaurante artesanal italiano)

Alexandre (aulas de francês)

Bendita Loja (Craft Moderno)

Interclass (português para estrangeiros)

Travel Mate (turismo, intercâmbio, viagens)

Duo Bruschetteria&Bottega (restaurante)

Cheesecakery (doceria)

Santa Costura de Todos os Panos (roupas femininas)

Gôla Gelatto Caffè (sorveteria, café e doceria)

Empório Viver (loja de produtos naturais e orgânicos)

Bolo da Madre (confeitaria e café)

Café Container (cafés especiais)

Cambuí Hostel (albergue e alojamento).

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Acúmulo de demandas do Orçamento Participativo impede que novos anseios sejam contemplados 562e4f /arquivos/3396 /arquivos/3396#comments Fri, 15 May 2015 17:41:31 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[cidadania]]> <![CDATA[comunidades]]> <![CDATA[inclusão social]]> <![CDATA[orçamento participativo]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3396 <![CDATA[A informatização de todos os serviços de saúde da rede municipal, a ampliação dos recursos humanos nas unidades de atendimento da istração Regional (AR) 8 e a reforma do Centro de Saúde 31 de Março estão entre as 173 demandas do Orçamento Participativo de Campinas, 35 delas só da área de saúde. Todas aguardam a ...]]> <![CDATA[

A informatização de todos os serviços de saúde da rede municipal, a ampliação dos recursos humanos nas unidades de atendimento da istração Regional (AR) 8 e a reforma do Centro de Saúde 31 de Março estão entre as 173 demandas do Orçamento Participativo de Campinas, 35 delas só da área de saúde. Todas aguardam a aprovação na Câmara Municipal para que sejam incluídas no Orçamento Municipal de 2015.

Outras 50 demandas ficaram agendadas, após análise de viabilidade técnica e financeira por secretarias municipais, para serem propostas ao projeto orçamentário de 2016. O acúmulo de demandas levou à decisão de não realizar assembleias do Orçamento Participativo (OP) no ano de 2015, impedindo assim que novas reivindicações das comunidades sejam encaminhadas.

Em 2014, foram realizadas 25 assembleias de OP, entre 17 de março e 5 de junho, envolvendo 4.372 participantes cadastrados. Houve a discussão de 369 demandas no total, das quais 173 tiveram aprovação do fórum de representantes (composto por 860 pessoas), que faz análise de viabilidade técnica. De acordo com o procedimento, estas reivindicações que surgiram em assembleias nas comunidades são encaminhadas ao Executivo após aprovadas pelo fórum, depois seguem para a Câmara, que por sua vez dá a última palavra. Quando isso ocorre, o projeto já não aparece como demanda de OP.

14 anos de OP

A política de OP existe em Campinas há 14 anos. De acordo com o processo, as comunidades se organizam para discutir, a partir de suas necessidades, as prioridades de investimentos da prefeitura. Desde a implantação na gestão do prefeito Antonio da Costa Santos (PT), em 2001, foram executadas 530 demandas de OP de um total de 664 obras e programas públicos direcionados.

O Orçamento Participativo nasceu de experiências de democracia participativa na região Sul do Brasil, em meados dos anos de 1980, e hoje é praticado em diversos municípios brasileiros. O modelo já foi replicado em alguns lugares da América Latina, EUA, Canadá e Europa.

Os números

Dentre as 173 demandas incorporadas ao projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, a área de saúde lidera o ranking, com 35, seguida de assistência social e cidadania (29), educação (25), pavimentação (17), esportes e lazer (11), segurança pública (dez), transporte e circulação (nove), saneamento (oito), iluminação (sete), meio ambiente (seis), cultura e desenvolvimento econômico empataram, com cinco demandas cada um; trabalho e renda (quatro) e habitação (duas).

Dezenove demandas – do total de 369 que entraram em discussão – foram contempladas em 2014; 27 já haviam sido atendidas em 2013; 86 continuam em estudo, sete estão sendo reorientadas, duas ainda precisam ser repensadas e em oito foram detectados problemas.

Os 120 conselheiros do biênio 2014/2016 conselheiros foram eleitos nas assembleias, que também definem os temas prioritários para cada região e segmento. Pelo processo do OP, as comunidades se organizam para discutir, a partir de suas necessidades, as prioridades de investimentos das prefeituras. Estas, por meio de suas secretarias, atuam como instâncias de filtro, propiciando estudos de viabilidade técnica e econômica das demandas.

Combate ao racismo

Um dos projetos que nasceu no OP foi o Centro de Documentação, Cultura, Pesquisa e Política Negra, previsto em Campinas desde 1992, pela lei municipal 6.930, mas que ainda não foi regulamentada. O processo de regulamentação exigirá a elaboração de orçamento próprio, estabelecimento da estrutura funcional e eleição de um conselho deliberativo.

Dentre as atribuições está promover o resgate e o desenvolvimento cultural da comunidade afrodescendente; promover suas origens mediante a coleção em acervo público de peças, documentos e adornos que ilustrem o período da escravatura; promover pesquisas e eventos sobre as realidades extemporânea e contemporânea da população afrobrasileira etc.

Fonte: Informações obtidas com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Cidadania, Assistência e Inclusão Social da Prefeitura Municipal de Campinas.

 

 

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