O autor José Maurício da Costa conversa sobre a lacuna do livro pronto, porém não publicado na Livraria Candeeiro 6g1h11
No próximo dia 13 de junho, das 19h às 21h, acontece na Livraria Candeeiro o ‘não lançamento do livro do Zé’. O evento, algo inusitado no cenário literário, é gratuito, aberto ao público e conta com um bate-papo sobre um livro não publicado, porém já escrito, do autor José Maurício da Costa.
O intuito do não lançamento é trocar ideias e conversar sobre a escrita e pós-escrita, compartilhar as inquietações do antes do livro se materializar, fazer uma catarse desse misto de alívio e desassossego que acomete todo o escritor diante da palavra ‘fim’. Segundo o autor José Maurício, “Em um mundo ainda dominado pelo culto à imagem do escritor e ao fetiche da mercadoria, o espaço pra se pensar o livro como algo independente de sua superfície material se torna, cada vez mais, algo essencial. Seguindo por essa linha de raciocínio, o ato de separar o trabalho criativo do objeto provoca novos elos entre autor e leitor, entre o ‘sagrado’ da obra de arte e o ‘profano’ do dia a dia, enfim, entre a teoria crítica e a prática social”.
O evento, em parceria com a Livraria Candeeiro, é gratuito e faz parte da programação paralela da 7ª edição da Feira [SUB] de arte impressa e publicações independentes que acontece em 13 de setembro de 2025, na Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’, em Campinas (SP), das 11h às 20h.
“Como fica o autor nessa fresta que se abre entre o original e o livro ainda não publicado? Como lidar com a angústia de guardar pra si o enredo, os personagens e a curva completa da história? São dúvidas que ficam na nossa cabeça e que teremos a chance de perguntar para o autor”, comenta Marcela Pacola, produtora da Feira [SUB].
Participam do bate-papo, além do autor e fundador do Storiologia, José Maurício da Costa, Livia Mota e Natália Moreti, fundadoras do Manas Escritas® e Marcela e Fabiana Pacola, produtoras da Feira [SUB].
Não lançamento do livro do Zé
Data: 13 de junho de 2025
Horário: 19:00 às 21:00
Entrada gratuita, sem inscrição, limitado à capacidade do local
Local: Livraria Candeeiro
Endereço: Rua Dr. Viera Bueno, 170 – Cambuí – Campinas – SP
Sobre a Feira [SUB]
O Projeto Cultural [SUB] é um projeto de fomento, reflexão e articulação do circuito artístico independente da cena contemporânea. O foco principal é discutir, mostrar, criar espaço para a produção independente na área das artes gráficas e visuais, assim como de outras áreas que se cruzam, se encontram ou se relacionam e apresentar esses trabalhos para o público. A proposta é promover um ciclo de ações composto por uma feira de arte impressa e publicações independentes – o pilar do projeto – além de exposições, bate-papos, encontros literários, palestras e workshops que acontecem em diversos espaços culturais da cidade e que fazem parte da programação paralela nos meses que antecedem a feira.
]]>Regina Márcia Moura Tavares
Com profundo pesar, recebi ontem, 4 de junho de 2025, a notícia da morte de Niéde Guidon, arqueóloga que mudou para sempre a história da ciência brasileira. Para mim, sua perda é também pessoal. Fui sua estagiária no Museu Paulista em 1963, onde tive o privilégio de aprender com sua generosidade intelectual e rigor científico. Anos depois, reencontrei-a no Musée de l’Homme, em Paris, onde pude testemunhar a continuidade de sua trajetória brilhante. Mais recentemente, viajei até São Raimundo Nonato, no Piauí, para ver de perto os frutos de sua luta em defesa do patrimônio arqueológico do Brasil. Tive a honra de manter com Niède uma relação de amizade e profunda iração, que carrego com gratidão.
Em meio às paisagens áridas e escarpadas do sertão piauiense, Niède fez história ao revelar ao mundo que o ado das Américas poderia ser muito mais antigo do que supunha a arqueologia tradicional. Formada em História Natural pela Universidade de São Paulo nos anos 1950, iniciou sua trajetória profissional como professora de biologia em cidades do interior paulista. Ali enfrentou os desafios de um meio conservador, em que o ensino científico era pouco valorizado. Sua inquietação intelectual a levou à Europa, onde se doutorou em arqueologia na Sorbonne.
Antes disso, no Museu Paulista, trabalhou ao lado de nomes como Herbert Baldus e Wilma Chiara, adquirindo sólida formação em pesquisa arqueológica e etnográfica. Foi um período decisivo para sua futura atuação.
Em 1970, um convite do então prefeito de Petrolina, Carlos Wilson Campos, levou-a a conhecer a Serra da Capivara, no sul do Piauí. Chegando a São Raimundo Nonato, Niède deparou-se com um verdadeiro santuário pré-histórico: formações rochosas esculpidas pelo tempo e abrigos naturais que preservavam milhares de pinturas rupestres, além de vestígios materiais da ocupação humana antiga.
Reconhecendo de imediato o valor daquele patrimônio, Niède articulou a criação da Missão Arqueológica Franco-Brasileira, com apoio do governo francês e do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) — o principal organismo público de pesquisa da França, reconhecido mundialmente por seu e à ciência de excelência em diversas áreas do conhecimento. Foi com esse respaldo que se iniciaram escavações sistemáticas, cujos resultados desafiaram paradigmas estabelecidos.
As escavações revelaram datações surpreendentes, indicando a presença humana na região há mais de 30 mil anos, talvez até 50 mil — um dado que abalava a tese tradicional do povoamento das Américas via Estreito de Bering há apenas 13 mil anos. Com mais de 1.200 sítios arqueológicos documentados e cerca de 30 mil pinturas rupestres, a Serra da Capivara tornou-se um dos maiores patrimônios pré-históricos do mundo.
Em 1991, após anos de esforço político e científico, foi criado o Parque Nacional da Serra da Capivara, que se tornaria Patrimônio Mundial da UNESCO. Niède não parou aí: investiu na formação de comunidades locais, na criação do Museu do Homem Americano e no incentivo ao turismo cultural como estratégia de desenvolvimento regional sustentável.
Incansável, mesmo diante de obstáculos burocráticos e financeiros, Niède jamais recuou. Sua vida é testemunho de paixão pela ciência, compromisso com a verdade e dedicação à memória dos povos antigos que habitaram nosso território.
