Agência Social de Notícias 4n4v4 Virada Cultural em Campinas Notícias Wed, 11 Jun 2025 09:55:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.1.41 Eventos climáticos extremos acendem sinal de alerta para o agronegócio em São Paulo 606u4r /arquivos/18843 /arquivos/18843#comments Wed, 10 Nov 2021 23:28:51 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Ecodesenvolvimento]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=18843 <![CDATA[Por José Pedro Soares Martins Campinas, 10 de novembro de 2021 No dia 26 de setembro, o dia se fez noite em Franca, Ribeirão Preto e outras cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Nuvens de poeira semelhantes às lendárias tempestades do deserto subindo no horizonte e assustando os moradores. Meteorologistas explicaram posteriormente ...]]> <![CDATA[

Por José Pedro Soares Martins 5v6w49

Campinas, 10 de novembro de 2021

No dia 26 de setembro, o dia se fez noite em Franca, Ribeirão Preto e outras cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Nuvens de poeira semelhantes às lendárias tempestades do deserto subindo no horizonte e assustando os moradores. Meteorologistas explicaram posteriormente que o fenômeno, raro no Brasil, ocorreu pela conjunção da forte estiagem e altas temperaturas na região, com a chegada de uma frente fria que trouxe ventos vigorosos.

Indicadoras da ocorrência de solos extremamente secos e umidade relativa do ar muito baixa, resultantes de uma das mais significativas crises hídricas desde a grande seca de 2014-2015, as gigantescas nuvens de poeira não se constituíram, entretanto, episódio isolado em termos de eventos climáticos extremos no estado de São Paulo e em grande parte da Região Sudeste em 2021. Geadas intensas foram igualmente registradas no mês de julho, em boa parte do território paulista.

As duas manifestações climáticas extremas, crise hídrica pronunciada e fortes geadas, afetaram boa parte da agricultura em São Paulo, com grandes prejuízos para a economia do estado e sobretudo para muitos produtores rurais. De acordo com especialistas de vários institutos de pesquisa sediados em São Paulo, e também gestores de órgãos públicos, esses eventos ocorridos em 2021 são sinalizadores de que o agronegócio paulista deve se preparar de modo mais apropriado para os impactos das mudanças climáticas em curso, incluindo a forte possibilidade de seca ainda mais intensa em 2022.

“Mais do que nunca chegou o momento de maior utilização, nas culturas de sequeiro ou naquelas irrigadas, de tecnologias apropriadas e já disponíveis para o uso mais racional da água, considerando que em condições de escassez cada vez mais frequentes têm ocorrido frustrações em safras agrícolas, podendo levar a situações em que agricultores não conseguirão mais produzir”, alerta Regina Célia de Matos Pires, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Também pesquisador do IAC, Gabriel Blain tem conduzido estudos apontando para a mudança no padrão de chuvas desde o início do século 21. “Nos últimos dez anos, o número de anos secos tem sido muito acima do esperado e registrado para o estado de São Paulo. Como exemplo, podemos citar que, neste ano, desde janeiro até meados de outubro o volume de chuvas foi climatologicamente abaixo do normal em todas as regiões produtoras de café no estado”, adverte o pesquisador.

“Na região noroeste de São Paulo, especificamente, temos uma situação de seca extrema excepcional, muito prejudicial para a agricultura. E nesse ano tivemos a combinação da seca com geadas entre junho e julho, agravando a situação”, lembra Blain. Ele nota que a associação da seca com a geada produziu muita matéria orgânica, o que contribuiu para elevado número de incêndios, também prejudicando culturas agrícolas. De fato, de acordo com o monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no mês de agosto de 2021 foi registrado o segundo maior número de focos de queimadas em São Paulo desde o início do levantamento, em 1998. Foram 2277 focos, abaixo somente dos 2444 focos de agosto de 2010.

Na opinião do pesquisador do IAC, o cenário para 2022 não é muito promissor.

“Há um déficit de chuvas acumulado há muito tempo e mesmo que tenhamos no verão chuvas um pouco acima do normal será difícil uma completa e rápida reposição. O quadro geral é extremamente complicado, muito preocupante”, alerta Blain, que é editor-chefe da “Bragantia”, revista científica do Instituto Agronômico de Campinas.

A GRAVIDADE DA CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO

Foram vários os fatos confirmando a gravidade da crise hídrica no estado de São Paulo e em boa parte da Região Sudeste em 2021, o que reforça a urgência de medidas preventivas por parte do setor agrícola para os próximos anos. Particularmente emblemática foi a edição, a 1º de junho, da Resolução Nº 77 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), declarando situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos na Região Hidrográfica do Paraná, que abrange os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Pela Resolução, e visando assegurar os usos múltiplos da água, previstos na legislação brasileira, a ANA ou a poder definir “condições transitórias para a operação de reservatórios ou sistemas hídricos específicos, inclusive alterando temporariamente condições definidas em outorgas de direito de uso de recursos hídricos”. Ou seja, mesmo as outorgas concedidas, a órgãos governamentais ou empresas privadas, para o uso de água poderiam ser temporariamente modificadas, até 30 de novembro de 2021. Medidas restritivas poderiam ser então adotadas, para evitar o colapso no abastecimento de água que, pela legislação do país, deve ser prioritariamente para consumo humano e dessedentação animal. A Resolução também criou o Grupo Técnico de Acompanhamento da Região Hidrográfica do Paraná (GTA RH Paraná), para monitorar a situação e sugerir medidas apropriadas.

Outro agudo indicador da crise hídrica, afetando a região de maior concentração populacional do país, foi a queda brusca dos reservatórios que alimentam a geração de energia elétrica, o que levou ao temor de apagões como os de 2000 a 2002, período em que houve racionamento no consumo de eletricidade.  Segundo informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a 22 de outubro, na 12ª Reunião do GTA RH Paraná, os reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste estavam com 17,5% da capacidade de armazenamento no dia 20 de outubro, o que representava a pior posição alcançada no histórico do Subsistema. Na mesma data em 2020, os reservatórios do Subsistema registraram 26,3% da capacidade de armazenamento. Em função do baixíssimo nível dos reservatórios do SE/CO, o Sistema Integrado Nacional (SIN) como um todo tinha em 20 de outubro 24,4% de sua capacidade, o terceiro pior resultado da história na mesma data.

Monitor de Secas da ANA com graus de severidade das secas em setembro de 2021

Monitor de Secas da ANA com graus de severidade das secas em setembro de 2021

A situação especialmente crítica do estado de São Paulo foi detectada pelo Monitor de Secas gerenciado pela ANA. De acordo com o Monitor, em setembro de 2021 pela primeira vez todos os 21 estados monitorados apresentaram condições de seca. O estado de São Paulo, de acordo com o Monitor, registrou em setembro de 2021 o maior percentual (21%) de seca “excepcional” entre os 21 estados monitorados. “Excepcional” é o mais alto grau de severidade de seca pelos critérios do Monitor. O número indica que 21% do território paulista estavam nessa condição em setembro. Segundo os mesmos critérios, 86% do território paulista apresentaram em setembro situação de seca grave, extrema ou excepcional, a maior proporção entre os 21 estados pesquisados.

