Agência Social de Notícias 4n4v4 Mata Atlântica Notícias Wed, 11 Jun 2025 09:55:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.1.41 Encontro Nacional pela Mata Atlântica em 2015 será no Rio de Janeiro 6do /arquivos/3236 /arquivos/3236#comments Sun, 26 Apr 2015 20:01:53 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Destruição da Mata Atlântica]]> <![CDATA[Mata Atlântica]]> <![CDATA[SOS Mata Atlântica]]> <![CDATA[Viva a Mata]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3236 <![CDATA[O Rio de Janeiro vai sediar pela primeira vez, entre os dias 9 e 17 de maio, o Viva a Mata – Encontro Nacional pela Mata Atlântica. O evento promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica teve dez edições em São Paulo e tem o propósito de comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica, lembrado a 27 ...]]> <![CDATA[

O Rio de Janeiro vai sediar pela primeira vez, entre os dias 9 e 17 de maio, o Viva a Mata – Encontro Nacional pela Mata Atlântica. O evento promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica teve dez edições em São Paulo e tem o propósito de comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica, lembrado a 27 de maio, por meio da troca de experiências entre pessoas e organizações que lutam pela conservação da floresta. A Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil, e apesar dos esforços continua sendo desmatado e ameaçado, segundo instâncias como a Convenção da Diversidade Biológica (CDB). 354v2l

Gratuita e aberta ao público, a 11ª edição terá uma programação renovada, segundo informações da SOS Mata Atlântica. A maior parte das atividades será realizada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Mata Atlântica é o bioma mais devastado e ameaçado do Brasil

Além das atividades de educação ambiental, eios e atrações culturais, integradas ao projeto “A Mata Atlântica é Aqui”, um seminário trará ao público debates atuais sobre temas de grande relevância, como a situação das águas, dados inéditos sobre a Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro, a poluição na Baía de Guanabara e a importância das áreas naturais para a saúde e qualidade de vida nas cidades.

O encontro, que será realizado no dia 14 (quinta-feira), das 9h às 19h, no Teatro Tom Jobim, contará com a presença de diversos especialistas que se dividirão em painéis de acordo com os temas Mar, Cidades, Água e Clima. Para acompanhar os painéis, os interessados já podem conferir a programação e realizar a inscrição no link:  bit.ly/vivaamata2015.
Nos dias 12 e 13, uma série de reuniões temáticas será realizada também no Teatro Tom Jobim, como um encontro que debaterá os Planos Municipais da Mata Atlântica (PMMA) e que contará com o lançamento do PMMA do Rio de Janeiro. No dia 13, haverá ainda o “Encontro dos Secretários de Meio Ambiente dos Estados da Mata Atlântica”, que pela primeira vez se reunirão para debater a situação da Mata Atlântica e metas para que se alcance o desmatamento zero no bioma.
Já no dia 15, o seminário “Desafios para a implementação do novo Código Florestal” reunirá na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro um representante da sociedade civil de cada Estado e os deputados coordenadores das Frentes Parlamentares Ambientalistas Estaduais para avaliar os entraves e as soluções para a implantação do Código Florestal.
O encerramento do Viva Mata 2015 será no dia 17 de maio, com uma mobilização para plantio de mudas em uma área do Parque Nacional da Tijuca. Os detalhes serão divulgados em breve, aqui no site da Fundação. A ação vai simbolizar a restauração que a SOS Mata Atlântica fará em uma área de manancial como presente para a cidade do Rio de Janeiro pelos seus 450 anos.
Lazer e educação ambiental
A programação de lazer e educação ambiental ficará por conta do projeto “A Mata Atlântica é Aqui”, mais conhecido como Caminhão da SOS Mata Atlântica, que também marcará presença no Jardim Botânico, abrindo mais um ano de atividades.
A programação inclui eios guiados, jogos e brincadeiras, palestras sobre meio ambiente, contação de histórias, apresentações teatrais, oficinas e muitas outras atividades. Para algumas das atividades, como os eios, é necessária inscrição e as vagas são limitadas. Os participantes das palestras também receberão um certificado.
O projeto A Mata Atlântica é Aqui” é viabilizado pelo Ministério da Cultura do Governo Federal, por meio do Fundo Nacional de Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Repsol Sinopec Brasil, e parceria do “Grumaluc – Teatro de Bonecos” e “Kiara Terra – Contadora de histórias”. O Viva a Mata de 2015 tem o apoio da Tam, Rede Globo, Meu Rio, Brasil Kirin, além do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Apesar da destruição, Mata Atlântica continua tendo rica biodiversidade (Foto José Pedro Martins)