Hoje, ao nos despedirmos dessa grande mulher, fica o legado de sua coragem e de sua visão. A arqueologia brasileira perde uma de suas figuras mais luminosas. Que seu exemplo continue a inspirar novas gerações de pesquisadoras e pesquisadores
Regina Márcia é antropóloga, especialista em Preservação do Patrimônio Cultural, escritora, conferencista, membro da ACL, do IHGGC e demais entidades culturais.
]]>Feira acontece em Campinas dia 13 de setembro na Biblioteca Zink. As inscrições para participar como expositor são gratuitas e vão até 27 de junho. Inscritos am por curadoria.
Estão abertas as inscrições para editoras, artistas e coletivos interessados em participar como expositor da 7ª edição da Feira [SUB] de arte impressa e publicações independentes que acontece em 13 de setembro de 2025, na Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’, em Campinas (SP), das 11h às 20h.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do formulário neste link, disponibilizado também no site (feirasub.com.br) e nas redes sociais (instagram e facebook) até 23h59 do dia 27 de junho de 2025. A [SUB] é gratuita tanto para os expositores quanto para o público.
A Feira [SUB] tem como objetivo apresentar a produção independente que circula fora do meio editorial tradicional. Trabalhos que unem as artes gráficas, a literatura e o design. São zines, xilogravuras, serigrafias, prints, ilustrações, livros, fotografias, livros de artistas e uma infinidade de produtos impressos que têm como características a produção autoral de pequena tiragem, alto valor artístico e preços íveis.
As inscrições am por um trabalho de curadoria para seleção de cerca de 90 expositores, que serão divulgados até o dia 21 de julho de 2025 no site e nas redes sociais da Feira [SUB]. “A curadoria visa trazer diversidade de formatos das publicações e linguagens artísticas, criatividade e ineditismo, impacto e relevância dos trabalhos. O foco são trabalhos autorais que unam artes visuais, artes gráficas, literatura e design”, explica Marcela Pacola, idealizadora e produtora do projeto cultural [SUB].
“É um espaço de circulação, divulgação e comercialização da produção independente que tem o papel como e principal. O intuito é aproximar e promover o diálogo entre o público e artistas publicadores, sempre dispostos a contar sobre processos criativos utilizados na materialidade da publicação, o que reflete no ineditismo dos trabalhos apresentados em cada edição”, conta Fabiana Pacola, produtora da [SUB].
A feira acontece em Campinas, mas abrange participação de artistas de outras cidades e estados. É uma referência para o segmento e está inserida no calendário oficial das feiras independentes do País. A Feira [SUB] é uma realização do Mix Estúdio Criativo e conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Campinas. Desde a edição de 2017, a feira acontece na Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’, no Centro de Campinas (SP).
Sobre a Feira [SUB]
O Projeto Cultural [SUB] é um projeto de fomento, reflexão e articulação do circuito artístico independente da cena contemporânea. O foco principal é discutir, mostrar, criar espaço para a produção independente na área das artes gráficas e visuais, assim como de outras áreas que se cruzam, se encontram ou se relacionam e apresentar esses trabalhos para o público. A proposta é promover um ciclo de ações composto por uma feira de arte impressa e publicações independentes – o pilar do projeto – além de exposições, bate-papos, encontros literários, palestras e workshops que acontecem em diversos espaços culturais da cidade e que fazem parte da programação paralela nos meses que antecedem a feira.
Sobre o MIX Estúdio Criativo
O Mix Estúdio Criativo (MIX) é o organizador da Feira [SUB]. É um estúdio de design e assessoria de imprensa que desenvolve identidade visual, projeto gráfico de publicações, arte impressa, artes gráficas e projetos culturais que envolvem exposições, performances, cursos e workshops.
Serviço
Feira [SUB] 2025
Inscrições: até 23h59 do dia 27 de junho de 2025 (gratuito)
Link para o formulário de inscrição >
Divulgação dos selecionados para a Feira: até 21 de julho de 2025
Data da Feira: 13 de setembro de 2025
Horário: 11 às 20 horas
Local: Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’ (Avenida Benjamim Constant, 1633, Centro, Campinas, SP)
Entrada gratuita
Informações e dúvidas sobre as inscrições: [email protected]
]]>Por José Pedro S.Martins, 4 de junho de 2025
O Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado a 5 de junho, é sempre uma oportunidade importante para apresentar boas práticas socioambientais e de saudar nomes que fazem muito pela causa. Em 2025, entretanto, a data tem um gosto amargo. A poucos meses da COP-30, a COP da Amazônia, o Brasil tem muito a se lamentar pelo que ocorre nas altas esferas do poder. Aproveitando um momento de fragilidade do governo federal e de uma conjuntura em geral desfavorável em termos culturais e políticos, no país e no mundo, setores poderosos têm avançado em desmontar a estrutura de proteção socioambiental brasileira, em termos legais e istrativos.
Há poucos dias o Senado aprovou o Projeto de Lei nº 2.159/2021, que dispõe sobre licenciamento ambiental. O substitutivo aprovado, como já comentado nesta coluna, representa um dos maiores retrocessos na história da legislação ambiental desse país. Um verdadeiro desastre, porque abriu as portas para vários empreendimentos que podem ser nefastos para o meio ambiente.
Eu tive a oportunidade de conviver em Piracicaba na década de 1980 com o maior jurista ambiental brasileiro, Paulo Affonso Leme Machado, um dos meus mentores. Ele estava preparando a primeira edição do seu “Direito Ambiental Brasileiro”, agora em trigésima primeira edição. Imagino o desgosto do jurista com os retrocessos que, esperemos, sejam derrubados pela Câmara, o que não deve ocorrer, ou sejam vetados pelo presidente Lula, a ver.
A ver, porque o governo federal a por uma lamentável dicotomia. Enquanto o setor liderado pela ministra Marina Silva continua firme, na defesa dos postulados socioambientais básicos, por outro, o segmento afinado com grupos empresariais atrasados também prossegue firme, na sua tentativa, por exemplo, de garantir a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
A pressão parece que tem dado certo e o Ibama aprovou, também há poucos dias, decisão que pode levar à pesquisa e posterior exploração do petróleo naquela área sensível. No próximo dia 17 de junho, haverá um leilão de 47 blocos naquela bacia sedimentar, promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e outras organizações tentam impedir o leilão.
E o rolo compressor prossegue. Na última semana, o Senado aprovou um projeto que desmonta o atual modelo de demarcação de Terras Indígenas (TIs) e suspendeu a demarcação de duas TIs em Santa Catarina, “em ato inconstitucional inédito”, segundo o Observatório do Clima. “O Congresso não vai parar”, lamenta o Observatório, a mais importante rede de organizações da sociedade civil sobre as mudanças climáticas no Brasil.