As condições particularmente críticas em São Paulo, em termos de recursos hídricos, levaram a iniciativas como o lançamento do Movimento PCJ, concebido pelos Comitês de Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que abrange 72 municípios da região de Campinas e mais quatro do Sul de Minas Gerais. O Movimento foi idealizado para promover um amplo diálogo, com todos os setores usuários da água, pelo uso mais eficiente dos recursos hídricos, sendo evidente a preocupação com um possível agravamento do cenário já em 2022.

Luciano Almeida, prefeito de Piracicaba e presidente dos Comitês PCJ: é grande a preocupação com estiagem em 2022 (Foto Movimento PCJ)

Luciano Almeida, prefeito de Piracicaba e presidente dos Comitês PCJ: é grande a preocupação com estiagem em 2022 (Foto Movimento PCJ)

“A pergunta certa não é mais se a água vai faltar. É quando ela vai faltar. Já estamos vivenciando a falta de chuvas e, infelizmente, para o ano que vem a nossa expectativa não é boa”, alertou o prefeito de Piracicaba e presidente dos Comitês PCJ, Luciano Almeida, no lançamento do Movimento PCJ, a 21 de setembro.

“As expectativas não boas para esse ano e infelizmente para o ano que vem a expectativa não é boa. Já estamos vendo em nossa região alguns municípios com racionamento. Se não vier regime de chuvas importante neste verão vamos ter problemas sérios no abastecimento no ano que vem. Diante deste cenário não tão agradável, estamos buscando alternativas para evitar falta água nesse momento do estresse hídrico e se não houver uso racional, com a colaboração de todos, vai faltar água”, completou o prefeito.

Segundo os Comitês PCJ informaram na ocasião, em setembro de 2021 a vazão na sub-bacia do rio Piracicaba foi de 17,6 metros cúbicos por segundo, pouco acima dos 17,3 m3/s de setembro de 2014, quando foi registrada a seca mais intensa dos últimos tempos. A vazão nas bacias dos rios Jaguari e Jundiaí em setembro de 2021, de 2,3 e 3,2 metros cúbicos por segundo, respectivamente, foram ainda menores do que as vazões no mesmo mês em 2014: 3,7 m3/s no rio Jaguari e 4,7 m3/s no rio Jundiaí. Assim, as expectativas de gestores e pesquisadores são de possível agravamento das condições hídricas em 2022, com impactos ainda maiores na agricultura do que os verificados em 2021.

Outra medida dos Comitês PCJ foi a reativação do Grupo de Trabalho Estiagem, que tinha sido interrompido após a crise provocada pela grande seca de 2014-2015. Por ocasião do lançamento do Movimento PCJ, o diretor-presidente da Agência PCJ, Sergio Razera, comentou a importância da reativação do GT-Estiagem, no cenário da crise hídrica de 2021: “A exemplo do que aconteceu em 2014, na crise anterior, os usuários de água iam ao rio e retiravam a sua quota, ou seja, aquilo que eles tinham de autorização. Se eu tenho outorga para 10m³/s eu retiro 10m³/s. Se eu tenho outorga para 50m³/s, que quero retirar 50m³/s. Seu eu tenho outorga para 100m³/s eu quero 100m³/s. E o que aconteceu foi que muita gente ficou sem água. Então, um dos papeis do GT Estiagem é justamente organizar isso e tentar fazer com que a crise, infelizmente com seus prejuízos, com as suas perdas, a gente precisa que isso seja igual, equânime. Este é um dos papeis do GT-Estiagem: trazer informações e ao mesmo tempo organizar os usuários no sentido de fazer com que cada um use parcimoniosamente a água que está lá disponível. É pouca, mas tem que ser bem distribuída a todos”.

Segurança hídrica para a cana-de-açúcar é desafio em São Paulo e objeto de pesquisas (Foto Adriano Rosa)

Segurança hídrica para a cana-de-açúcar é desafio em São Paulo e objeto de pesquisas (Foto Adriano Rosa)

IMPACTOS DE EVENTOS CLIMÁTICOS NA AGRICULTURA PAULISTA

“É muito triste, produtor trabalhando a vida toda e perdendo quase tudo em um dia”. O desabafo é de Ademar  Pereira, produtor de café e presidente do Sindicato Rural de Caconde, no interior de São Paulo, referindo-se às fortes geadas que caíram no município e em grande parte do território paulista em julho. “O município tem 13 mil hectares de cafezais e cerca de 2.000 hectares ficaram torrados, com a geada chegando a altitudes que onde antes não atingia”, completa Pereira, que diz ter perdido, ele mesmo, cerca de oito hectares com as geadas.

Mas Ademar Pereira, que também é presidente da Câmara Setorial do Café do estado de São Paulo, logo nota que “outro grande problema na realidade tem sido a seca extrema, que prejudicou muito o ciclo normal de desenvolvimento dos cafeeiros”. Como resultado da estiagem prolongada, o produtor estima em aproximadamente 25% as perdas da safra 2020-2021, podendo ser ainda maior que isso para a próxima safra, se não não chover em volume apropriado nos próximos meses. “Situação muito complicada para o agricultor, que também viu o custo de produção crescer demais”, resume Pereira, citando o caso do preço da tonelada de adubo saltar em um ano de cerca de R$ 1.500,00 para R$ 4.000,00, aproximadamente.

Assim, Caconde é um claro exemplo dos efeitos climáticos extremos associados para a agricultura paulista e em grande parte do Centro-Sul nos últimos dois anos. De fato, muitas culturas em território paulista foram impactadas por eventos climáticos extremos em 2021. O Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, identificou prejuízos nas culturas de cana-de-açúcar, milho e café, entre outras. Como observaram os pesquisadores do IEA, Celso Luís Rodrigues Vegro e Vagner Azarias Martins, o período compreendido entre o segundo semestre de 2020 até os nove primeiros meses de 2021 foi marcado por longa estiagem, “com déficit hídrico superior a 200 mm nos principais cinturões agrícolas paulistas”.

Além disso, entre os meses de junho e julho, “três fortes ondas de massas polares, ocasionando geadas, também atingiram o território paulista, afetando boa parte da produção de diversas lavouras”, acrescentaram os pesquisadores, no estudo ‘Estimativa de Impacto Econômico nas Lavouras Paulistas de Café Afetadas por Estiagem Prolongada Seguida de Geadas, 2021″, publicado a 26 de outubro.

Com base em levantamentos feitos pela Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS/CATI), os pesquisadores do IER estimaram que houve perdas de 36,02% na área plantada com café em São Paulo, de 209 mil hectares. Foi de 72 mil hectares a área afetada, nas regiões produtoras de Franca, São João da Boa Vista, Marília, Ourinhos, Bragança Paulista e Jaú, entre outras.

“Associado a esse evento climático e às perdas dele decorrentes, soma-se período de estiagem (escassez de precipitações e elevadas temperaturas médias), que se pronunciou a partir de março de 2021, refletindo-se no preço recebido pelos produtores e, consequentemente, nos consumidores finais”, salientaram Vegro e Martins.