Apesar da destruição, Mata Atlântica continua tendo rica biodiversidade (Foto José Pedro Martins)

MATA ATLÂNTICA É O BIOMA MAIS AMEAÇADO E DEVASTADO DO BRASIL

O Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade, encaminhado, em fevereiro de 2015 – com atraso de quase um ano – pelo governo brasileiro para a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), confirmou que a Mata Atlântica é o bioma mais devastado do país, e o Pantanal, o mais preservado.

De acordo com o documento, o Pantanal tinha 83,1% de sua vegetação nativa preservados, de um total de 151,313 km2 do bioma. O segundo bioma mais preservado, de acordo com o documento, é a Amazônia, com 81.4%, do total de 4,175,857 km2.

A Caatinga, que tem um total de 826,411 km2, tem somente 53,4% de vegetação remanescente. O Cerrado tem 51,2% de vegetação remanescente, de um total de 2,039,386 km2 originais. De um total de 177,767 km2, somente 35,6% do Pampa estão preservados.

E o mais inquietante é o panorama da Mata Atlântica, que tem somente 21,9% de vegetação remanescente, do total original de 1,1 milhão de quilômetros quadrados. Esse percentual da Mata Atlântica considera todos os fragmentos. Se considerados somente os fragmentos mais relevantes, o bioma tem menos de 10% da vegetação nativa preservados.

No final de 2014, a CDB havia lançado o livro “Panorama da Biodiversidade nas Cidades”, destacando o cenário crítico da Mata Atlântica. “A expansão urbana e a fragmentação de habitats estão transformando rapidamente habitats críticos que têm valor para a conservação da biodiversidade ao redor do globo – os chamados hotspots – entre eles a região da Mata Atlântica no Brasil, o Cabo da África do Sul e a zona costeira da América Central”, afirma o estudo, resultado da colaboração de dezenas de cientistas e instituições internacionais.

Apesar da situação mais do que preocupante da Mata Atlântica, as políticas públicas ainda não contemplam como deveriam a proteção do bioma. De acordo com o Nacional de Indicadores Ambientais (PNIA), divulgado no final de 2014 pelo Ministério do Meio Ambiente, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pampa são os biomas brasileiros com menor cobertura por projetos de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e, por isso, sua ocupação está mais sujeita a ações sem planejamento e predatórias.

Em 2011, segundo o Ministério do Meio Ambiente, projetos de ZEE cobriam a totalidade dos biomas da Amazônia e do Pantanal, cerca de 67% do Cerrado e 27% da Mata Atlântica. Segundo o próprio Ministério, a cobertura “mostrou-se ainda irrisória para a Caatinga e nula para o Pampa”.

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Agricultura desorganizada e agrotóxicos ameaçam biodiversidade 144g3y diz relatório oficial /arquivos/2455 /arquivos/2455#comments Wed, 18 Feb 2015 16:54:55 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Amazônia]]> <![CDATA[Biodiversidade]]> <![CDATA[Biodiversidade ameaçada]]> <![CDATA[Biodiversidade brasileira]]> <![CDATA[Cerrado]]> <![CDATA[Desmatamento na Amazônia]]> <![CDATA[Destruição da Mata Atlântica]]> <![CDATA[Espécies invasoras no Brasil]]> <![CDATA[Mata Atlântica]]> <![CDATA[Pampas]]> <![CDATA[Queimadas no Brasil]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=2455 <![CDATA[Por José Pedro Martins A expansão desorganizada da agricultura, incluindo um uso intensivo de agrotóxicos, é uma das principais ameaças à biodiversidade no país, ao lado da proliferação de espécies invasoras, do desmatamento, das queimadas e das mudanças climáticas. A informação está no Quinto Relatório Nacional sobre Biodiversidade, que o Brasil encaminhou à Secretaria-Executiva da Convenção das ...]]> <![CDATA[
O ESTADO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL – II