Pois foi também no Senado uma das cenas mais lamentáveis dos últimos tempos em termos de misoginia socioambiental. Participando no dia 27 de maio de audiência na Comissão de Infraestrutura, a ministra Marina Silva, liderança internacional inconteste na área, foi atacada por dois senadores. A ministra se retirou da audiência e na saída do Senado criticou a aprovação do Projeto de Lei nº 2.159/2021.
Com todos esses fatos, aumenta a expectativa de como o Brasil será oficialmente representado na COP-30, em novembro, em Belém. Se vai manter uma postura digna de liderança na luta contra as mudanças climáticas e na proteção da biodiversidade, ou se continuará fazendo acenos aos combustíveis fósseis e ao negacionismo científico.
Um teste de como será a posição oficial do Brasil na COP-30 acontecerá por ocasião da 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que será realizada de 9 a 13 de junho, em Nice, França. O evento reunirá milhares de participantes do mundo todo para discutir temas cruciais como saúde dos oceanos, financiamento, proteção marinha e desenvolvimento sustentável. Coorganizada por Costa Rica e França, a conferência “acontece em um momento estratégico para a ação climática, com atenção crescente aos impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos e nas comunidades costeiras”, alerta o Observatório do Clima.
Em 2024, uma decisão histórica do Tribunal Internacional do Direito do Mar (ITLOS) estabeleceu que os gases de efeito estufa — responsáveis pelas mudanças climáticas — devem ser considerados uma forma de poluição marinha. “Isso significa que todos os países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) têm a obrigação legal de agir para prevenir, reduzir e controlar esse tipo de poluição, com o objetivo de proteger os oceanos”, destaca o Observatório do Clima. “Paradoxalmente, no mesmo ano, houve uma expansão das infraestruturas de exploração de combustíveis fósseis em alto-mar, agravando ainda mais os riscos aos ecossistemas marinhos”, completa o Observatório.
De fato, a maioria dos novos projetos de extração e exploração de petróleo registrados em 2024 aconteceu no mar. Ao menos 8 bilhões de barris de óleo equivalente (bboe) de recursos foram anunciados em novas descobertas offshore no ano ado, quase 4 bboe de reservas foram sancionadas para desenvolvimento offshore e cerca de 6,5 bboe começaram a ser explorados com o início da operação de projetos offshore.
Das novas descobertas, 85%, em volume, estavam localizadas em dez campos offshore. Enfim, a exploração petrolífera no mar vem se acelerando, na contramão da demanda planetária justamente pelo contrário, enquanto os oceanos perdem rapidamente a capacidade de retenção de dióxido de carbono, contribuindo para incrementar ainda mais as mudanças climáticas.
Durante a Conferência em Nice, ocorrerá um encontro entre os presidentes do Brasil e França, Lula e Emmanuel Macron. Em reunião no ano ado, os dois líderes se comprometeram a lutar juntos pela proteção dos oceanos. Os dois reafirmaram a consciência da relevância dos oceanos como eixo estratégico para as políticas climáticas e da biodiversidade. Mas o que Lula dirá dos esforços de um setor do governo em explorar petróleo na foz do Amazonas, a poucos meses da COP da Amazônia?
Enfim, o que resta é a mobilização planetária, como ocorreu no último domingo, com manifestações em várias cidades brasileiras contra a aprovação do Projeto de Lei nº 2.159/2021. Antes, no sábado, por ocasião da partida entre as seleções de futebol femininas do Brasil e Japão, um gesto realmente digno, que mostra o país que muitos querem ver. Pouco antes de começar o jogo que fez parte das celebrações oficiais pelos 130 anos de imigração japonesa no Brasil, a ministra Marina Silva foi calorosamente aplaudida pelos 30 mil presentes. Ainda dá para acreditar, mas é preciso lutar, e muito.
(Publicado originalmente no Hora Campina, coluna Hora da Sustentabilidade.)
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O Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância (CRAMI – Campinas) já iniciou a venda de convites aos interessados em participar da tradicional Feijoada Amigos do CRAMI. Evento que faz parte do calendário da instituição há quase duas décadas, a feijoada este ano será no sábado, 31 de maio, a partir do meio-dia, no Tênis Clube de Campinas.
Além da melhor feijoada, que virá acompanhada de bebidas diversas à vontade, como caipirinha, chopp, refrigerante e água com e sem gás, o encontro desta vez será animado pelo grupo Samba do Nono (antigo Samba de Gaveta), que reúne os sambistas mais consagrados da cidade e os mais motivados também.
Os convites já estão à venda ao preço de R$ 190 por pessoa no modelo presencial e R$ 120 na opção kit delivery, que deve ser retirado no local do evento, a partir das 11h30 da manhã. O convite presencial inclui também a participação no sorteio de brindes diversos, doados ao CRAMI por empresas de Campinas.
Como garantir o convite
Para não ficar de fora da Feijoada Amigos do CRAMI, basta fazer um pix e comparecer no Tênis Clube, no dia 31/05, a partir do meio-dia. A chave é [email protected], válida para as modalidades presencial e delivery.
Serviço
O quê? Feijoada Amigos do Crami
Quando? Sábado, 31 de maio de 2025, a partir das 12h
Onde? Salão social do Tênis Clube de Campinas, Rua Coronel Quirino, 1.346, Cambuí, Campinas.
Quanto? R$ 190 (presencial) e R$ 120 (kit para delivery).
Como pagar? Chave pix
Sobre o CRAMI
O Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância (CRAMI) é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) sem fins lucrativos que, desde 1985, atua na proteção de famílias em situação de vulnerabilidade, com foco na violência doméstica. Fundado há exatos 40 anos, o CRAMI ampliou sua missão em 2014 para atender qualquer pessoa em risco social, conforme diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Atualmente, assiste 300 famílias, beneficiando 1.200 pessoas, com apoio de psicólogos, assistentes sociais e educadores. Mantido pelo cofinanciamento da Prefeitura de Campinas, pela Fundação Feac, e com recursos arrecadados em eventos beneficentes e doações, o CRAMI segue firme na promoção dos direitos humanos e no seu propósito de combate à violência.