Ainda como efeitos das geadas, sobretudo nas ocorrências de 29 a 31 de julho, foram verificadas “perdas de aproximadamente 60% no milho safrinha, com comprometimento de grande parte das lavouras devido ao plantio tardio, o que já se sente no preço de comercialização, que já se encontra em mais de R$100 a saca, com tendência de aumento devido aos efeitos acumulados”. Foi o que evidenciou o boletim “Geada no Estado de São Paulo“, publicado em agosto em parceria entre Fundação e Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag), CDRS/CATI, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), IAC e Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO).

Também conforme o boletim, “as regiões de bananicultura foram fortemente impactadas com perdas da ordem de 70% de bananeiras em cacho e influência a longo prazo, de 12 a 18 meses, em bananeiras a produzir. Em áreas produtoras de mandioca, com plantas estabelecidas já podadas, os efeitos puderam ser reduzidos, diferentemente de áreas com plantas novas, nas quais houve muita queima, com perdas chegando a ordem de 80%”.

Representante das usinas paulistas, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) estimou que os eventos climáticos extremos provocaram uma redução na projeções da safra no centro-sul, de 605 milhões de toneladas para 520 milhões de toneladas. A queda na safra em São Paulo foi de 55 milhões de toneladas. Uma das consequências foi que em outubro 150 usinas do centro-sul já haviam parado a produção, sendo 70% no estado de São Paulo.

USO RACIONAL DE ÁGUA E DE TECNOLOGIAS APROPRIADAS PARA ENFRENTAR A SECA

São Paulo tem 2,4 milhões de hectares de agricultura irrigada, representando quase um terço dos 8,2 milhões de hectares irrigados no Brasil e quase 10% da extensão territorial do estado. Os dados são do Atlas da Irrigação, lançado no início de 2021 pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA). A fertirrigação na cultura da cana-de-açúcar representa 82% da irrigação em território paulista, na região de Ribeirão Preto.

A importante utilização da irrigação é um indicador do emprego de tecnologias para o uso mais racional de água no estado, mas os especialistas acreditam que é possível e recomendável ampliar ainda mais a implementação de alternativas tecnológicas existentes, diante do enorme desafio representado pelos impactos das mudanças climáticas na agricultura paulista, e em particular no caso de estiagens prolongadas.

“Realmente estão ocorrendo eventos climáticos extremos mais frequentes e uma das ações possíveis é o amplo leque de tecnologias já comprovadas”, observa Regina Célia de Matos Pires, pesquisadora do IAC.

Ela nota que em algumas culturas agrícolas a demanda por água ocorre justamente na época em que as estiagens são mais frequentes, entre abril e agosto ou setembro.

Uma das alternativas tecnológicas existentes, destaca a pesquisadora, é o uso pelo agricultor de materiais genéticos mais adequados à sua área de plantio, considerando as suas condições hídricas, morfológicas, químicas e físicas. Assim, é fundamental a escolha da variedade mais adequada ao ambiente local. O próprio Instituto Agronômico de Campinas tem um histórico de intensivo de desenvolvimento de novas variedades de diversos produtos agrícolas.

Recentemente, o IAC lançou duas novas variedades de cana-de-açúcar, a IACSP01-5503 e a IACSP01-3127, que apresentam perfis distintos mas ambas com alto desempenho. A IACSP01-5503 é indicada para as regiões de Cerrado, caracterizadas por menor fertilidade natural e capacidade de armazenamento de água. Por sua vez, a IACSP01-3127, mais responsiva, é apropriada para ambientes com melhor distribuição de chuvas.

Regina Célia de Matos Pires lembra que também existem várias técnicas que favorecem a retenção de água, em culturas de sequeiro, de modo que as plantas possam completar o seu ciclo produtivo. Nas culturas irrigadas, completa, é possível utilizar técnicas da chamada irrigação deficitária,”quando é aplicada uma quantidade menor do que a demandada pela planta naquele estágio de desenvolvimento e ainda sim ela reporta boa produtividade”.

Mais uma alternativa citada pela especialista é o uso de águas residuárias, dependendo do que diz a legislação para evitar contaminações. No quadro de escassez de recursos hídricos, ela acredita que o uso de águas residuárias é uma tendência considerável.

Tecnologias mais avançadas também estão em estudo, salienta Regina. Ela mesma participa de um projeto em curso na região de Ribeirão Preto, utilizando Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTS), equipados com câmeras termográficas e multiespectrais, para monitorar de forma remota a disponibilidade de água em grandes extensões de plantio de cana-de-açúcar e citros.

Regina e outros pesquisadores interpretam as imagens captadas, para avaliar o estado hídrico da planta. Correlacionando com indicadores como os dados diários de clima, ela afirma que é possível identificar medidas de manejo adequado, que podem inclusive economizar a irrigação ao longo do ciclo produtivo da planta, sem a necessidade de uso de sensores in loco.

De qualquer modo, a pesquisadora do IAC acredita que é fundamental a intensificação do uso das alternativas tecnológicas existentes, diante dos cenários de estresse hídrico cada vez mais acentuados e frequentes. “O IAC procura uma atuação muito próxima do sistema produtivo, para ajudar a identificar os gargalos e a buscar as melhores soluções”, complementa.

Também pesquisador do IAC, Gabriel Blain entende que o enfrentamento do cenário criado por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, e sobretudo no caso de secas prolongadas, a por um conjunto de medidas. “A alternativa é investir em tecnologia, no uso racional da água, em técnicas apropriadas de irrigação e utilizar espécies mais resistentes à seca. E sempre que possível poupar o recurso água, os recursos naturais. É o que pode ser feito”, resume.

Na sua opinião, os agricultores têm feito a sua parte, mas nota que algumas soluções “dependem de ações nacionais, pois a atmosfera não conhece fronteiras”. Neste sentido,  considera que “a sociedade como um todo precisa estar mais atenta” à maior frequência de eventos climáticos extremos, o que na sua avaliação “não vem sendo feito de forma satisfatória”, citando o caso do desmatamento na Amazônia e seus efeitos no regime de chuvas no estado de São Paulo e em toda Região Sudeste, como tem sido demonstrado em vários estudos científicos.

De qualquer modo, Blain entende que as perspectivas dos efeitos dos eventos climáticos extremos na agricultura são “muito  preocupantes”. “Mesmo no caso da agricultura irrigada, uma alternativa tecnológica para contornar a seca, o baixo nível os reservatórios pode ser um grande limitador”, adverte o pesquisador do IAC.

Outras alternativas tecnológicas, particularmente em termos de prevenção da seca, são sugeridas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). É o caso da cisterna para captação de água da chuva.  O documento “Captação de água de chuva e armazenamento em cisterna para uso na produção animal”, assinado pelo pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste, contém muita informação sobre como a cisterna pode ser utilizada e como deve ser sua manutenção para um ótimo aproveitamento.

