Agência Social de Notícias 4n4v4 Ciência Notícias Wed, 11 Jun 2025 09:55:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.1.41 Pingue 421x5c pongue: O estímulo ao estudo da matemática na escola e a independência tecnológica do País /arquivos/6884 /arquivos/6884#comments Tue, 26 Apr 2016 21:01:20 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Educação]]> <![CDATA[Ciência]]> <![CDATA[Ciência nacional]]> <![CDATA[Independência tecnológica]]> <![CDATA[Matemágicas]]> <![CDATA[Matemática em toda parte]]> <![CDATA[Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa]]> <![CDATA[Paixão por matemática]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=6884 <![CDATA[Por Adriana Menezes Ele ensina matemática pela internet e utiliza todos os recursos de linguagem e imagem possíveis que o aproximem do seu público, formado por jovens estudantes. Leo Akio Yokoyama é um apaixonado pelo ensino da matemática. Além de manter um canal de vídeos com aulas de matemática no YouTube, ele apresenta o programa ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes 10r4b

Ele ensina matemática pela internet e utiliza todos os recursos de linguagem e imagem possíveis que o aproximem do seu público, formado por jovens estudantes. Leo Akio Yokoyama é um apaixonado pelo ensino da matemática. Além de manter um canal de vídeos com aulas de matemática no YouTube, ele apresenta o programa “Matemática em toda parte II”, do canal TV Escola, do Ministério da Educação (MEC).

Graduado pela Unicamp, com mestrado e doutorado na área de educação em matemática, Leo também dá aulas presenciais e não apenas no mundo digital. Ele é professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e dedica-se a formar professores dos anos iniciais.

Em todos os canais ele tenta mostrar outros caminhos para o entendimento da matemática, que vão muito além de decorar tabuadas e fórmulas. Segundo ele, metodologias tradicionais podem eliminar a curiosidade dos alunos. “O método tradicional de ensino de matemática sempre foi desestimulante.”

Em entrevista pingue-pongue (abaixo), Leo Akio fala sobre ensino de matemática e da importância dessa disciplina na formação geral do aluno. Para ele, por exemplo, a matemática tem um papel fundamental no desenvolvimento de um país: “desenvolver tecnologia nacional significa ser independente”, diz.

matematica Leo Akio univesp

Despertar o interesse pela matemática está se tornando mais fácil ou mais difícil no Brasil?

Leo Akio – O ideal seria consultar alguém de história do ensino de matemática no Brasil, mas eu acredito que a criança é sempre interessada. É o sistema de ensino que vai retirando essa curiosidade natural dela, infelizmente. O método tradicional de ensino de matemática sempre foi desestimulante e isso vem de muito tempo. Você deve se lembrar que teve que decorar a tabuada, os procedimentos de adição (“vai 1”), de subtração (“pede emprestado”), de multiplicação, de divisão etc. Isso faz com que a matemática se torne chata, muito chata! Quando o aluno chega à adolescência, lá pelo 6º ano do ensino fundamental, essa visão da matemática, que exige decorar os conteúdos, já está consolidada.

Como despertar o interesse pela matemática nos jovens?

Leo Akio - Desde a educação infantil é necessário mostrar a matemática como algo que trabalha com o raciocínio lógico. Por exemplo, ensinar o que é um triângulo, um quadrilátero, sucessor, antecessor, número, numeral, algarismo, unidade, dezena, centena, número par, ímpar etc. Isso tudo é importante, mas não basta. Depois que o aluno entender esses conceitos, ele deve ser desafiado com jogos e por meio da resolução de problemas que estimulem o raciocínio. Com questões como: qual o resultado da soma de dois números ímpares? Por que você acha que o resultado é um número par? Será que isso acontece sempre? A soma de três números ímpares pode dar como resultado 10? Resposta: não! Por quê? E existem o que eu chamo de “matemágicas” que servem para intrigar os alunos. Exemplo:

Que mágica é essa?! Os números e a invenção do computador

Em sua opinião, qual a importância da divulgação científica e da popularização da matemática?

Leo Akio – Considero muito importantes. Um bom exemplo de popularização da matemática é o livro de ficção “O homem que calculava“, de Malba Tahan. Quando eu era adolescente, tentava resolver os desafios propostos. Um dos objetivos do programa “Matemática em Toda Parte II” é justamente mostrar as aplicações da matemática no dia-a-dia e em diversas profissões (o programa Matemática em toda parte II é uma série de treze episódios que contextualiza o saber matemático nas diversas atividades cotidianas).