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Festival abre programação paralela da 7ª edição da Feira [SUB]; parceria ocorre pela segunda vez
Nos dias 23 e 24 de maio, o Sesc Campinas realiza a 2ª edição do Festival [SUB]VERSA de Artes Gráficas em parceria com a Feira [SUB] de Arte Impressa e Publicações Independentes, que acontece anualmente em Campinas. O festival, realizado no Sesc, faz parte da programação paralela da Feira [SUB].
A segunda edição vai apresentar um recorte da Feira [SUB] no SESC, com bate-papos, oficinas de experimentações impressas e manuais e uma feira de artes gráficas e publicações independentes com 15 expositores. Todas as atividades são gratuitas.
A abertura do evento acontece no dia 23 de maio, às 19h, com o bate-papo ‘Poesia feita. Poesia publicada?’ No dia seguinte, 24 de maio, das 11h às 17h30 acontecem as atividades do festival, incluindo quatro oficinas: de papel artesanal para crianças, de brincadeira gráfica, de confecção e troca de stickers (adesivos) e encadernação para montagem de um livro interativo. Dois bate-papos compõem a programação, ‘Experimentações gráficas a partir do ato de caminhar pelas ruas da cidade e outro ‘As tantas vezes que poesia e música se encontram’, tendo o poeta e ensaísta Tarso de Melo como convidado, além da feira com 15 expositores com trabalhos que mesclam as artes visuais, o design e a literatura.
“O objetivo das atividades é aproximar o público do universo das publicações independentes e convidar as pessoas a experimentar e produzir algo com os recursos das artes gráficas. Estamos trazendo mais atividades para o festival nesse segundo ano dessa parceria importante do Sesc com a Feira [SUB]”, afirma Marcela Pacola, uma das organizadoras de ambas as feiras.
O festival abre a programação paralela da 7ª edição da Feira [SUB], que se estende por outros locais de Campinas ao longo dos meses até o dia 13/09, dia oficial da feira com mais de 90 expositores na Biblioteca Pública Municipal “Professor Ernesto Manoel Zink”.
GUIA DE PROGRAMAÇÃO DIGITAL (MAIO/25)
Guia Digital Sesc Campinas – Maio
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CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA [SUB]VERSA – 2ª EDIÇÃO
23/05 – SEXTA
BATE-PAPO
19h às 21h (abertura) – POESIA FEITA. POESIA PUBLICADA?
Bate papo sobre publicação de livros de poesia. Vamos abordar algumas questões sobre publicações do gênero poesia, mitos e verdades que permeiam o imaginário de quem está buscando editar e publicar um livro. Com Marcela e Fabiana Pacola (Produtoras da Feira SUB e do Festival [SUB]versa), Gabriel Medeiros (Editor da Ofício Terrestres Edições) e Katia Marchese (Poeta)
Local: SESC Campinas – Saguão Espaço Multiuso. Idade mínima: livre. Grátis – Atividade aberta, sem retirada de ingressos
24/05 – SÁBADO
11h às 17h – FEIRA DE ARTES GRÁFICAS E PUBLICAÇÕES INDEPENDENTES
Feira de artes gráficas e publicações independentes com 15 expositores, com foco na produção artística autoral de trabalhos que se utilizam de diversas técnicas no campo das às artes gráficas e suas vertentes. Um recorte da Feira [SUB] de Arte Impressa e Publicações Independentes que acontece anualmente em Campinas. Expositores: AnansiLab, CartoArte, Cecerelê, Editora Incompleta, Estudio ceda el o, Gambiarra Genérica, graficafabrica, Hofstatter, Impressões de Minas Editora, Laura Mazzo, Laura Trchmnn, Lote 42, Ofícios Terrestres Edições, Priscila Bellotti-Projeto Rua, Vienno
Local: SESC Campinas – Saguão Espaço Multiuso. Idade mínima: livre. Grátis. Atividade aberta, sem retirada de ingressos
BATE-PAPOS
14h às 15h30 – EXPERIMENTAÇÕES GRÁFICAS A PARTIR DO ATO DE CAMINHAR PELAS RUAS DA CIDADE
Bate papo sobre publicação de livros independentes que incorporam as artes gráficas e visuais em suas narrativas. Neste encontro os artistas conversam sobre processos de produção artística e apresentam algumas das suas publicações que correlacionam o caminhar pelas ruas com variadas formas de impressão gráfica para elaboração de um livro ou cartaz. Com Marcela e Fabiana Pacola (Produtoras da Feira SUB e do Festival [SUB]versa), Gilberto Tomé (graficafabrica/fonte design), Priscila Belotti (Projeto RUA) e Ricardo Silva (Estudio Ceda el Paso.
Local: SESC Campinas – Espaço Multiuso. Idade mínima: livre. Grátis. Atividade aberta, sem retirada de ingressos
16h às 17h30 – AS TANTAS VEZES QUE POESIA E MÚSICA SE ENCONTRAM
Bate papo sobre impressões, edições, poesia e música. Poesia e música são artes que se complementam e que têm uma relação íntima desde a antiguidade. Nesta conversa com o editor e autor, vamos falar sobre esse encontro e ler alguns trechos dos livros. Com Marcela e Fabiana Pacola (Produtoras da Feira SUB e do Festival [SUB]versa), Tarso de Melo (Poeta e ensaísta), Wallison Gontijo (Impressões de Minas Editora)
Local: SESC Campinas – Espaço Multiuso. Idade mínima: livre. Grátis. Atividade aberta, sem retirada de ingressos
11h às 17h – MONTANDO MEU LIVRO INTERATIVO – EDIÇÃO FLAG BOOK
Com Helder Kawabata (Costuradus – Experimentos Gráficos)
A oficina tem como objetivo ampliar o repertório de técnicas construtivas do livro, através da discussão e feitura de encadernações contemporâneas e diferenciadas. Será feita a encadernação flag book, que diferentemente do códex tradicional, é uma estrutura que propicia um olhar panorâmico e uma experiência singular no manuseio.
Local: SESC – Campinas – Jardim do Galpão. Grátis. Inscrições limitadas no local, 30 minutos antes do início de cada atividade. Crianças menores de 10 anos precisam estar acompanhadas de um adulto
11h às 17h – BRINCADEIRA GRÁFICA
Com Paula de Freitas Lopes, da Infantofaz Brincadeira Gráfica
Oficina de experimentação em artes gráficas adaptadas para crianças para criação de livro de artista com técnicas mistas: monotipia botânica, carimbo e estêncil.
Local: SESC – Campinas – Jardim do Galpão. Grátis. Inscrições limitadas no local, 30 minutos antes do início de cada atividade. Crianças menores de 10 anos precisam estar acompanhadas de um adulto.