Publicação da Embrapa Pecuária Sudeste mostra benefícios das cisternas para captação de água das chuvas

Publicação da Embrapa Pecuária Sudeste mostra benefícios das cisternas para captação de água das chuvas

PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS É CAMINHO PARA PROTEGER MANANCIAIS

Uma política pública que tem avançado, no contexto dos desafios provocados pelos eventos climáticos extremos, é o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).  O conceito básico do PSA é o de que a proteção de recursos naturais, como as matas ciliares que protegem os mananciais de água, deve ser remunerada de alguma forma.

O uso de instrumentos de PSA, para a proteção especificamente de nascentes de água, ficou popularizado em razão do sucesso de ações implementadas no município de Extrema, no sul de Minas Gerais, integrante da bacia do rio Piracicaba. Implantado em 2005, o Programa Conservador das Águas, como a política de PSA em Extrema é conhecida, já resultou em mais de 200 contratos firmados com produtores rurais para a proteção das nascentes, resultando no plantio de mais de 1,3 milhão de mudas de árvores nativas, com impacto, portanto, também na proteção da biodiversidade. Em função do êxito do programa de PSA de Extrema, a política pública foi estendida para outros municípios da região, através do Programa Conservador da Mantiqueira.

Em São Paulo, o governo estadual mantém o PSA nas modalidades Proteção e Uso Múltiplo, executado como estratégia para o desenvolvimento do Programa Conexão Mata Atlântica. O PSA Proteção promove a conservação e a restauração de vegetação nativa e está em curso em dez municípios do Vale do Paraíba: Paraibuna, Redenção da Serra, Lagoinha, Cunha, Areias, Silveiras, Lorena, Guaratinguetá, Cachoeira Paulista e Taubaté. A modalidade já resultou na seleção de mais de 400 propostas, ações de conservação em 10.700 hectares e restauração em 650 hectares para restauração, envolvendo somas em torno de R$ 9 milhões.

Rio Atibaia seco em 2014: recuperar e proteger nascentes que alimentam corpos hídricos é um dos objetivos do novo Programa Pagamento por Serviços Ambientais previsto em lei (Foto Adriano Rosa)

Rio Atibaia seco em 2014: recuperar e proteger nascentes que alimentam corpos hídricos é um dos objetivos dos Programas de Pagamento por Serviços Ambientais previsto em lei (Foto Adriano Rosa)

O PSA Uso Múltiplo, por sua vez, fomenta ações de conservação e restauração da vegetação nativa associadas à melhoria da produtividade e renda dos envolvidos. A modalidade está sendo praticada pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente em São Luís do Paraitinga e Natividade da Serra, e pela Fundação Florestal, em Bananal, na APA São Francisco Xavier e na Zona de Amortecimento do Núcleo Itariru do Parque Estadual Serra do Mar (municípios de Itariri, Peruíbe, Pedro de Toledo e Miracatu).

Novas perspectivas foram abertas, para a ampliação da aplicação do conceito em todo território brasileiro, com a edição da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), nos termos da Lei 14.119 de 13 de janeiro de 2021. “A PNPSA é um instrumento de incentivo a medidas de manutenção, recuperação e melhoria da cobertura vegetal em áreas ambientalmente relevantes”, comenta Andrea Struchel, graduada em Direito e Mestre em Urbanismo pela PUC-Campinas, atual diretora jurídica da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA).

“Tal instrumento pode ser direcionado a produtores rurais, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que prestem serviços que ajudem a conservar áreas”, completa a especialista.

O PSA mais usual, observa Andrea, é para a manutenção ou recuperação de cobertura vegetal em áreas de conservação, com especial foco na proteção de nascentes. O pagamento aos envolvidos, como no caso de agricultores que contribuem para a proteção ou restauração de áreas, “pode ser direto (inclusive em dinheiro), ou na forma de outras compensações, como melhorias sociais em comunidades, certificado de redução de emissões por desmatamento e degradação, ou títulos verdes (green bonds)”, assinala a especialista, que é diretora de Licenciamento Ambiental da Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas.

Ela nota que, em Campinas, é mantido o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais desde 2015, instituído pela Lei Municipal nº 15.046/15 e abrangendo sete subprogramas e/ou projetos de PSA, “visando atender aos critérios de prioridade de conservação e recuperação dos recursos naturais”. Em função da urgência de ações pela segurança hídrica, no âmbito das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde Campinas está inserida, está em execução justamente o Pagamento pela Conservação das Águas e dos Recursos Hídricos (PSA Água).

Andrea Struchel: Brasil agora conta com uma Política  Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (Foto Divulgação)

Andrea Struchel: Brasil agora conta com uma Política
Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (Foto Divulgação)

Andrea Struchel lembra entretanto que a lei municipal permitiu outras outras formas de incentivo, por exemplo a Serviços Ambientais Carbono (ISA Carbono), à Regulação do Clima (ISA Clima), Conservação e Recuperação do Solo (PSA Solo), Conservação da Beleza Cênica Natural, da Sociobiodiversidade e Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

No momento, 15 propriedades rurais estão habilitadas no PSA Água de Campinas. Destas, nove propriedades já estão recebendo incentivo monetário, pois estão enquadradas como “Conforme” ou “Pleno”. O PSA Água já pagou, desde 2018, um total de R$ 93.393,41. Das nove propriedades que já recebem compensação financeira, três estão situadas na bacia do Rio Capivari, três na bacia do rio Atibaia e três na bacia do rio Jaguari.

IMPACTOS DO CLIMA INCREMENTAM BUSCA POR SEGURO RURAL

Um dos efeitos das perdas agrícolas decorrentes de eventos climáticos extremos em 2021 foi o incremento da procura pelo seguro rural, instrumento que entretanto ainda tem muito para crescer em São Paulo e no Brasil em geral.  “As mudanças climáticas em curso, aliadas à forte valorização das commodities agrícolas, têm estimulado o desenvolvimento do seguro rural”, comenta Luis Alcides Whitaker Vidigal, diretor da Prisma Agro, corretora de São Paulo. “O seguro rural é o principal instrumento para mitigar os riscos do agronegócio”, completa.

Ele nota que no estado de São Paulo os produtores “contam hoje com forte apoio dos governos federal e estadual e seus programas de subvenção ao seguro rural, que subvencionam partes dos custos do seguro”. Entretanto, Vidigal destaca que, “apesar do significativo apoio governamental e do crescimento que o setor vem registrando, a indústria do seguro rural é ainda muito pequena no estado”. Ele cita dados de 2020, indicando que eram cobertas por seguro, em território paulista, apenas 12,95% das áreas com café, 2,86% das áreas com cana-de-açúcar e 4,23% das áreas com milho da segunda safra.

Com efeito, ainda representa um desafio a maior disseminação do seguro rural nas diferentes regiões brasileiras. A Região Sul ainda concentra a maior parcela do seguro rural. Somente os estados do Paraná e Rio Grande do Sul somam 60% das apólices contratadas junto ao PSR, em 16 anos do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural, do governo federal. Um das explicações, entende o diretor da Prisma Agro, é que na Região Sul é muito forte o cooperativismo na agropecuária. Com 14% das apólices contratadas, São Paulo está em terceiro lugar no ranking, vindo depois Santa Catarina (8%), Minas Gerais e Goiás (5% cada) e Mato Grosso do Sul (4% das apólices contratadas).