Por José Pedro Martins

A expansão desorganizada da agricultura, incluindo um uso intensivo de agrotóxicos, é uma das principais ameaças à biodiversidade no país, ao lado da proliferação de espécies invasoras, do desmatamento, das queimadas e das mudanças climáticas. A informação está no Quinto Relatório Nacional sobre Biodiversidade, que o Brasil encaminhou à Secretaria-Executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD). O Brasil foi o 131º país a encaminhar seu Quinto Relatório Nacional. A CBD tem 162 países como signatários.

O relatório ratifica que o Brasil é o maior depositário da biodiversidade no planeta. São 43.893 espécies de plantas e, pelo menos, 104.546 espécies animais (vertebrados e invertebrados) conhecidas e classificadas atualmente no país, que provavelmente tenha uma biodiversidade ainda muito maior, não registrada pela ciência.

Em termos de espécies animais, já estão catalogadas 1.900 espécies de pássaros, 751 de répteis, 978 de anfíbios e 4.667 espécies de peixes, sendo 3.287 de água doce e 1.380 marinhos. As estimativas são de 96.669 a 129.840 espécies de invertebrados.

Apenas em espécies animais, os biomas mais ricos em biodiversidade são, pela ordem, a Mata Atlântica (21.156 espécies), Amazônia (18.026), Cerrado (15.454), Caatinga (5.512) e Pampas (2.564 espécies).

Um trabalho envolvendo 929 especialistas brasileiros e internacionais e 188 instituições nacionais e estrangeiras avaliou o estado de conservação de 7.647 espécies animais. O inventário mostrou que 88% dessas espécies não estão em perigo, mas 1.051 enfrentam algum risco, enquanto nove espécies já foram declaradas extintas.

Rio Miranda (MS): exemplo de biodiversidade animal e vegetal

Rio Miranda (MS): exemplo de biodiversidade animal e vegetal

Na área da flora, 472 espécies de plantas já foram declaradas extintas, enquanto 2.118, ou 45,9% de 4.617 espécies com estado de conservação avaliado, sofrem algum tipo de ameaça. De acordo com o documento, a perda de habitat representa a mais importante ameaça em 87,4% dos casos de plantas em risco.

Dentre as causas mais importantes da perda de habitat estão a agricultura (36,1%), infraestrutura e planos de desenvolvimento (23,5%), uso de recursos naturais (22,3%) e queimadas (11%).

Ainda segundo o Quinto Relatório Nacional do Brasil, a agricultura representa de longe a maior ameaça à biodiversidade no Pantanal e nos Pampas. No Pantanal, também pesa a extração de recursos naturais, enquanto nos Pampas há um risco maior do impacto de espécies invasoras do que em outros biomas.

Na Amazônia, os maiores riscos são da agricultura e extração de recursos naturais, em proporções praticamente idênticas, seguidas dos planos de desenvolvimento e expansão da infraestrutura. No Cerrado e na Caatinga a agricultura é a maior ameaça, mas seguida não muito longe da extração de recursos naturais e da expansão da infraestrutura e planos de desenvolvimento (principalmente no Cerrado).

O impacto da agricultura e dos agrotóxicos -  O relatório brasileiro observa que houve uma grande expansão agrícola no país nas últimas décadas. O documento credita essa expansão basicamente à melhoria da produtividade, que saltou de 1.258 quilos por hectare (de grãos e fibras) em 1976/77 para 3.507 kg/ha em 2012/2013.

Em 2012, segundo o IBGE, as propriedades agrícolas somavam 333,7 milhões de hectares, dos quais 48% eram cobertos por pastagens e 26,1% por matas nativas. O relatório cita as mudanças havidas em função do novo Código Florestal (muito criticado por organizações ambientalistas e cientistas).