11h às 17h – OFICINA ZINE DIE DE STICKER
Com Raquel Costa, arte-educadora
Mesa de produção e troca de stickers. A partir de materiais como adesivos e canetas, as pessoas são convidadas a produzir seu próprio sticker e trocar com outros artistas. Stick Art é uma modalidade de arte urbana ligada à grupos de cultura alternativa que utilizam etiquetas adesivas com forma de manifestação pós-moderna
Local: SESC – Campinas – Jardim do Galpão. Grátis. Atividade aberta sem retirada de ingressos. Crianças menores de 10 anos precisam estar acompanhadas de um adulto.
11h às 17h – QUE PAPEL! OFICINA DE PAPEL ARTESANAL PARA CRIANÇAS
Com Luciane Kunde, artista visual
Nesta oficina as crianças terão a oportunidade de modelar uma folha de papel artesanal. Vamos começar com uma breve conversa sobre a origem do papel e as diferentes matérias-primas que podem ser usadas em sua produção. Depois, iremos modelar uma folha de papel artesanal de forma simples. Ao final as crianças poderão criar desenhos com carimbo nas folhas artesanais para levar para casa.
Local: SESC – Campinas – Jardim do Galpão. Grátis. Inscrições limitadas no local, 30 minutos antes do início de cada atividade. Crianças menores de 10 anos precisam estar acompanhadas de um adulto.
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Contato| Feira [SUB]
Fabiana Pacola | Jornalista | (19) 99111.3632
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ASSESSORIA DE IMPRENSA | SESC CAMPINAS
Andréia Dorta – (19) 3737-1522
Ana Claudia Barros – (19) 3737-1526
Luana Greve – (19) 3737-1529
Plantão Comunicação – (19) 3737-1529 (WhatsApp)
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Campinas, 18 de maio de 2025
Por José Pedro Soares Martins
Especial para o Hora Campinas e Agência Social de Notícias
Em março de 1996, o deputado uruguaio Jose Alberto Mujica Cordano, também conhecido como Pepe Mujica e então pertencente ao Movimento de Participação Popular (MPP), depois de anos de ligação com o Movimento Libertação Nacional Tupamaros (MLN-T), participou do Congresso Regional do Movimento dos Sem-Terra em São Leopoldo (RS). A atividade foi devidamente registrada por agentes da chamada “comunidade de informações” ou “comunidade de inteligência” brasileira, em documento classificado como Confidencial. Este é um claro exemplo de que líderes de grupos de esquerda de países vizinhos ao Brasil também foram espionados de perto pela “comunidade de inteligência” brasileira, desde os tempos áureos do poderoso Serviço Nacional de Informações (SNI) e que esse monitoramento prosseguiu mesmo depois do fim da ditadura militar no Brasil (1964-1984) e por exemplo no Uruguai (1973-1985).
O monitoramento sistemático de Pepe Mujica é comprovado nos documentos a que a Agência Social de Notícias (ASN) e o portal Hora Campinas tiveram o e que estão arquivados no site Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional. O site contém um número impressionante de documentos produzidos pelos “serviços de inteligência” e que podem ser ados a qualquer hora do dia, bastando uma abertura de conta pessoal.
Pepe Mujica – Pepe Mujica é membro do seleto clube de participantes de grupos guerrilheiros, que lutaram contra regimes ditatoriais instalados na América Latina nas décadas de 1960 e 1970, e que chegaram ao cargo público máximo de seus países. Depois do retorno à democracia no Uruguai e de ocupar vários cargos eleitos, como de deputado e senador pelo MPP, um dos grupos reunidos na Frente Ampla de centro-esquerda, Mujica foi eleito presidente para o período de 1 de março de 2010 a 1 de março de 2015. Neste período, Pepe, falecido no último dia 13 de maio, se tornou uma referência mundial por sua sobriedade e dignidade. Outro raro exemplo de integrante do clube de ex-membros de grupos de guerrilha que chegaram à Presidência da República é o da brasileira Dilma Rousseff, que esteve no cargo de 1 de janeiro de 2011 a 31 de agosto de 2016, quando sofreu processo de impeachment.
Os registros de Pepe Mujica na “comunidade de inteligência” brasileira acompanham toda a sua carreira política, desde a sua prisão com outros tupamaros em 1970. O seu nome aparece em um documento secreto do SNI com a lista de “terroristas tupamaros presos” naquele ano. Pepe foi preso várias vezes e conseguiu fugir em algumas delas. O período mais longo na prisão foi entre 1972 e 1985, quando a ditadura uruguaia terminou. Foi torturado e em muitas ocasiões ameaçado de morte.
Documento confidencial com relação de novos membros do Comitê Central do Movimento Tupamaros (Foto Reprodução)
Com a redemocratização, continuou por um período no MLN-Tupamaros. Um documento de 1988 mostra que o monitoramento da “comunidade de inteligência” brasileira sobre Pepe prosseguia, mesmo com o fim do governo militar no país vizinho.
O documento apresentava a “Relação de Integrantes do Comitê Central (CC) e Comitê Executivo do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros – Uruguai”. José Alberto Mujica Cordano, o Pepe, é o quarto da lista, logo em seguida de Raul Sendic Antonaccio, histórico fundador do grupo Tupamaros em 1962. O documento contém o organograma da direção do MLN-Tupamaros.
Ainda na condição de membro da Executiva Nacional do MLN-Tupamaros, Pepe participa em setembro de 1991 do Seminário Internacional do PT – Estratégias de Poder na América Latina, realizado em Porto Alegre (RS), como parte da preparação para o Congresso do Partido dos Trabalhadores em novembro daquele ano.
Mujica participa de mesa-redonda no dia 13 de setembro, ao lado de Marco Aurélio Garcia, então membro da Executiva Nacional do PT, Sérgio Rodrigues, da Executiva Nacional do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) do México; Robson Vera, do Partido Socialista do Chile; e Gerson Silva, da Executiva do PT/RS.
O Seminário foi devidamente acompanhado por agentes da “comunidade de inteligência”, que fizeram um relatório detalhado. Segundo o documento, Pepe criticou o discurso tradicional dos grupos de esquerda, que não seria entendido pela classe trabalhadora. “Segundo o mesmo, se as coisas continuarem nesse rumo , nos próximos vinte anos, a maioria do povo não terá o a nada”, relata o documento classificado de Confidencial.
O documento prossegue registrando que, segundo Pepe, “o avanço neoliberal que ocorre hoje no Brasil já aconteceu em toda a América Latina e que a estratégia de poder da esquerda consiste em dar respostas a esse avanço capitalista”.