Luis Vidigal, da Prisma Agro: expandir além das Regiões Sul e Sudeste é um dos desafios (Foto Divulgação)

Luis Vidigal, da Prisma Agro: expandir além das Regiões Sul e Sudeste é um dos desafios (Foto Divulgação)

Luis Vidigal lembra que de forma geral o Brasil ainda está muito distante de outros países em termos de cobertura das atividades agrícolas pelo seguro rural. Nos Estados Unidos, mais de 90% das lavouras contam com seguro rural. Em países europeus e no Canadá, o índice é superior a 70%. No Brasil, menos de 20% da produção agrícola contam com seguro rural. A soja soma 44% das apólices contratadas junto ao PSR, seguida do milho de segunda safra com 12,5% e da uva com 9,4%.

De qualquer modo, a tendência é de crescimento da indústria do seguro rural no Brasil, como mostram os números dos últimos dois anos, em plena pandemia de Covid-19. Em 2020 houve um recorde histórico, com R$ 857 milhões liberados através do PSR para subvencionar a contratação de seguros pelos produtores rurais. O recorde foi batido em 2021, com R$ 907 milhões em subvenção até o dia 3 de novembro, segundo o Atlas do Seguro Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O PSR é a principal ferramenta governamental de subvenção ao seguro rural no país, mas também existem programas na esfera de estados e municípios. Em São Paulo, o programa estadual vai liberar R$ 57 milhões até o final de 2021 em subvenções, 11,7 % a mais do que os R$ 51 milhões de 2020. Também existem programas municipais, como os de Jundiaí, bancado pela Prefeitura para subvencionar parte dos produtores de frutas.

Em um ano marcado por uma seca intensa e por fortes geadas, o mercado de seguros realmente se movimentou bastante. O Conselho Nacional do Café (CNC) organizou um evento para apresentar as modalidades de seguro para a cultura cafeeira, que ainda tem uma cobertura muito reduzida no país. O MAPA, por sua vez, promoveu evento específico sobre seguro paramétrico e sua aplicabilidade para as culturas de café e cana-de-açúcar.

Uma inovação em 2021 foi o lançamento pela Bayer de um programa inédito de empresa do agronegócio que financia parte do seguro contratado pelo produtor rural. O benefício é exclusivo para os clientes do Impulso Bayer, programa de fidelidade e relacionamento. A cobertura é de 5 a 15% do seguro contratado pelo produtor, conforme a classificação do cliente no programa no Impulso Bayer.

“Intempéries climáticas estão ficando cada vez mais extremas, eventos que não aconteciam há cinquenta anos têm uma previsão maior de recorrência. O mercado está se movimentando bastante para oferecer novas alternativas em seguro e a subvenção é um dos grandes impulsionadores da contratação” observou Fabio Damasceno, diretor executivo de agronegócio da Fairfax, seguradora parceira da Bayer na iniciativa.

Produtor de soja e milho na região de Itaí, no interior de São Paulo, Luiz Antonio é um agricultor que não abre mão do seguro rural. “Sem o seguro não há condição de manter a propriedade e encarar os riscos”, diz o produtor, que é vinculado à Capal – Cooperativa Agroindustrial, sediada em Arapoti (PR) e que tem mais de 2 mil associados em quase 80 municípios do Paraná e São Paulo.

Luiz Antonio conta que a sua produção não sofreu muito com a estiagem em 2021. “Plantei metade da fazenda com sorgo, que é mais resistente à falta de água, e colhi bem. Também irriguei a partir de junho para o plantio de milho e feijão. E choveu quando plantava a soja”, relata o agricultura, que aplica então tecnologias apropriadas às condições ambientais de sua propriedade, além da cautela em manter o seguro rural, com as consequências positivas para a produção. Um exemplo em tempos de muita incerteza climática, que necessariamente tende a despertar cada vez mais a atenção do agronegócio paulista e brasileiro em geral.

 

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Uma semana da Virada Cultural em Campinas 1o625h a boa organização e o que dá para melhorar /arquivos/3625 /arquivos/3625#comments Sun, 07 Jun 2015 16:17:03 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3625 <![CDATA[Famílias inteiras participaram do show dos Titãs, na noite de domingo ado, 31 de maio, fechando a Virada Cultural Paulista em Campinas no Largo do Rosário, enquanto a programação continuava na Estação Cultura. Apesar das chuvas e do frio, milhares de pessoas participaram das dezenas de apresentações nos dois dias da Virada, que confirmaram o potencial ...]]> <![CDATA[

Famílias inteiras participaram do show dos Titãs, na noite de domingo ado, 31 de maio, fechando a Virada Cultural Paulista em Campinas no Largo do Rosário, enquanto a programação continuava na Estação Cultura. Apesar das chuvas e do frio, milhares de pessoas participaram das dezenas de apresentações nos dois dias da Virada, que confirmaram o potencial de eventos culturais de massa na cidade, mas também mostraram que é possível melhorar.

Milhares foram ao Largo do Rosário: ocupar a cidade com arte

Milhares foram ao Largo do Rosário: ocupar a cidade com arte

Os grandes nomes da Virada em Campinas foram Elza Soares e Titãs, representativos de momentos importantes da música brasileira. Mas o público sentiu falta de maior número de cantores e/ou grupos mais conhecidos, funcionando como âncora para as apresentações. No mais, a programação foi muito rica em diversidade de estilos e gêneros.

Teatro na Estação Cultura: ressignificando o patrimônio histórico

Teatro na Estação Cultura: ressignificando o patrimônio histórico

Do mesmo modo, a programação poderia incluir maior número de locais. Em Campinas, houve apresentações em três espaços: Largo do Rosário, Estação Cultura e SESC. Em Limeira, foram seis espaços. Em Piracicaba, onze, inclusive um inusitado, o Cemitério da Saudade, onde houve uma peça de teatro. Em Indaiatuba, cinco espaços para as atrações.

Pais e filhos no centro: sonho realizável, como mostrou a Virada Cultural

Pais e filhos no centro: sonho realizável, como mostrou a Virada Cultural

O transporte coletivo também pode ser melhorado em função da Virada Cultural. As alternativas culinárias foram muito apreciadas na Estação Cultura, mas o mesmo não ocorreu no Largo do Rosário.

Agito na Estação Cultura: organização foi elogiada

Agito na Estação Cultura: organização foi elogiada

A Virada Cultural reiterou o gosto do campineiro pelo espaço público, por ocupar a cidade com arte, com vida. A recidadanização da cidade está em jogo.