O documento nota que a nova legislação “ainda permite o desmatamento legal de áreas com vegetação nativa em propriedades particulares”. Essa via legal “abre a possibilidade de posterior conversão de habitats naturais e da biodiversidade, o que pode ocorrer em conformidade com a legislação”.

Além da perda, a fragmentação e simplificação ou modificação dos recursos naturais decorrentes da mudança no uso da terra, “a ameaça de contaminação ambiental devido ao uso inadequado de produtos químicos agrícolas precisa ser tratada, a fim de assegurar o equilíbrio e conservação da biodiversidade e dos ecossistemas importantes, inclusive para a sobrevivência de várias espécies de polinizadores importantes para a produção agrícola”, diz o documento.

Um dos pontos-chave a ser abordado, assinala, é o sistema de registro atual para produtos químicos agrícolas no Brasil, o que requer uma reavaliação e melhoria incluindo revisões periódicas e renovação de licenças, entre outros aspectos. O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com o consumo bruto aumentando 194% ou 315 mil toneladas em 12 anos, de 162 mil em 2000 para 478 mil toneladas em 2012.

Espécies invasoras – Outra ameaça importante para a biodiversidade brasileira, de acordo com o Quinto Relatório Nacional, é o avanço de espécies invasoras. Em 2014 o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou relatório sobre a presença de espécies invasoras em unidades de conservação. O documento revelou que, em 313 áreas protegidas, foram identificadas 144 espécies exóticas invasoras, das quais 106 plantas vasculares, 11 peixes, 11 mamíferos, 5 moluscos, três répteis, insetos 3, 2, 1 cnidários anfíbio, 1 crustáceo, e 1 isópode.

Desmatamento – Outra grande ameaça à biodiversidade é o desmatamento, salienta o Quinto Relatório Nacional. O documento cita a ação intersetorial para redução do desmatamento na Amazônia. Desde 2004 e até 2012 houve uma redução paulatina do desmatamento no bioma: 27.772 km2 em 2004, 19.014 km2 em 2005, 14.286 km2 em 2006, 11.651 em 2007, 12.911 em 2008, 7.464 km2 em 2009, 7.000 km2 em 2010, 6.418 km2 em 2011 e 4.571 km2 em 2012, voltando a subir em 2013, para 5.843 quilômetros quadrados.

Queimadas – As queimadas representam outro grande inimigo da biodiversidade. O monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra uma evolução irregular das queimadas, com picos e descidas. Entre 2002 e 2005 foram registrados anos consecutivos com mais de 200 mil queimadas significativas, caindo para 117 mil em 2006 e voltando a subir para 229 mil em 2007. Em 2008 e 2009, dois anos com 123 mil queimadas cada. O recorde da história recente é o de 2010, com 249 mil queimadas, declinando no ano seguinte para 133 mil e voltando a subir para 193 mil em 2012. Em 2013 foram 115 mil, menor número desde 2000, quando foram 101.537 queimadas.

Mudanças climáticas – O Quinto Relatório Nacional cita as mudanças climáticas como outra importante ameaça à biodiversidade brasileira. O documento cita que em 2010 a estimativa foi de emissão de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente por mudanças no uso da terra e pelas florestas brasileiras. O documento salienta que desde 2009 o Brasil conta com uma série de ferramentas, no marco da Política Nacional de Mudanças Climáticas.

O ex-diretor do Instituto de Biologia da Unicamp, Mohamed Habib, afirma que “há uma relação direta entre o uso intensivo de agrotóxicos no Brasil e a perda da biodiversidade, na medida em que estes produtos são usados nas grandes monoculturas que só existem devido ao desmatamento e eliminação da diversidade biológica natural”.

A exceção, ele nota, “fica por conta das áreas de agroecologia e agricultura sustentável que têm como base a preservação de áreas naturais, mas que são poucas e pequenas em relação ao agronegócio que tem provocado o desmatamento em todo mundo”.

O professor Mohamed ressalta que, “pelo efeito deriva, pelo ar, e pela dispersão e deslocamento pelas águas, os agrotóxicos atingem toda biota e afetam a saúde humana”.