É possível fazer com que o estudante enxergue as aplicações da matemática – da álgebra, ou trigonometria, por exemplo – na sua vida prática?

Leo Akio – Eu penso que sim, porém é importante destacar que, não é porque algo é útil que deve ser estudado e estar no currículo. Por exemplo, as séries de Fourier * são importantíssimas na área de música digital, mas nem por isso esse conteúdo é ensinado no ensino básico. Por outro lado, existem assuntos que aparentemente não têm aplicabilidade, mas são extremamente úteis para o desenvolvimento do raciocínio lógico e da argumentação. Por exemplo, entender que a quantidade de números pares é exatamente a mesma de números naturais. Ou que existem conjuntos de infinitos maiores que outros. Também acredito que educação financeira é assunto importantíssimo, que deveria estar no currículo.

https://www.youtube.com/playlist?list=PLxxuPLq9LHx4zWjVpithVtKlAmgY5RhHo

Que tipo de benefício o Brasil pode ter se ampliar o número de estudiosos da matemática?

Leo Akio – O desenvolvimento do país depende das engenharias, de uma economia estável, das novas tecnologias, do avanço na ciência. Importar tecnologia custa muito caro para o Brasil. Se conseguíssemos desenvolver tecnologia nacional seria muito melhor porque isso nos daria independência. A matemática tem papel fundamental na formação dos profissionais que tem que estar à frente de projetos de inovação tecnológica.

Graduado pela Unicamp, com mestrado e doutorado na área de educação em matemática, Leo Akio é professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)    Foto: Arquivo pessoalGraduado pela Unicamp, com mestrado e doutorado na área de educação em matemática, Leo Akio é professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Foto: Arquivo pessoal

Existem métodos ou recursos específicos que ajudem a fazer isso acontecer?

Leo Akio - Existem, claro. O problema é que as pesquisas na área de educação e ensino de matemática não chegam à sala de aula. Os educadores já produziram diversos materiais, recursos tecnológicos, metodologias específicas para melhorar o aprendizado de matemática. O que falta é melhorar a formação dos professores de matemática ainda na universidade. Além disso, o governo precisa oferecer formação continuada. Um exemplo positivo é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), programa do governo federal voltado para professores dos 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental**.

Como surgiu seu interesse pela matemática?

Leo Akio – Desde que eu era criança meu pai já me propunha desafios de raciocínio lógico. Eu sempre gostei de pensar sobre eles e tentar resolvê-los sozinho. Na escola eu tinha facilidade nas aulas de matemática e ajudava meus colegas. Mas foi na época de cursinho pré-vestibular que fiz um curso chamado “Matemática aplicada à vida”, do professor Aguinaldo Prandini Ricieri, que existe até hoje. Foi graças a ele que decidi fazer faculdade de matemática na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde então, sigo apaixonado pelo ensino e pela pesquisa em educação matemática!

* Séries de Fourier: Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830) publicou em Teoria Analítica do Calor seus estudos pelos quais mostrou que qualquer função, por mais complicada que seja, pode ser decomposta como uma soma de senos e cossenos com amplitudes, fases e períodos escolhidos convenientemente.

**O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental..

Entrevista publicada na revista eletrônica Pré-Uninesp

(A matemática que está em toda parte e o seu papel)

 

]]>
/arquivos/6884/feed 0
Museu do Amanhã lança perguntas sobre o que podemos fazer por um futuro melhor 604h3r /arquivos/6044 /arquivos/6044#comments Fri, 19 Feb 2016 13:35:52 +0000 <![CDATA[Adriana Menezes]]> <![CDATA[Campinas 250 anos]]> <![CDATA[Cidadania]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Educação]]> <![CDATA[RMC - Região Metropolitana de Campinas]]> <![CDATA[Ambiental]]> <![CDATA[Ciência]]> <![CDATA[Conhecimento]]> <![CDATA[Futuro]]> <![CDATA[Museus]]> <![CDATA[Sustentabilidade]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=6044 <![CDATA[Por Adriana Menezes Promover um diálogo possível com o futuro e com a vida (na Terra ou no Cosmo) pode parecer uma proposta muito ousada para quem não acredita no amanhã, mas, para quem acredita, esse é o desafio. O Museu do Amanhã abraçou essa ideia e abriu suas portas há dois meses no Rio de ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes

Promover um diálogo possível com o futuro e com a vida (na Terra ou no Cosmo) pode parecer uma proposta muito ousada para quem não acredita no amanhã, mas, para quem acredita, esse é o desafio. O Museu do Amanhã abraçou essa ideia e abriu suas portas há dois meses no Rio de Janeiro, dia 19 de dezembro de 2015, na histórica Praça Mauá em frente à Baía da Guanabara. Dentro do museu, a ciência em linguagem poética conduz o visitante de forma sensorial e interativa.