O povo no Largo do Rosário, espaço mais tradicional de encontro de Campinas

O povo no Largo do Rosário, espaço mais tradicional de encontro de Campinas

 

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Reggae de alta qualidade e ritmos africanos na Virada Cultural em Campinas 6q3f5m /arquivos/3579 /arquivos/3579#comments Tue, 02 Jun 2015 22:17:46 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3579 <![CDATA[A pauleira do rock dos Titãs comia solta, no início da noite de domingo, 31 de maio, fechando a Virada Cultural Paulista em Campinas, mas a programação na Estação Cultura continuava. O encerramento na plataforma da estação foi com os shows da Banda Reggae Spirit, pioneira do estilo no interior paulista, e do cantor angolano Abel ...]]> <![CDATA[

A pauleira do rock dos Titãs comia solta, no início da noite de domingo, 31 de maio, fechando a Virada Cultural Paulista em Campinas, mas a programação na Estação Cultura continuava. O encerramento na plataforma da estação foi com os shows da Banda Reggae Spirit, pioneira do estilo no interior paulista, e do cantor angolano Abel Duërë e banda, com muitos ritmos africanos. Para finalizar em grande estilo o coquetel multicolorido da Virada em Campinas.

A inspiração em Bob Marley, mas com as texturas, o cheiro e a cara do Brasil. Assim é a Banda Reggae Spirit, fundada por Doc Miranda, vocalista do grupo que já soma quase três décadas de trajetória de sucesso.

Abel Duërë e banda apresentaram o show “Partido Negro”, um desfile de tributos a grandes personagens revolucionárias africanas e do Brasil. Masemba, rebta e kilapanga foram alguns ritmos compartilhados com o público.

 

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A pauleira dos Titãs e The Baggios no Largo do Rosário fecha a Virada Cultural em Campinas 3r233o /arquivos/3557 /arquivos/3557#comments Mon, 01 Jun 2015 18:54:18 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3557 <![CDATA[O rock desenfreado dos Titãs encerrou no início da noite de domingo, 31 de maio, a programação no Largo do Rosário da Virada Cultural de Campinas em 2015. Para completar a pauleira, os antecessores dos Titãs, The Baggios, uma curiosa banda de rock e blues com dois integrantes, diretamente de Sergipe. Milhares de pessoas foram ...]]> <![CDATA[

O rock desenfreado dos Titãs encerrou no início da noite de domingo, 31 de maio, a programação no Largo do Rosário da Virada Cultural de Campinas em 2015. Para completar a pauleira, os antecessores dos Titãs, The Baggios, uma curiosa banda de rock e blues com dois integrantes, diretamente de Sergipe. Milhares de pessoas foram ao centro da cidade, com muitos papais e mamães levando os seus filhos.

Antigos e novos sucessos da banda que insiste em ser jovem (Foto Martinho Caires)

Antigos e novos sucessos da banda que insiste em ser jovem (Foto Martinho Caires)

Os Titãs desfilaram o tradicional e conhecido repertório, com músicas conhecidas de todos, mas também apresentaram canções do novo CD, “Nheengatu”. Além dos integrantes históricos da banda, a apresentação contou com a participação especial do baterista Mario Fabre, que confirmou ser fera na posição.

Paulo Miklos e Branco Mello: na estrada há 33 anos (Foto Adriano Rosa)

Paulo Miklos e Branco Mello: na estrada há 33 anos (Foto Adriano Rosa)

“Nheengatu” é descrito pelos próprios Titãs como “uma crônica ácida do Brasil em carne viva, com as angústias e mazelas que estão bem aqui do nosso lado”. Uma forte crítica social, um soco no estômago da acomodação, como em “Fardado”: “Você também é explorado/ Fardado/ Você também é explorado – aqui!”.

Miklos e Tony Bellotto: energia sempre renovada (Foto Martinho Caires)

Miklos e Tony Bellotto: energia sempre renovada (Foto Martinho Caires)

São 33 anos de estrada, mas os Titãs permanecem jovens e instigantes.

The Baggios: o rock que vem do Nordeste (Foto Adriano Rosa)

The Baggios: o rock que vem do Nordeste (Foto Adriano Rosa)

The Baggios – Os Titãs encontraram o público no Largo do Rosário já muito animado e dançante, pela apresentação de seu antecessor, o duo de rock e blues The Baggios. Formada por Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria), a dupla já tem dez anos de trajetória e apresentou músicas do CD “Sina”, de 2013, e do CD e DVD “Dez anos”.

 

A dupla de rock e blues que manda o seu recado (Foto Martinho Caires)

A dupla de rock e blues que manda o seu recado (Foto Martinho Caires)

 

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Ieda Cruz e Gerson King Combo assinam a Soul Music na Virada Cultural de Campinas 151f2b /arquivos/3549 /arquivos/3549#comments Mon, 01 Jun 2015 12:06:22 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Gerson King Combo]]> <![CDATA[Ieda Cruz]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3549 <![CDATA[A Black Music revigorada, a Soul Music e seus eternos encantos. Assim foi a apresentação de Ieda Cruz & Nêga Madame, com o convidado Gerson King Combo, no último show de sábado, 30 de maio, da programação da Virada Cultural Paulista de Campinas na Estação Cultura. James Brown, Tim Maia e canções autorais fazendo a alegria ...]]> <![CDATA[

A Black Music revigorada, a Soul Music e seus eternos encantos. Assim foi a apresentação de Ieda Cruz & Nêga Madame, com o convidado Gerson King Combo, no último show de sábado, 30 de maio, da programação da Virada Cultural Paulista de Campinas na Estação Cultura. James Brown, Tim Maia e canções autorais fazendo a alegria dos bravos que resistiram à chuva e ao frio e não se decepcionaram.

Ieda Cruz é uma das estrelas da cena musical campineira. Musicista, compositora, trapezista e performer, também transita pelo circo-teatro, com trabalhos com o grupo de teatro-circo Paraladosanjos, de Campinas; com o acrobático Fratelli, de São Paulo, e com o Grupo Ares, também na Capital.

Ieda Cruz: influência da Soul Music

Ieda Cruz: influência da Soul Music

Depois de uma temporada de dois anos na Espanha, em Barcelona, com a banda Muamba de Quinzumba, voltou ao Brasil e logo gravou o CDDecote, com canções totalmente autorais. O disco tem os arranjos e a programação eletrônica assinados por Vinadhara Vassuprem, o Fernando Baeta, outro músico atuante no cenário musical campineiro, após ganhar destaque no curso de guitarra na Unicamp, em 1996.

Irmão de Getúlio Côrtes, autor do sucesso Negro Gato, Gerson King Combo começou trajetória fazendo dublagens no programa Hoje é Dia de Rock, de Jair de Taumaturgo, e também atuava como dançarino no programa Jovem Guarda, com Roberto Carlos. Cantou nas bandas de Wilson Simonal e Erlon Chaves e ajudou ainda a fundar a Banda Black Rio. O nome que assumiu é um tributo à banda de soul e jazz King Curtis Combo. “Mandamentos Black”, “Uma Chance”, “Funk Brother Soul” e “Deixa sair o suor” são alguns de seus sucessos, rememorados na fria-quente agem de 30 para 31 de maio em Campinas.