Reserva de mata nativa: muitos biomas brasileiros correm sério risco

Reserva de mata nativa: muitos biomas brasileiros correm sério risco

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Com quase um ano de atraso 6l202s Brasil apresenta seu relatório da biodiversidade /arquivos/2428 /arquivos/2428#comments Mon, 16 Feb 2015 14:38:28 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Amazônia]]> <![CDATA[Caatinga]]> <![CDATA[Cerrado]]> <![CDATA[Convenção da DIversidade Biológica]]> <![CDATA[Mata Atlântica]]> <![CDATA[Pampas]]> <![CDATA[Pantanal]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=2428 <![CDATA[Por José Pedro Martins O Brasil finalmente encaminhou, com quase um ano de atraso, o seu Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade, para a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD). O informe foi apresentado no início de fevereiro de 2015 à Secretaria-Executiva da Convenção, que tem como titular o brasileiro Bráulio Ferreira de Souza. A Conferência ...]]> <![CDATA[
O ESTADO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL – I

Por José Pedro Martins

O Brasil finalmente encaminhou, com quase um ano de atraso, o seu Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade, para a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD). O informe foi apresentado no início de fevereiro de 2015 à Secretaria-Executiva da Convenção, que tem como titular o brasileiro Bráulio Ferreira de Souza. A Conferência das Partes,  reunindo os 168 países signatários da Convenção, havia solicitado o envio do quinto relatório nacional até 31 de março de 2014. O Brasil – que tem a maior biodiversidade no planeta – envia portanto o seu com quase um ano de atraso, sendo o 131º país a encaminhar o documento. Nesta série, “O estado da biodiversidade no Brasil”, a Agência Social de Notícias faz com exclusividade um resumo do relatório.

Segundo o relatório, o Pantanal é o bioma mais preservado do Brasil, e a Mata Atlântica, o mais devastado. De acordo com o documento, o Pantanal tinha 83,1% de sua vegetação nativa preservados, de um total de 151,313 km2 do bioma. O segundo bioma mais preservado, de acordo com o documento, é a Amazônia, com 81.4%, do total de 4,175,857 km2.

Os demais biomas brasileiros encontram-se em situação inquietante, pelos números do relatório encaminhado à CBD. A Caatinga, que tem um total de 826,411 km2, tem somente 53,4% de vegetação remanescente. O Cerrado tem 51,2% de vegetação remanescente, de um total de 2,039,386 km2 originais.

Cenário muito crítico é o dos Pampas. De um total de 177,767 km2, somente 35,6% estão preservados. E o mais inquietante é o panorama da Mata Atlântica, que tem somente 21,9% de vegetação remanescente, do total original de 1,1 milhão de quilômetros quadrados. Esse percentual da Mata Atlântica considera todos os fragmentos. Se considerados somente os fragmentos mais relevantes, o bioma tem menos de 10% da vegetação nativa preservados.

Amazônia e efeito estufa -  O relatório que o governo brasileiro encaminhou à CBD destaca a redução do desmatamento na Amazônia, de um pico em 2004 de 27.772 km2, aos 5.843 km2 desmatados em 2013. Este número, no entanto, indica um aumento em relação a 2012.

O relatório nota que a metodologia utilizada até 2012 não considerava a possível recomposição das áreas desmatadas na Amazônia. Em 2013, entretanto, foi publicado o estudo TerraClass, elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Centro Regional da Amazônia (INPE)/CRA e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Amazônia Oriental (ATU), ambas localizadas em Belém (PA) e Embrapa Informática Agropecuária (CNPTIA), de Campinas (SP), a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Este estudo possibilitou a identificação e o uso das terras já desmatadas na Amazônia, de acordo com 12 classes, e essa foi a proporção encontrada para cada uma delas. Existem dados disponíveis dos anos 2008 e 2010 para essas classes de uso das terras desmatadas na Amazônia: pastagem aberta (cobria 47,32% das áreas desmatadas em 2008, 45,82% em 2010), vegetação secundária (21,26% e 22,27%), pasto com esfoliação (8,85% e 7,56%), regeneração combinada com pastagem (6,77% e 8,52%), agricultura anual (4,92% e 5,39%), ocupação por mosaico (3,44% e 2,42%), áreas urbanas (0,54% e 0,60%), mineração (0,10% e 0,13%), pasto com solo exposto (0,08% e 0,05%), reflorestamento (0,41% em 2010, não houve medição a respeito em 2008), outros usos (0,07% e 0,37%) e áreas não observadas (6,40% e 6,18%).