A Agência Social de Notícias visitou e gostou. Antes de conhecer, gostou da iniciativa porque, em um país com 200 milhões de habitantes e apenas 3,2 mil museus mapeados (um para cada 62,5 mil habitantes), a criação de um novo museu deve ser sempre comemorada.

CAM05711

A despeito de não ser uma solução para as demais emergências do País, trata-se de um investimento na educação, na formação, na consciência e no futuro. Museu, afinal, é um espaço de compartilhamento do saber, lugar de conhecimento com um toque lúdico e aprazível. Com ou sem polêmica, o Museu do Amanhã é mais um patrimônio que merece ser conhecido e preservado.

Nossa responsabilidade

No lugar de respostas, o museu lança perguntas ao visitante, que não consegue sair de lá sem se sentir responsável pelo que fomos ontem, o que somos hoje e o que seremos amanhã. A exposição principal do museu experencial está organizada em cinco grandes temas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós. Dentro do tema Terra, a pergunta central é ‘Quem somos?’ No Antropoceno, a questão é ‘Onde estamos?’

CAM05745

O espaço é inovador em quase tudo: na tecnologia, na arquitetura, na organização do conteúdo, nos textos, na programação e, especialmente, na abordagem. O conteúdo faz um mix de museus de ciências, antropologia, história natural, tecnologia e arte. São dados oriundos de 80 entidades diferentes, nacionais e internacionais.

Construção coletiva

Nas instalações audiovisuais, o público interage, participa e reflete, sempre sob a perspectiva da sustentabilidade e dentro do fundamento conceitual de construção coletiva da civilização.

CAM05731

Nas primeiras três semanas, o museu recebeu mais de 100 mil visitantes. Para conseguir entrar, o visitante enfrentou filas de até três horas. Segundo os funcionários, há um controle necessário no fluxo para manter em média 2,3 mil pessoas na área interna.

CAM05702

O Museu do Amanhã, portanto, já entrou para a lista prioritária de atrações turísticas do Rio de Janeiro, inclusive por estar ao lado do Museu de Arte do Rio (MAR) e do centro histórico da cidade e zona portuária que am por processo de revitalização. Em janeiro teve início uma programação especial de palestras e atividades permanentes (museudoamanha.org.br).

Referências

O investimento do empreendimento foi de cerca de R$ 300 milhões, com recursos do Banco Santander, Fundação Roberto Marinho e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, em parceria público-privada (PPP), e apoio dos governos estadual e federal.

CAM05716

O visitante brasileiro que frequenta museus perceberá a semelhança que existe com os museus da Língua Portuguesa e do Futebol, em São Paulo, especialmente nos recursos audiovisuais e na interatividade. Os três museus foram desenvolvidos pela mesma Fundação Roberto Marinho.

Quem costuma visitar museus fora do Brasil também identifica outras referências de museus de ciências. Já na arquitetura, muita gente vai lembrar das curvas dos corredores internos do Guggenheim Museum de Nova York, criadas pelo lendário arquiteto Frank Lloyd Wright. Uma semelhança que em nada diminui a inquestionável originalidade e beleza da obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, responsável pelo projeto do Museu do Amanhã. O hall da entrada principal é iluminado pela luz natural que vem de um vitral na fachada do prédio, com desenho semelhante ao que está no teto do Guggenheim.

CAM05709

Arquitetura

Foram cinco anos de obra – com três anos de atraso – para a conclusão do projeto de Santiago Calatrava, famoso por suas estruturas metálicas que se transformam em monumentos. A ‘cobertura’ formada pela estrutura metálica do Museu do Amanhã tem o desenho inspirado na flora brasileira, que já lhe rendeu diversos apelidos – reações comuns a muitas obras arquitetônicas inovadoras, a exemplo da Casa Rietveld, do movimento De Stijl, na Holanda.