Ainda de acordo com o documento, Mujica salientou que “a única estratégia para os latino-americanos é mostrar às imensas massas o poder que elas têm nas mãos. ´Não há estratégia se não conseguimos retirar a venda que cobre os olhos das imensas massas , permitindo que vejam do que são capazes´”.
Pepe Mujica foi eleito deputado e nessa condição participou do Congresso Regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Leopoldo (RS), na primeira semana de março de 1996. Mais uma vez a atuação de Pepe foi documentada pela “comunidade de inteligência” brasileira, mais de uma década depois do fim das ditaduras no Brasil e Uruguai.
O nome de Mujica aparece no documento “Atividades de árabes, de origem palestina, na fronteira do Brasil com o Uruguai”. O documento cita supostas relações entre o MST e o MLN-Tupamaros.
Com o avanço da redemocratização no Uruguai, Pepe Mujica ajudou a fundar o Movimento de Participação Popular (MPP), um dos integrantes da Frente Ampla que chegaria ao poder em 2005 com Tabaré Vázquez.
Mujica foi então nomeado ministro da Agricultura. Em 25 de outubro de 2009, Pepe ganha o primeiro turno das eleições presidenciais uruguaias, como candidato da Frente Ampla, recebendo 47,96% dos votos. Disputa e vence o segundo turno, a 29 de novembro, recebendo 52,60% dos votos, contra Luis Alberto Lacalle, candidato do Partido Nacional.
Pepe fez um governo progressista, aprovando leis como a descriminalização do aborto e a lei do matrimônio igualitário, permitindo a adoção aos casais homossexuais. Ele chamou a atenção mundial por seu modo de vida sóbrio, mantendo os hábitos de antes da eleição para a Presidência, como o de se locomover em seu adorado fusca azul. A política com meio de enriquecimento foi sempre criticada por Pepe, que fez na prática o que defendida em discurso, o que não tem sido muito comum em homens públicos.
O monitoramento de líderes de esquerda de países do Cone Sul, por agências da “comunidade de inteligência” do Brasil, e em particular pelo SNI, não representa surpresa, considerando que havia a colaboração entre os governos ditatoriais da região no marco da chamada Operação Condor. O “batismo” da Operação Condor aconteceu em reunião ocorrida no Chile, entre os dias 25 de novembro e 01 de dezembro de 1975, com a participação de representantes dos governos militares da região. O fundador do Movimento Justiça e Direitos Humanos (MJDH), sediado em Porto Alegre (RS), Jair Krischke, observa que os representantes brasileiros não am a data de “fundação” da Operação Condor. “Este elemento levou algumas pessoas a afirmarem que o Brasil não participou da Operação, o que absolutamente não é verdade, como demonstra farta documentação”, completa Jair, um dos principais nomes da luta pelos direitos humanos na América Latina, com forte atuação durante os governos militares.
Paulo Sergio Pinheiro, referência internacional em direitos humanos (Foto UN independent international commission of inquiry on the Syrian Arab Republic, Geneva)
A biografia de Pepe Mujica, e em especial a forma como exerceu o poder como presidente do Uruguai, chamou a atenção mundial e é sempre elogiada. Esta é a opinião de Paulo Sergio Pinheiro, uma das personalidades que integram a Comissão Arns, como é conhecida a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns. Pinheiro é autor dos Princípios de restituição de moradia e propriedade para refugiados e deslocados internamente da ONU [Pinheiro Principles] e integrou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da OEA. Desde 2011 preside a Comissão de Investigação das Nações Unidas sobre a República Árabe da Síria:
“Mujica foi um dirigente político excepcional. Depois de submetido a tortura e prisões, inclusive no fundo de um poço, depois de libertado não perdeu tempo e consagrou tudo seu tempo à política. Jamais esquecendo que a única referência que conta mesmo na política é em relação às condições de vida do povo. Como presidente da República jamais perdeu essa referência nas políticas de Estado. Depois da presidência a sua pregação aos jovens e em defesa da causa ecológica foi matéria de todo dia da sua vida. Mas o que mais me encanta mais foi não ser transformado pelas benesses do poder, palácios, automóveis de luxo, férias privilegiadas, talvez mundo a afora seu exemplo é único. Ontem revi um vídeo da visita à residência, à ” finca” modestíssima de Pepe Mujica em março de 2015 do rei Juan Carlos de Espanha, que com bengala mal conseguia andar no terreno da casa. Mujica guiava o Rei carinhosamente para se sentar numa poltrona de madeira, tudo na maior simplicidade, sem concessões deslumbradas”.
Vídeo do encontro de Pepe Mujica com o Rei Juan Carlos da Espanha
https://www.youtube.com/watch?v=N9glrEpncWI
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Por José Pedro Soares Martins
Depois de 12 anos da última edição, ocorrida em 2013, foi realizada entre 6 e 9 de maio, em Brasília, a V Conferência Nacional do Meio Ambiente, com o tema “Emergência Climática e o Desafio da Transição Ecológica”. A etapa nacional foi precedida de 439 conferências municipais, 179 intermunicipais e 287 conferências livres, além das etapas estaduais, onde foram indicados os delegados ao encontro final.
Muita gente, portanto, esteve envolvida no processo da V Conferência Nacional do Meio Ambiente, o que em si é salutar pelo seu aspecto pedagógico. As estimativas são de 65 mil pessoas envolvidas nos diversos momentos. O tema central, que não poderia ser outro que o da emergência climática global, foi então discutido por muita gente e para muitos apresentado provavelmente pela primeira vez.
O processo foi organizado em cinco eixos, sempre considerando o tema central: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Justiça Climática, Transformação Ecológica e Governança e Educação Ambiental.
Ao longo do processo, foram produzidas 2.635 propostas, fruto das discussões realizadas em torno do tema principal e dos cinco eixos. Houve então importante preparação, até a etapa final na capital federal.
Na V Conferência, foram aprovadas 104 propostas, reunidas em um documento encaminhado ao governo federal. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da plenária final e recebeu o documento.
Tudo muito louvável e necessário, pois marcou a retomada, no âmbito do meio ambiente, da discussão democrática sobre muitos temas relevantes para o país, inclusive este, nos governos de Michel Temer e principalmente no de Jair Bolsonaro, quando foram extintos os Conselhos participativos que tinham sido legitimamente eleitos anteriormente.