Os números indicam, portanto, um incremento da vegetação secundária, da regeneração combinada com pastagem e da agricultura anual. Apenas uma série histórica maior, incluindo os anos seguintes, confirmaria, entretanto, uma tendência mais sólida.

A nova metodologia, segundo o relatório nacional, permite uma avaliação mais correta da emissão de dióxido de carbono pela Amazônia, considerando a evolução do uso da terra na região. Como as taxas de desmatamento no Cerrado e na Amazônia contribuem significativamente para as taxas de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, estas avaliações periódicas “devem contribuir para monitorar as metas de redução de emissões nacionais”, afirma o relatório encaminhado para a Secretaria-Executiva da Convenção da Diversidade Biológica.

O relatório informa estar havendo uma revisão da evolução do desmatamento em todos os biomas brasileiros, e os resultados devem ficar prontos em 2015. Revela também que o único ecossistema chave que ainda não conta com  sensoriamento remoto regular é composto pelas savanas do bioma Amazônia, que cobrem uma área de
aproximadamente 150.000 km2, mais ou menos equivalente ao território do Uruguai.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, a demora do governo brasileiro em encaminhar o Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade “é mais um exemplo de como o meio ambiente deixou de ser prioridade” pelos setor público. “O Brasil que sediou a Rio-92 e a Rio+20 perdeu o protagonismo internacional em meio ambiente, incluindo biodiversidade e também questões climáticas”, lamenta Bocuhy, que um dos representantes das entidades ambientalistas no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Um dos fragmentos de Mata Atlântica mais preservados, na descida para o Litoral Norte de São Paulo

Um dos fragmentos de Mata Atlântica mais preservados, na descida para o Litoral Norte de São Paulo

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Dilma ou Aécio têm o desafio de frear destruição de biomas (Brasil 2015 115jj 2018) /arquivos/857 /arquivos/857#comments Thu, 23 Oct 2014 22:15:57 +0000 <![CDATA[José Pedro Soares Martins]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[RMC - Região Metropolitana de Campinas]]> <![CDATA[Amazônia]]> <![CDATA[Caatinga]]> <![CDATA[Mata Atlântica]]> <![CDATA[Pampa]]> <![CDATA[Pantanal]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=857 <![CDATA[Por José Pedro Martins Dilma Rousseff ou Aécio Neves, quem ganhar no domingo, dia 26, terá entre seus grandes desafios o de frear a destruição dos biomas brasileiros.  Todos os seis biomas brasileiros estão sobre graves ameaças no momento, e não somente a Amazônia, que voltou à berlinda com as notícias de retomada do desmatamento. O ...]]> <![CDATA[

Por José Pedro Martins

Dilma Rousseff ou Aécio Neves, quem ganhar no domingo, dia 26, terá entre seus grandes desafios o de frear a destruição dos biomas brasileiros.  Todos os seis biomas brasileiros estão sobre graves ameaças no momento, e não somente a Amazônia, que voltou à berlinda com as notícias de retomada do desmatamento.

O Brasil é o país com maior biodiversidade no planeta. São 103.870 espécies de animais e 43.020 de vegetais catalogadas em terras e águas brasileiras. A conservação da diversidade biológica no país é de interesse universal.

O país foi o primeiro a a Convenção sobre Diversidade Biológica, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, em junho de 1992, no Rio de Janeiro.  A Convenção é uma tentativa de proteger a biodiversidade global. Mas o Brasil ainda não ratificou o Protocolo de Nagoya sobre o a Recursos Genéticos e a Partilha Equitativa Justa dos Benefícios Decorrentes da sua Utilização.