Gerson King Combo: Black Music na veia

Gerson King Combo: Black Music na veia

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Damião também faz as suas presepadas na Virada Cultural de Campinas 5o2x3x /arquivos/3543 /arquivos/3543#comments Mon, 01 Jun 2015 11:36:07 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3543 <![CDATA[“As Presepadas de Damião: de como fez fortuna, venceu o Diabo e enganou a Morte com as graças de Jesus Cristo”, da Damião e Cia de Teatro, foi uma das atrações da Virada Cultural Paulista em Campinas, no sábado, 30 de maio, na programação intercalada entre os shows na Estação Cultura. O circo-teatro, o clown, os ecos das ...]]> <![CDATA[

“As Presepadas de Damião: de como fez fortuna, venceu o Diabo e enganou a Morte com as graças de Jesus Cristo”, da Damião e Cia de Teatro, foi uma das atrações da Virada Cultural Paulista em Campinas, no sábado, 30 de maio, na programação intercalada entre os shows na Estação Cultura. O circo-teatro, o clown, os ecos das trupes mambembes na plataforma da principal estação do complexo ferroviário campineiro.

Muitas fontes nas origens de "As Presepadas"

Muitas fontes nas origens de “As Presepadas”

Múltiplas fontes estão na origem das narrativas de “As Presepadas”. Damião, explica a Damião e Cia de Teatro, é um homem muito pobre, amigo da vadiagem, porém esperto e generoso. Um dia ele e sua irmã, Cosma, recebem a visita de dois homens, que parecem ainda mais pobres e necessitados que eles. Damião acolhe os dois homens e lhes dá de comer e beber.

Alegorias e diversidade de narrativas na plataforma da Estação Cultura

Alegorias e diversidade de narrativas na plataforma da Estação Cultura

Damião nem tinha ideia do que estava para acontecer. Os convidados do acaso revelam ser na verdade o próprio Jesus Cristo e São Pedro e oferecem a Damião a prenda de três pedidos, em agradecimento a sua hospitalidade. O homem, esperto como convém, continua a Damião e Cia de Teatro, pede que ele sempre ganhe no jogo, que tenha mais uma hora de vida quando a morte vier buscá-lo e que aquele que subir em uma determinada árvore só desça quando ele mandar.

As históricas escadarias da estação também ocupadas pelas "Presepadas"

As históricas escadarias da estação também ocupadas pelas “Presepadas”

Pois essas foram então as prendas concedidas a Damião, e das quais ele fará bom – ou mau – uso, para enriquecer e enganar a todos, até a Morte. Entram em cena Jesus, São Pedro, a Morte, o Governador, o Diabo, entre outras personagens e alegorias, para narrar a saga de Damião, o homem que enganou a morte.

 

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Delírios Transitórios 4g52w a dança do olhar na Virada Cultural em Campinas /arquivos/3536 /arquivos/3536#comments Sun, 31 May 2015 23:02:02 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3536 <![CDATA[A coreografia do olhar, a gestualidade que provoca e domina o espaço. O espetáculo “Delírios Transitórios”, do duo de bailarinos premiados Juliana Hadler e Mailson Silva, foi uma das atrações na plataforma da Estação Cultura neste sábado, 30 de maio, primeiro dia da Virada Cultural Paulista em Campinas. A respiração e suas tonalidades, o corpo e ...]]> <![CDATA[

A coreografia do olhar, a gestualidade que provoca e domina o espaço. O espetáculo “Delírios Transitórios”, do duo de bailarinos premiados Juliana Hadler e Mailson Silva, foi uma das atrações na plataforma da Estação Cultura neste sábado, 30 de maio, primeiro dia da Virada Cultural Paulista em Campinas.

A respiração e suas tonalidades, o corpo e suas texturas. O gesto que traduz o olhar. A suavidade da dança feito poesia.

A geometria da dança no espaço: gestos que encantam

A geometria da dança no espaço: gestos que encantam

Bailarina, coreógrafa, professora e pesquisadora de processos de criação em dança, além de figurinista, Juliana Hadler estudou com nomes de referência como Ismael Guiser, Raquel Gouvea e Daniele Calicchio. Graduada em Dança pela Unicamp, já atuou em vários grupos e companhias.

Bailarinos e pesquisadores, na busca incansável das potencialidades do corpo humano

Bailarinos e pesquisadores, na busca incansável das potencialidades do corpo humano

Professor no Bello Ballo Studio de Dança, Maílson Silva transita entre o clássico e o moderno, estilos que conjuga e estuda com grandes nomes da dança, nacionais e internacionais. Participou por muitos anos do Pas de Cuba, curso intensivo de inverno do Ballet Nacional de Cuba, e também do Cuballet, maior curso de verão na América Latina. Em 2013 foi convidado a estudar no Centro de Promoção a Dança (Prodanza), e somar o corpo de baile do Ballet Laura Alonzo.

Interação de afetos com o público da Virada Cultural Paulista em Campinas 2015

Interação de afetos com o público da Virada Cultural Paulista em Campinas 2015

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Virada Cultural Paulista em Campinas agrada público que enfrentou a chuva 6n1mz /arquivos/3528 /arquivos/3528#comments Sun, 31 May 2015 22:25:33 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3528 <![CDATA[Por Adriana Menezes Quem enfrentou a chuva e o leve frio para assistir às apresentações da Virada Cultural Paulista, neste sábado, 30 de maio, em Campinas, não se arrependeu. Na mesma proporção que foi reduzida a programação e a quantidade de espaços, o público também diminuiu, mas ninguém saiu reclamando. O engenheiro André Prezenszky, de 29 ...]]> <![CDATA[

Por Adriana Menezes

Quem enfrentou a chuva e o leve frio para assistir às apresentações da Virada Cultural Paulista, neste sábado, 30 de maio, em Campinas, não se arrependeu. Na mesma proporção que foi reduzida a programação e a quantidade de espaços, o público também diminuiu, mas ninguém saiu reclamando.

O engenheiro André Prezenszky, de 29 anos, chegou à Estação Cultura no final da tarde de sábado, mas a atração que mais lhe interessava começaria às 23h, Ieda Cruz e Gerson King Combo. “Vim principalmente por causa do Gerson, gosto do Soul que ele faz, mas esse ano achei que tem pouca coisa em poucos pontos. Nesse sentido São Paulo é melhor, mas aqui está mais seguro, tinha até revista com detector de metais, e está tranquilo”, avalia o engenheiro que está na sua 3ª Virada Cultural.

O engenheiro André Prezenszky gostou da segurança

O engenheiro André Prezenszky gostou da segurança

A estatística Amanda Caputo, também de 29 anos, resolveu pela primeira vez participar da Virada. “Gosto de música brasileira e achei a variedade musical muito boa. Isso me agrada”, diz Amanda, que quer ver o show dos Titãs neste domingo às 18h30, no Largo do Rosário. Há um ano em Campinas, Amanda achou o evento organizado e seguro. “Em São Paulo o pessoal diz que é mais perigoso.”