A estrutura metálica se movimenta, o que permitirá a instalação de painéis fotovoltaicos para captação de energia. O resfriamento do ambiente interno acontece por um processo que utiliza a água da Baía da Guanabara. Ao redor do prédio, há um grande espelho d’água que funde a imagem do museu à paisagem local. O prédio do museu, propriamente dito, consiste em uma estrutura monolítica de concreto de 15 mil metros de área e dois andares, construído sobre um píer sustentado por 30 mil metros de pilares submersos.

CAM05751

E o hoje?

Mas nem tudo são flores no Museu do Amanhã. Talvez seja isso o que mais lhe falta: flores e plantas para amenizar o calor escaldante a que são submetidos os visitantes nas longas filas debaixo de sol. Isso já foi alvo de inúmeras críticas nesse breve espaço de tempo.

Para os turistas estrangeiros, uma grande fila em museu não é novidade – até na Disney um brasileiro espera horas no calor para entrar em um único brinquedo. Mas o sol daqui, definitivamente, é mais forte que no Hemisfério Norte. Essa questão tão simples e tão básica poderia ter sido equacionada antes que chegasse o Amanhã.

CAM05723

Ele também tem sido considerado por muitos uma afronta pela sua grandiosidade e modernidade, dentro de uma cidade e um País que carecem de tantas outras prioridades. No entanto, a má gestão histórica do dinheiro público e a falta de políticas públicas definidas e comprometidas com a melhoria do país, em suas diversas áreas, não podem engessar e travar a realização de projetos inovadores com poder de transformar uma política ou um país.

A realidade do século 21 nos obriga a adotar um novo olhar de responsabilidade e prevenção sobre o futuro. O Museu do Amanhã chegou tarde, mas ainda pode contribuir para um futuro melhor.

CAM05775

CAM05819

CAM05547

CAM05764

]]>
/arquivos/6044/feed 1
Campinas avança na quarta geração da inovação 506047 ciência e tecnologia /arquivos/2092 /arquivos/2092#comments Mon, 26 Jan 2015 16:06:02 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Nova Economia]]> <![CDATA[Ciatec]]> <![CDATA[Ciência]]> <![CDATA[Polo de ciência e tecnologia de Campinas]]> <![CDATA[tecnologia e inovação em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=2092 <![CDATA[Nesta segunda-feira, 26 de janeiro de 2015, dois eventos consecutivos comprovam que Campinas e região avançam na quarta geração da ciência, tecnologia e inovação. Às 14 horas, na Unicamp, foi inaugurada a Rede Metropolitana de Campinas (Redecomep Campinas), que por 80 km de fibra óptica uniu todos os principais centros de ensino e pesquisa da ...]]> <![CDATA[

Nesta segunda-feira, 26 de janeiro de 2015, dois eventos consecutivos comprovam que Campinas e região avançam na quarta geração da ciência, tecnologia e inovação. Às 14 horas, na Unicamp, foi inaugurada a Rede Metropolitana de Campinas (Redecomep Campinas), que por 80 km de fibra óptica uniu todos os principais centros de ensino e pesquisa da cidade e região. A partir das 18h30, o Almanaque Café, também no distrito de Barão Geraldo, onde está a Unicamp, sedia o 1º Meetup de Inovação, iniciativa da Associação Campinas Startups e Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI). Eventos desse porte, aliados a fatos como o início da construção do Projeto Sírius (mais moderna fonte de luz síncroton do mundo), ratificam o salto da Região Metropolitana de Campinas (RMC) no âmbito da Sociedade do Conhecimento.

A quarta geração da ciência, tecnologia e inovação é caracterizada pela rapidez cada vez maior das conexões entre os produtores científicos e tecnológicos – o que pode ser exemplificado pela inauguração da Redecomep Campinas – e pela aplicação dos avanços em diversas áreas do conhecimento e da nova economia, como biotecnologia, comunicações, energias renováveis, química fina – campos em que as startups estão atuando com força cada vez maior.

A Redecomep Campinas é uma realização da Iniciativa Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), ação dos Ministérios da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC), coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), com apoio da Agência Brasileira de Inovação Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Foram investidos R$ 1,6 milhão em 80 km de rede óptica, unindo instituições de pesquisa e educação no município de Campinas. O projeto tem parceria com a Prefeitura e a Companhia Paulista de Força e Luz (FL).

O 1º Meetup de Inovação, por sua vez, dará ênfase especial nas startups. Campinas tem se preparado para estimular as startups, uma das faces da quarta geração da ciência, tecnologia e inovação. Um dos chamados ecossistemas de inovação no Brasil, Campinas até conta, desde novembro de 2014, com uma lei para potencializar a “febre” de startups. É a lei de número 14.920, dispondo sobre a concessão de incentivos para startups, e que beneficia áreas como  energia renovável, biotecnologia, comunicação e agricultura.