Entre as propostas aprovadas, muitas avançadas, como a da garantia de destinação de no mínimo 5% do orçamento dos entes da Federação (União, Estados e Municípios), em face da emergência climática, para implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, com ênfase nas ações de gestão, fiscalização, restauração florestal e educação ambiental e climática.
Uma meta muito ousada, considerando que os orçamentos dos governos nunca foram generosos com a questão socioambiental. Por exemplo, como citado recentemente nesta Hora da Sustentabilidade, um recente estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrou que somente 0,16% da renda do petróleo no Brasil, que foi de R$ 137,9 bilhões em 2024, foi direcionada à agenda ambiental e climática.
Outras propostas aprovadas incluíram a regularização fundiária, o incentivo à agricultura regenerativa, o fomento às cooperativas de reciclagem, o fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, a ampliação de áreas verdes no planejamento urbano com espécies nativas adequadas. Muitas propostas, portanto, reiterando demandas que já vêm sendo levantadas há anos por cientistas e ambientalistas.
A sensação que fica é que, apesar da elogiável retomada do processo da Conferência Nacional do Meio Ambiente e do grande empenho e compromisso dos organizadores e participantes, a questão socioambiental, que inclui temas dramáticos e urgentes como a emergência climática, continua limitada no Brasil aos círculos diretamente envolvidos.
Sim, pesquisas indicam que os brasileiros em sua maioria estão cientes dos riscos dos eventos climáticos extremos e apoiam medidas efetivas para seu enfrentamento, como também já salientado neste espaço do Hora Campinas. Contudo, a temática socioambiental de modo geral ainda não parece ser uma prioridade absoluta para grande parte da sociedade civil e população em geral, com justiça preocupada com o seu ganha pão cada vez mais caro na padaria.
Mas é fundamental que seja ampliada a consciência de que, sem o equacionamento dos graves desafios socioambientais em curso, as mudanças climáticas entre eles, o pão ficará cada vez mais caro. Os recursos naturais do planeta estão sendo esgotados em velocidade alarmante, a rápida extinção da biodiversidade ameaça as teias de vida construídas na Terra ao longo de bilhões de anos.
Nesse sentido, tornaram-se ainda mais relevantes as propostas aprovadas na V Conferência Nacional do Meio Ambiente relacionadas à educação socioambiental. Apenas com estratégias corajosas, intersetoriais e com os necessários recursos para promover uma ampla e abrangente educação socioambiental a nossa sociedade estará mais capacitada para enfrentar os complexos dilemas atuais e que tendem se agravar rapidamente.
Na V Conferência, a respeito, foram aprovadas propostas como a instituição de um “sistema nacional de financiamento permanente para educação ambiental destinado às organizações da sociedade civil e órgãos públicos, para projetos comunitários e educacionais, priorizando as ações alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável e ações de adaptação climática, assegurando a participação social na gestão”.
Outra proposta nessa linha foi a de implementação e fortalecimento da educação ambiental “de forma obrigatória em todos os níveis de ensino e espaços educativos formais e não formais, com transversalidade e abordagem prática, participação popular, recursos adequados, formação continuada de profissionais, valorização de saberes ancestrais e planos, programas e projetos de educação ambiental nos municípios, alinhados com a Plano Nacional de Educação Ambiental e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criando mecanismos de controle”.
Uma oportunidade importante para o fortalecimento da educação socioambiental no Brasil está no momento de debate e aprovação do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que está em fase avançada de discussão no Congresso Nacional e conterá as diretrizes educacionais do país até 2034. É muito importante que a sociedade acompanhe a formulação do novo PNE, para que ele contemple com clareza e firmeza a urgência de uma ampla, transversal, democrática e plural educação socioambiental no Brasil. Apenas com essa base é possível garantir o que se sonha hoje em termos de sustentabilidade, em todas as suas faces. (Artigo publicado originalmente no portal Hora Campinas dia 13 de maio de 2025)
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Por José Pedro Martins
Quando escrevo este artigo, ainda não tinham sido esclarecidas as causas exatas do apagão de energia que afetou a Península Ibérica na segunda-feira, 28 de abril, com reflexos também no Sul da França e outras regiões da Europa. De qualquer modo, um apagão que paralisou transporte público e comunicações em geral, em cidades cosmopolitas como Madri, Barcelona, Porto e Lisboa, foi um claro aviso de como sistemas de alta intensidade tecnológica e energética não estão livres de interrupções com impactos em milhões de pessoas em plena terceira década do século 21.
Ataques cibernéticos e fenômenos atmosféricos foram inicialmente descartados pelas autoridades espanholas e portuguesas, mas de fato pouco se sabia um dia depois do apagão que atingiu milhões de surpresa na metade do dia. Eram 12h30 em Madri e 11h30 em Lisboa quando foi registrado o auge do fenômeno. Nesse horário, e mais precisamente às 12h32 da capital espanhola, 15 gigawatts de potência, equivalentes a 60% do consumo naquele momento na Espanha, simplesmente “sumiram”. Telecomunicações, incluindo as redes de celulares e internet, foram imediatamente afetadas. O trânsito virou um caos, cirurgias tiveram que ser postergadas, impactos em todo o cotidiano dos cidadãos que nunca imaginaram cenas semelhantes.
Ficou evidente que os modernos sistemas energéticos, mesmo em países de alto grau de desenvolvimento, não são invulneráveis. O que diz muito sobre a necessidade de aumento do grau de segurança dos sistemas, em um momento crítico no planeta, em que é igualmente urgente a transição energética, do alto uso de combustíveis fósseis para fontes de fato renováveis de energia, como a solar, a eólica e os biocombustíveis.
Grupos ultraconservadores, inclusive, logo aram a culpar as fontes renováveis como causa central do apagão na Espanha, o que já foi contestado pelo presidente do governo, Pedro Sánchez. Mas é claro que o episódio será utilizado pelos defensores dos fósseis para atacar o avanço inexorável e urgente do uso de renováveis, como reflexo do negacionismo científico que tem crescido e, agora, com o forte apoio do poderoso governo dos Estados Unidos.
Pois, se houve um apagão de energia na Península Ibérica, tem ocorrido um apagão científico e em particular na área ambiental norteamericana, desde a posse de Donald Trump em seu segundo mandato na Casa Branca, há 101 dias. Com a força de um furacão, Trump tem provocado um desmantelamento de grande parte da estrutura de proteção ambiental nos Estados Unidos, e em particular nos setores que atuam no enfrentamento das mudanças climáticas provocadas pelo uso intensivo de fósseis.