Avanços importantes foram conquistados na proteção da biodiversidade brasileira nos últimos dez anos. De acordo com o Panorama Global da Diversidade, 75% da área conservada em áreas protegidas estabelecidas no mundo entre 2003 e 2010 foram registrados no Brasil.

Esforços significativos vêm sendo feitos por instituições como o Centro Nacional para a Conservação da Flora (CNCFlora), que em 2010 publicou o Catálogo da Flora Brasileira. A publicação representou a atualização, depois de 100 anos, do trabalho de catalogação da flora brasileira (Flora Brasiliensis), fruto do empenho iniciado em 1840 pelo naturalista alemão von Martius e concluído em 1906.

Outro avanço expressivo é o monitoramento, desde 2002, da cobertura vegetal de todos os biomas brasileiros. O monitoramento vinha sendo feito desde 1985 na Mata Atlântica e desde 1988 na Amazônia.

Entretanto, a situação dos biomas brasileiros é muito crítica em 2014. Mais de 30% de todo o território brasileiro já foram convertidos por uso humano. A média brasileira é melhor do que a maioria dos países, mas a situação é muito mais crítica quando são consideradas as realidades regionais do país. Entre os 70% de área com vegetação, do mesmo modo, são vários os estágios de conservação.

Em todos os seis biomas brasileiros estão em curso sérias ameaças à sua biodiversidade, como pode ser visto abaixo. Mais de 3 mil Áreas Prioritárias para a Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade foram identificadas pelo Ministério do Meio Ambiente.

Amazônia – Com 4,2 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia é o maior bioma brasileiro, sendo 80% cobertos por vegetação nativa florestal, mais de 4% por vegetação nativa não-florestal, cerca de 10% por áreas antrópicas, 3% por vegetação secundária e 2,55% por água.    

O desmatamento continua na Amazônia, apesar das medidas de proteção tomadas desde o início do século 21. O impacto das usinas hidrelétricas projetadas para a Amazônia outro um dos enigmas em relação ao futuro do bioma e sua diversidade biológica.

A taxa de desmatamento na Amazônia vinha decrescendo de modo substantivo desde 2004, quando superou a faixa de 25 mil quilômetros quadrados por ano, o que já havia ocorrido em 1995. Mas desde 2005 as taxas anuais médias diminuíram, até atingir   4.571km² desmatados entre 2011 e 2012. Entre 2012 e 2013 voltou a subir, para 5.891km², ou 29% a mais do que a média do período anterior.

Pantanal – Com quase 150 mil quilômetros quadrados, o Pantanal ainda é um dos biomas melhor preservados no Brasil. A vegetação nativa florestal cobre somente 5% do Pantanal, que tem 81%  de vegetação nativa não-florestal, a maior parte (52%) por vegetação de Cerrado. As áreas antrópicas cobrem cerca de 12% do Pantanal, que também tem 2% de água.

Cerrado – Segundo maior bioma brasileiro, com 2 milhões de quilômetros quadrados e cobrindo 22% do território nacional, o Cerrado a por muitas ameaças, como o aumento do desmatamento e o avanço da fronteira agrícola para exportação de grãos e pastagem para gado bovino. 39% do território correspondem a áreas com uso humano e 0,60% são cobertos por água. A vegetação nativa florestal responde por 37% do território e a vegetação nativa não florestal, por 23%. De fato, o Cerrado é o bioma mais ameaçado pela expansão da fronteira agrícola, que tem ocorrido de forma acelerada no Brasil. Entre 1940 e 2006, a área total com atividades agropecuárias no Brasil cresceu de 1,5 milhão para 2,5 milhão de quilômetros quadrados, segundo o IBGE. Com 11 mil espécies de plantas nativas, sendo 4.400 endêmicas, o Cerrado é a savana mais rica em biodiversidade no planeta.