A lei estabelece isenção total do IPTU até o limite da área construída de 120 m2 ou do valor anual do imposto de 1.000 UFICs e redução da alíquota de ISSQN para 2% sobre a receita tributável de até 150 mil UFICs. Os pedidos de incentivos deverão ter a aprovação prévia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo. Com mecanismos dessa natureza, Campinas  e região metropolitana consolidam, então, sua inserção na quarta geração da ciência, tecnologia e inovação.

As primeiras gerações –  As gerações da ciência, tecnologia e inovação seguem naturalmente o curso da sociedade industrial e Campinas tem sido um exemplo no Brasil de atualização permanente. A primeira instituição científica da cidade é o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), fundado em 1887 ainda como Estação Agronômica Imperial por D.Pedro II, embora ela estivesse em sintonia com os anseios dos cafeicultores republicanos. Era o Brasil que ainda estava em transição, da economia baseada na agricultura para a indústria, o que configuraria a primeira geração da ciência, tecnologia e inovação. Na mesma linha foi criado em 1905 o Posto Zootécnico Central, atual Instituto de Zootecnia de Nova Odessa.

A segunda geração corresponde justamente ao aprofundamento das bases industriais, coincidindo em Campinas com a fundação das primeiras universidades, a PUC-Campinas, em 1941 (como Faculdades Campineiras), e a Unicamp, em 1962, pela Lei Estadual nº 7.655, de 28 de dezembro, alterada pelas Leis 9.715, de 30 de janeiro de 1967, e 10.214, de 10 de setembro de 1968.

Terceira e quarta gerações – A presença da Unicamp, sobretudo, foi fundamental a proliferação em Campinas e região de vários centros de ciência e tecnologia, em sintonia com uma nova fase da industrialização, mais avançada. Em sequência foram criados o Centro Tropical de Pesquisas e Tecnologia de Alimentos (depois Instituto de Tecnologia de Alimentos, ITAL), em 1063;  Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebrás (qD), em 1976; o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI Renato Archer), de 1982; a Embrapa Informática Agropecuária, de 1985; e Embrapa Monitoramento por Satélite, em 1989.

Em 1998, com a privatização do Sistema Telebrás, o qD tornou-se uma fundação de direito privado. Hoje, é a instituição não acadêmica líder nacional na criação de software e uma das líder em depósitos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Maquete do prédio onde ficará o Projeto Sírius: uma das construções com padrões mais sofisticados do Brasil

Maquete do prédio onde ficará o Projeto Sírius: uma das construções com padrões mais sofisticados do Brasil

A indicação de que Campinas sempre esteve afinada com sua vocação para a ciência, tecnologia e inovação foi a criação da Companhia de Desenvolvimento de Polos de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) que fundou os Parques Ciatec I e II. Muitos centros de pesquisa estão nesses parques. Em 2003 foi criada a Agência de Inovação da Unicamp, a Inova, um o importante para a quarta geração da ciência, tecnologia e inovação na cidade e região.

Nos primeiros anos do século 21, Campinas recebeu novos centros de pesquisa e desenvolvimento, consolidando a quarta geração. Casos dos laboratórios nacionais de Biociências (LNBio), de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e de Nanotecnologia (LNNano), vinculados ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), mantido com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

No começo de 2015, simbolizando como nenhuma outra iniciativa a imersão de Campinas e região nessa quarta geração, típica do dinamismo da Sociedade do Conhecimento, foram iniciadas as obras do Projeto Sírius, o novo conjunto de fontes de luz síncroton brasileiro. Com a previsão de início de funcionamento em 2018, o Sírius será um dos dois complexos de fontes de luz síncroton de quarta geração do planeta – a outra está em construção na Universidade de Lund, na Suécia. O investimento total previsto é de R$ 1,3 bilhão, sendo grande parte dos recursos destinada pelo MCTI. É um salto em relação à fonte existente no Laboratório Nacional de Luz Síncroton, fundado em 1987.

As pontes para o século 21 foram definitivamente lançada pelo polo de ciência, tecnologia e inovação de Campinas. O desafio é colocar todo o seu potencial a serviço do desenvolvimento sustentável da cidade e região.

 

 

 

]]>
/arquivos/2092/feed 0