A estatística Amanda Caputo: aplausos para a variedade musical

A estatística Amanda Caputo: aplausos para a variedade musical

“É melhor do que eu esperava”, diz Renato Pisapia, engenheiro de 29 anos. “Gostei dos Trucks de cerveja artesanal aqui na Estação”, fala degustando a bebida em uma mesinha no corredor de Trucks Food instalado na Estação Cultura.

Renato Pisapia, engenheiro, gostou do cardápio amplo

Renato Pisapia, engenheiro, gostou do cardápio amplo

O gráfico Marco Della Porta, de 32 anos, levou os filhos Yasmim, 6 anos, e Antonio, 4, junto com a esposa Elaine que providenciava comida para a família. “Vim principalmente para ver Ding Dong e tomar as cervejas, mas também vamos tentar ver o show da Elza Soares.” Marco elogiou a organização do evento.

Virada na Estação Cultura: diversidade e agito

Virada na Estação Cultura: diversidade e agito

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Alabê 1f224t a fusão do jazz com o candomblé Ketu na Virada Cultural de Campinas /arquivos/3523 /arquivos/3523#comments Sun, 31 May 2015 19:00:14 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Alabê Ketu Jazz]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3523 <![CDATA[O Brasil e sua inovação cultural permanente, tendo como base a beleza da mestiçagem. O grupo Alabê Ketu Jazz fez  sua estreia em Campinas neste sábado, 30 de maio, no primeiro dia da Virada Cultural na cidade, apresentando na Estação Cultura a mistura da percussão do candomblé da nação Ketu com a tradição jazzística. O grupo foi ...]]> <![CDATA[

O Brasil e sua inovação cultural permanente, tendo como base a beleza da mestiçagem. O grupo Alabê Ketu Jazz fez  sua estreia em Campinas neste sábado, 30 de maio, no primeiro dia da Virada Cultural na cidade, apresentando na Estação Cultura a mistura da percussão do candomblé da nação Ketu com a tradição jazzística.

O grupo foi fundado pelo percussionista francês Antoine Olivier, radicado no Brasil, e pelo compositor brasileiro Glaucus Linx. Conta, ainda, com a participação de Dofono de Omolu, um dos mestres dos tambores do candomblé.

A apresentação em Campinas contou com quatro Ogãns, sacerdotes-músicos com conhecimentos do candomblé e sua musicalidade. No Alabê Ketu Jazz, o candomblé assume uma configuração contemporânea, marcada pela conversa entre os instrumentos e a improvisação típica do jazz.

Glaucus Linx: rica trajetória internacional, fazendo estreia em Campinas

Glaucus Linx: rica trajetória internacional, fazendo estreia em Campinas

Glaucus Linx já tocou com ou fez arranjos para Carlinhos Brown, Dona Ivone Lara, Sandra de Sá e Elza Soares, entre outros. Por cinco anos foi saxofonista da africana Salif Keita, acompanhando-a em várias tournês mundiais, e também tocou com Isaac Hayes (SHAFT), ícone da música negra americana, Eddie Louiss, organista de jazz francês, SOUL II SOUL(Londres), Participando de Festivais de Jazz como Montreux, Caiscais, Skopje (Macedônia), Jazz à Nantes, Nice e o brasileiro Freejazz dentre outros.

Com Salif Keita, Glaucus Linx entrou de vez para o universo da musica africana, tocando, a partir daí, com Mangala (Mali), Kiala & Ghetto Blasters (Nigéria-Afro-Beat), Jules N’Diaye (Senegal) viajando pela Africa e percorrendo mais de 14 países desse continente. Esta trajetória foi essencial para a sonoridade única do Alabê, no qual Glaucus inseriu elementos da música africana oriental (islâmica), ainda pouco conhecida no Brasil.

Morando no Brasil desde 2006, Antoine Olivier é produtor musical e multi-instrumentista, compositor e produtor musical. Já fez trabalhos, entre outros, com Ultramarine na França, The Gladiators e Jimmy Cliff na Jamaica, Nana Vasconcelos no Brazil, Gao-Bi na Costa de Marfim, fundou os grupos LEM, Tone-Wreck, e Les Barons em Londres. Apaixonado pela percussão sacra das religiões de matriz africana, particularmente do oeste da áfrica, estudou estas batidas em Cuba e na Africa. Seu primeiro contato com o Candomblé foi há 20 anos e hoje é ogã em terreiros tradicionais do Rio do Janeiro.

É essa mescla, essa fusão, que o Alabê Ketu Jazz mostrou na noite chuvosa e fria de Campinas deste sábado. Uma noite para muitos amantes da música não esquecerem.

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Aureluce Santos e Jongo Dito Ribeiro 1o4c1e a marca afro-brasileira na Virada Cultural de Campinas /arquivos/3519 /arquivos/3519#comments Sun, 31 May 2015 18:13:02 +0000 <![CDATA[ASN]]> <![CDATA[Cultura Viva]]> <![CDATA[Fotos]]> <![CDATA[Música]]> <![CDATA[Aureluce Santos]]> <![CDATA[Comunidade Jongo Dito Ribeiro]]> <![CDATA[Virada Cultural em Campinas]]> http://agenciasn-br.spinforma.net/?p=3519 <![CDATA[A diversidade é uma das tônicas da Virada Cultural de Campinas. Aureluce Santos foi uma das vozes do samba, com um show animado na Estação Cultura neste sábado, 30 de maio. Mais uma vez Aureluce desfilou um repertório com músicas autorais e dos grandes nomes do samba que ira, como Cartola, Noel, Dona Ivone Lara ...]]> <![CDATA[

A diversidade é uma das tônicas da Virada Cultural de Campinas. Aureluce Santos foi uma das vozes do samba, com um show animado na Estação Cultura neste sábado, 30 de maio. Mais uma vez Aureluce desfilou um repertório com músicas autorais e dos grandes nomes do samba que ira, como Cartola, Noel, Dona Ivone Lara e Clara Nunes.

O Jongo Dito Ribeiro também participou da Virada, no espaço de danças preparado na Estação Cultura. A comunidade do Jongo Dito Ribeiro faz um trabalho de resgate e valorização do jongo, que está na própria raiz da música popular brasileira.

Jongo Dito Ribeiro na Virada Cultural: raízes da cultura afro-brasileira

Jongo Dito Ribeiro na Virada Cultural: raízes da cultura afro-brasileira

A inspiração é Dito Ribeiro, mineiro que chegou a Campinas na década de 1930 e desde sempre praticou o jongo em sua casa. Era devoto de São Benedito e de Mestre Tito, um ex-escravo cujo túmulo no Cemitério da Saudade atrai milhares todos os anos. Foi de Mestre Tito a ideia inicial de construir a Igreja de São Benedito naquele local.

Falecido em 1882, não conseguiu ver o seu sonho realizado – a Igreja foi inaugurada em 1885. Nos últimos dez anos, a comunidade Jongo Dito Ribeiro – que desenvolve suas atividades na Fazenda Roseira – celebra o Dia Nacional da Consciência Negra no largo de São Benedito, sob a liderança de Alessandra, neta de Dito Ribeiro, e de Mestre Dudu, filho de Dito.

 

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