Mata Atlântica – A Mata Atlântica, que cobria quase todo litoral brasileiro, com 1 milhão de quilômetros quadrados, hoje tem menos de 10% de sua cobertura original. E o desmatamento continua, ameaçando um dos dois grandes hotspots de biodiversidade do país, ao lado do Cerrado. As áreas antrópicas já cobrem 70% do bioma. Como aconteceu na Amazônia, o desmatamento na Mata Atlântica diminuiu, em função de várias políticas públicas e legislação. A média de desmatamento no bioma caiu de 536.480 hectares entre 1985-1990 para 445.952 ha entre 1995-2000 e 102.939 ha entre 2005-2008. Ocorre que, pela enorme degradação já ocorrida na Mata Atlântica, qualquer hectare anual de desmatamento faz muita diferença, e essa modalidade de destruição da biodiversidade continua acontecendo.

Pampa - Com 178 mil quilômetros quadrados, o Pampa é o segundo menor bioma brasileiro, e metade do seu território já foi modificada por uso humano. 23% são cobertos por vegetação nativa campestre.

Caatinga – A Caatinga tem 825 mil quilômetros quadrados e 37% do território modificados pela ação humana. As mudanças climáticas representam sérias ameaças à Caatinga, que deve sofrer o impacto de secas cada vez mais frequentes e intensas.

Água na Mata Atlântica: preservação é vital

Água na Mata Atlântica: preservação é vital

 

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Pacote ambiental do governo federal é ampliado com nova estação ecológica 2t4p33 /arquivos/733 /arquivos/733#comments Sat, 18 Oct 2014 00:41:13 +0000 <![CDATA[José Pedro Soares Martins]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Amazônia]]> <![CDATA[Caatinga]]> <![CDATA[Cerrado]]> <![CDATA[Mata Atlântica]]> <![CDATA[Pampa]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=733 <![CDATA[O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira, 17 de outubro, a criação da Estação Ecológica Alto Maués, localizada no Município de Maués (AM), com 668.160 hectares. Esta é a sétima Unidade de Conservação criada pelo governo brasileiro nesta semana. Apesar dessas medidas, o governo Dilma Rousseff tem o segundo menor índice de criação de Unidades ...]]> <![CDATA[

O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira, 17 de outubro, a criação da Estação Ecológica Alto Maués, localizada no Município de Maués (AM), com 668.160 hectares. Esta é a sétima Unidade de Conservação criada pelo governo brasileiro nesta semana. Apesar dessas medidas, o governo Dilma Rousseff tem o segundo menor índice de criação de Unidades de Conservação desde o fim do regime militar.

Nesta semana foram criados os Parques Nacionais da Serra do Gandarela (MG), com 31,2 mil hectares; do Guaricana (PR), com 49,3 mil hectares; Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Nascentes Geraizeiras (MG), com 38,1 mil hectares; três Resex marinhas no litoral do Pará: Mocapajuba, com cerca de 21 mil hectares; Mestre Lucindo, com 26,4 mil hectares; e Cuinarana, com 11 mil hectares.

Além disso, houve a ampliação da Resex marinha Araí-Peroba, litoral do Pará, de 11,5 mil hectares para 50,5 mil hectares, e da Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá (AM) de 256,9 mil para 286,9 mil hectares. No total,  925 mil hectares foram acrescentados ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

A área da Estação Ecológica Alto Maués conta com 14 espécies de primatas (uma das maiores concentrações de primatas do planeta), sendo três endêmicas, e mais de 600 espécies de aves. O macaco-barrigudo, o macaco-aranha e cuxiu-de-nariz-vermelho estão incluídas na lista do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Até 15 de março de  1985, data da posse do presidente José Sarney, tinham sido criadas 84 Unidades de Conservação no Brasil. A partir desta data, foram criadas 51 UCs no governo Sarney, 14 no governo Fernando Collor de Mello, 1 no governo Itamar Franco, 81 nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, 77 nos dois mandatos de Luis Inácio Lula da Silva e 11 no governo de Dilma Rousseff. Em termos de extensão territorial das UCs, os governos com maior área total abrangida foram os de Luis Inácio Lula da Silva (26,700 milhões de ha) e Fernando Henrique Cardoso (21,5 milhões de ha). O Brasil conta no total com 312 Unidades de Conservação federais.

 

 

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