Pelo contrário, Trump tem estimulado o uso de fósseis. Sob o guarda-chuva da ordem nacional de emergência energética, determinada pelo presidente, o Corpo de Engenheiros do Exército, por exemplo, acelerou a revisão da licença para quilômetros de extensão de um oleoduto e gás projetado para perfurar zonas úmidas protegidas na fronteira com o Canadá, como denunciou o premiado Inside Climate News.
Na mesma linha, no último dia 8 de abril, Trump assinou uma Ordem Executiva intitulada, de forma singela, de “Revigorando a bela indústria de carvão limpo da América”. O carvão, como se sabe, foi o primeiro combustível fóssil usado em larga escala, contribuindo para deflagrar o processo que levou ao agravamento das mudanças climáticas, de impactos cada vez mais extremos.
“Para garantir a prosperidade econômica e a segurança nacional dos Estados Unidos, reduzir o custo de vida e aumentar a demanda elétrica de tecnologias emergentes, devemos aumentar a produção doméstica de energia, incluindo carvão”, afirma o presidente logo no início da Ordem Executiva, uma das tantas medidas que já assinou, de efeitos incomensuráveis em termos de um retrocesso histórico para a emergência de novas fontes de energia.
Trump também assinou uma proclamação atenuando de forma considerável os limites de poluição emitida pelas usinas movidas a carvão. Com isso, mais de 60 usinas a carvão ficaram isentas de limites federais de emissão de mercúrio. Os padrões de controle de mercúrio e outros poluentes ficariam mais rigorosos a partir de 2027, conforme regulamentação anterior, mas com a ordem do presidente o prazo foi estendido por mais dois anos, sob forte protesto de ambientalistas e cientistas.
São várias as medidas tomadas por Trump no mesmo sentido. Uma das mais impactantes foi o anúncio do Departamento de Estado de que fechará seu escritório que faz a gestão da política climática internacional dos EUA. É um resultado lógico do anúncio feito diversas vezes por Trump que retiraria os Estados Unidos do Acordo de Paris.
Em síntese, o que já foi visto até agora na área ambiental nos Estados Unidos, e sobretudo em termos das questões climáticas, é o prenúncio de um recuo monumental no que já foi feito no país que já liderou as emissões de gases de efeito-estufa e hoje é o segundo no ranking, atrás da China. É sem dúvida mais pressão para a COP-30, a Conferência do Clima que será realizada em novembro em Belém.
Como se não bastassem as pressões internas, para que o governo brasileiro avance mais em transição energética do que já foi feito até agora. Um recente estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrou que somente 0,16% da renda do petróleo, que foi de R$ 137,9 bilhões em 2024, foi direcionada à agenda ambiental e climática. “Isso em um contexto de acirramento dos extremos climáticos e ausência de soluções de financiamento público doméstico e no âmbito da política climática global”, comenta o estudo do Inesc, que comprova portanto que, ao contrário do que dizem setores do governo federal, o dinheiro do petróleo não vem sendo utilizado na transição energética.
A COP-30 pode ser um marco histórico. Mas, diante do atual cenário global e nacional, de apagões na energia, negacionismo climático e fortes interesses dos combustíveis fósseis em jogo, serão necessárias ações muito corajosas para que a Conferência seja um êxito e não mais um grande fracasso como as anteriores.
(Publicado originalmente no portal Hora Campinas, no dia 30 de abril de 2025.)
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O Instituto Anelo, organização sem fins lucrativos que oferece aulas de música gratuitamente, no Distrito do Campo Grande em Campinas, realizará a comemoração de seus 25 anos com apresentações em todos os sábados de maio de 2025.
A comemoração, nos dias 03, 10, 17, 24 e 31, vai contar com apresentações de alunos e grupos musicais do Anelo, como a Orquestra Anelo, grupo Pretas e Pretos, Anelo 6teto e muito mais.
O instituto, que atualmente atende 1.200 alunos, já beneficiou milhares de pessoas. Além deste atendimento direto feito com ensino de música, uma das essências da organização é sempre promover apresentações musicais para a comunidade. “E não teria melhor maneira de comemorar este marco, se não convidar a comunidade a prestigiar a música que é feita no Anelo há 25 anos”, aponta Luccas Soares, fundador do Anelo e coordenador geral do instituto.
Anelo
Fundado em 10 de maio de 2000, o Instituto Anelo é um projeto intergeracional que já impactou, ao longo de 25 anos de atividades, mais de 12 mil pessoas em seus projetos. Alguns deles tornaram-se músicos profissionais e professores, inclusive lecionando na própria instituição.
Atualmente, o Anelo trabalha com os seguintes projetos: Brincando com os Sons (de musicalização infantil), Instrumentos Diversos, Orquestrais e Canto (ensino de instrumentos de cordas, teclas, sopros e percussão, além de canto coral) e Prática de Banda (música em grupo).
Patrocínio
A programação do aniversário de 25 anos do Anelo é realizada por meio do projeto Música e Cidadania, que tem como patrocinadora master a FL Energia, por meio de parceria com o Instituto FL e State Grid Brazil Power Participações, e conta com patrocínio do Agibank, Unimed Campinas, Instituto Omni, Carmelo Fior, Bosch Brasil,
via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O Instituto Anelo também conta com o apoio da Associação Beneficente Maria e Tsu Hung Sieh, Buckman, Chen Hsong, Ruff Distribuidora, Shopping Parque das Bandeiras e Aeroporto de Viracopos.
SERVIÇO
PROGRAMAÇÃO – Aniversário Anelo – 25 anos
DIA HORÁRIO GRUPO
03/05 9h Prática de Banda Iniciante
03/05 10h Prática de Banda Funk
03/05 11h Anelo Sexteto
10/05 9h30 Prática de Banda Pop Nacional
10/05 10h15 Michel Leme
17/05 9h Prática de Banda Instrumental
17/05 10h Prática de Banda Mundo
17/05 11h Prática de Banda Pop&Groove
24/05 9h Prática de Banda Mulheres
24/05 9h45 Grupo das Mulheres
24/05 11h David Sue e Soldado Azul
31/05 9h Pretas & Pretos
31/05 10h15 Combo Anelo
31/05 11h30 Orquestra Anelo
31/05 12h30 Jam Session
31/05 13h30 Coral Infantil
31/05 14h Coral Juvenil
31/05 14h30 Coral Adulto
Local: Sede do Instituto Anelo – Gratuito
Rua Vicente de Marchi, 718 – Jardim Florence
Classificação Livre – Entrada Gratuita
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